6 de setembro de 2013

Indústria Regional
Bom e mau resultado


   

 
Os dados regionais divulgados hoje pelo IBGE revelam que a forte queda de 2,0% da produção industrial brasileira registrada em julho deveu-se, em grande medida, ao desempenho negativo das atividades de uma única indústria.

Isso tem um lado bom: embora em nove dos catorze locais pesquisados pelo IBGE tenha, de fato, ocorrido retração da produção industrial no mês de julho com relação a junho (com ajuste sazonal), esses recuos não foram tão acentuados e quase todos ficaram abaixo ou mesmo muito abaixo daquela queda registrada para a média da indústria (–2,0%, como supracitado).

Em outras palavras, não se viu, na maioria das indústrias dos diferentes estados do Brasil, a mesma intensidade do “tombo” da produção industrial de julho que foi captada pela média geral.

No entanto, há um lado bastante desfavorável que também é revelado pelos dados do IBGE. A principal causa para a queda da produção industrial como um todo foi o acentuadíssimo recuo de 4,1% da produção da indústria de São Paulo no mês de julho.

Vale lembrar que, por ser a mais diversificada, a indústria de São Paulo está menos sujeita a oscilações da produção de um ou outro ramo industrial específico. Isso significa que o movimento de recuo da produção industrial em julho teve, sim, um caráter mais geral, ou ainda, ele refletiu o encolhimento das atividades produtivas em diferentes segmentos da indústria.

Além disso, o expressivo resultado negativo da produção industrial paulista em julho – marcado, sobretudo, pelos resultados adversos nos segmentos farmacêutico e de máquinas para escritório e equipamentos de informática – coloca uma preocupação maior com o desempenho da indústria brasileira no segundo semestre deste ano. A expectativa era a de que os seis últimos meses de 2013 seriam mais robustos do que os seis meses iniciais.

Ainda assim, no acumulado do ano até julho, o resultado da produção industrial é positivo, de 2,0%. Ele refletiu o avanço da produção em onze das catorze localidades pesquisadas pelo IBGE: Bahia (7,0%), Rio Grande do Sul (6,0%), Amazonas (3,3%), Goiás (3,2%), Paraná (2,6%), São Paulo (2,5%), Região Nordeste (2,4%) e Ceará (2,2%), Rio de Janeiro (1,6%), Pernambuco (1,0%) e Santa Catarina (0,9%).
 

 
De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal – Regional do IBGE, na passagem de junho para julho a produção industrial recuou em nove dos catorze locais pesquisados. Os recuos mais intensos foram registrados nos estados de São Paulo (–4,1%), Pernambuco (–2,3%). Os estados de Santa Catarina (–1,1%), Amazonas (–0,9%), Espírito Santo (–0,9%), Minas Gerais (–0,7%), Rio Grande do Sul (–0,4%), Região Nordeste (–0,3%) e Rio de Janeiro (–0,1%), também apresentaram redução no ritmo de produção. Por outro lado, Pará (3,0%), Paraná (1,9%), Ceará (1,5%), Goiás (1,3%) e Bahia (0,5%), apresentaram alta em sua produção.

Na base de comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, doze dos cartoze estados mostraram expansão na produção em julho. Vale ressaltar que o mês de julho (23 dias) teve um dia útil a mais quando comparado com o mês do ano anterior. Os avanços mais intensos foram observados nos estados do Rio Grande do Sul (13,8%), Bahia (13,4%), Goiás (10,6%) e Amazonas (10,2%). Com resultados acima da média nacional, observamos também que os estados do Paraná (9,8%), Região Nordeste (5,6%), Ceará (5,5%), Santa Catarina (3,9%), Pernambuco (3,8%) e Rio de Janeiro (2,1%), enquanto Pará (0,4%) e São Paulo (0,2%) mostraram crescimento mais moderado nesse mês. Por outro lado, Espírito Santo (–4,6%) e Minas Gerais (–1,3%) apontaram resultados negativos no índice mensal.

A produção industrial acumulada nos sete primeiros meses de 2013 avançou em onze das quatorze localidades, com oito delas avançando acima da média nacional (2,0%): Bahia (7,0%), Rio Grande do Sul (6,0%), Amazonas (3,3%), Goiás (3,2%), Paraná (2,6%), São Paulo (2,5%), Região Nordeste (2,4%) e Ceará (2,2%). Rio de Janeiro (1,6%), Pernambuco (1,0%) e Santa Catarina (0,9%), completaram o conjunto de variações positivas. Por outro lado, os estados do Espírito Santo (–8,7%) e Pará (–8,6%), assinalaram os recuos mais acentuados.

A produção industrial acumulada nos últimos doze meses até julho apresentou alta em sete das quatorze localidades. As localidades que se destacaram foram: Goiás, que passou de 0,5% para 2,5%, Amazonas (de –3,1% para –1,2%), Rio Grande do Sul (de –1,1% para 0,7%), Paraná (de –5,8% para –4,4%) e Bahia (de 5,9% para 7,0%).

 

 
Espírito Santo. Em julho, frente junho, com dados já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial capixaba apresentou recuo de 0,9%. No confronto com julho de 2012, constatou–se queda de 4,6%, taxa influenciada principalmente pelos setores: alimentos e bebidas (–25,1%) e indústrias extrativas (–2,7%). No acumulado no ano até julho, a produção industrial recuou 8,7%, com destaque para a queda nos setores de: alimentos e bebidas (–24,6%), metalurgia básica (–33,1%) e celulose, papel e produtos de papel (–1,7%).

Minas Gerais. Em julho frente a junho, a indústria mineira apresentou recuo de 0,7% – com ajuste sazonal. Na comparação mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), o estado registrou queda de 1,3% em julho, taxa impulsionada pelos setores de: veículos automotores (–19,9%), metalurgia básica (–8,4%) e indústria extrativa (–3,8%). No acumulado no ano até julho, a produção industrial recuou 0,2%, com destaque para a queda nos setores de: indústria extrativa (–6,2%), metalurgia básica (–5,3%) e outros produto químicos (–9,0%).

Bahia. A produção industrial gaúcha apresentou alta de 0,5% no mês de julho com relação a junho, com dados já descontados dos efeitos sazonais,. No confronto com julho de 2012, constatou–se avanço de 13,4%, taxa influenciada pelos setores: metalurgia básica (100,2%), veículos automotores (66,0%) e refino de petróleo e produção de álcool (14,9%). No acumulado do ano até julho, a produção industrial atingiu alta de 7,0% – destaque para a alta no setor de metalurgia básica (28,9%), refino de petróleo e produção de álcool (16,7%) e produtos químicos (3,5%). Por outro lado, o setor de alimentos e bebidas (5,7%) apontou recuo em sua produção.

 

 

 

 

 

 

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