11 de setembro de 2013

Emprego Industrial
Desempenho negativo
reflete incerteza do setor


   

 
A evolução negativa do emprego industrial deixa clara a instabilidade vivida pela indústria nacional. As expectativas do empresariado industrial brasileiro com relação aos seus negócios não são as melhores, o que se reflete na não contratação ou nos desligamentos de trabalhadores em diferentes segmentos industriais.

Pode também ser observado, nos resultados divulgados hoje pelo IBGE, que, mesmo naqueles segmentos que foram alvos de estímulos tributários do Governo (desoneração da folha), o emprego recuou – aliás, em muitos deles, o número de ocupados vem apresentando forte retração neste ano.

Para frente, os sinais não são alentadores. O número de horas pagas na indústria continua caindo, resultado do menor número de ocupados e do provável corte de horas-extras. Isso indica que não está no horizonte próximo do empresário industrial abrir novos postos de trabalho.

De acordo com os números do IBGE, pelo terceiro mês consecutivo, o número de ocupados na indústria brasileira recuou. Após as quedas de 0,4% e 0,1% em maio e junho, respectivamente, o emprego industrial fechou julho com retração de 0,2% – taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.

Nos sete primeiros meses de 2013, o emprego industrial acumula queda de 0,8%, o que representou um movimento contrário ao da produção industrial no mesmo período (+2,0%). Nesse período, o número de ocupados na indústria recuou mais nos segmentos de calçados e couro (–5,4%), madeira (–5,1%), outros produtos da indústria de transformação (–4,2%), têxtil (–3,7%), vestuário (–3,7%) e máquinas e equipamentos (–1,8%).

E termos regionais, em onze dos catorze locais pesquisados pelo IBGE houve retração do emprego no período janeiro-julho. As principais influências negativas vieram da região Nordeste (–4,3%) – sobretudo devido a Pernambuco (–7,4%) e Bahia (-5,3%) –, Rio Grande do Sul (–2,4%) e São Paulo (–0,3%).
 

 
Na passagem de junho para julho, com dados dessazonalizados, o emprego industrial apresentou variação negativa de 0,2%, o terceiro resultado negativo consecutivo. No confronto com o mesmo mês de 2012, verifica–se recuo de 0,8%, vigésimo resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto. No acumulado entre janeiro e julho, em relação ao mesmo período do ano anterior, também se verificou decréscimo (–0,8%). Nos últimos doze meses até julho, o emprego apresentou variação acumulada de –1,1%.

Na comparação mensal (mês/mesmo mês do ano anterior), houve queda em doze das catorze regiões contempladas pela pesquisa do IBGE, com destaque especial para a região Nordeste (–4,3%), devido às taxas negativas em 12 dos 18 setores investigados. Outros resultados negativos ocorreram na Bahia (–7,4%), Rio Grande do Sul (–2,1%) e Pernambuco (–5,3%), enquanto o destaque positivo foi Santa Catarina apresentou avanço de 1,3%.

No índice acumulado dos sete primeiros meses de 2013, o emprego industrial registrou queda em onze locais, com destaque para a região Nordeste (–4,3%), seguida por Rio Grande do Sul (–2,4%), Pernambuco (–7,4%), Bahia (–5,3%) e São Paulo (–0,3%). Paraná (0,9%) e Santa Catarina (1,0%) exerceram as pressões positivas mais importantes no acumulado dos sete meses do ano.

 

 
Setorialmente, o emprego industrial de julho, confrontado com mesmo mês de 2012, recuou em doze dos dezoito 18 setores pesquisados. Os principais impactos sobre a média nacional foram: calçados e couro (–5,5%), produtos de metal (–3,5%), máquinas e equipamentos (–2,5%), outros produtos da indústria de transformação (–3,6%), produtos têxteis (–3,4%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–2,5%). Os principais impactos positivos ocorreram em alimentos e bebidas (1,8%), borracha e plástico (3,4%) e meios de transporte (1,5%).

No ano até julho, treze dos dezoito setores investigados assinalaram diminuição do contingente de trabalhadores industriais: calçados e couro (–5,4%), vestuário (–3,7%), outros produtos da indústria de transformação (–4,2%), produtos têxteis (–3,7%), máquinas e equipamentos (–1,8%) e madeira (–5,1%), enquanto alimentos e bebidas (1,9%) e borracha e plástico (2,9%) responderam pelas principais influências positivas.

Folha de Pagamento Real. Em julho, a folha de pagamento real do setor industrial apresentou alta de 0,4% frente ao mês anterior, na série livre de efeitos sazonais. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a folha de pagamento real apresentou aumento de 3,4%, apoiada pelos resultados positivos em doze localidades pesquisadas e dez setores. No ano até julho, a variação acumulada foi positiva de 2,8%.

Número de Horas Pagas. O número de horas pagas, indicador de futuras contratações de mão–de–obra na indústria, assinalou decréscimo de 0,3% na passagem de junho de 2013 para julho, já descontados os efeitos sazonais. Esta variação negativa ocorreu após duas quedas consecutivas. Contra julho de 2012, o número de horas pagas decresceu 0,8%. No acumulado de 2013 até julho, a queda das horas pagas na indústria cehgou a 0,8%.

 

 

 

 

 

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