9 de agosto de 2013

Emprego Industrial
Retração que reflete o débil
desempenho da produção


   

 
Na indústria brasileira, a reação da produção observada no primeiro semestre deste ano não foi seguida pelo emprego. Pelo contrário, a produção industrial cresceu 1,9% nos seis primeiros meses do ano e o emprego industrial caiu 0,7% no mesmo período. Há, portanto, um evidente descasamento entre produção e emprego industriais.

Isso se explica pelo fato de as atividades produtivas da indústria nacional não apresentarem um comportamento consistente – e muito menos robusto – ao longo deste ano. Oscilando demasiadamente no primeiro semestre, a produção industrial cresceu a uma taxa média entre 0,2% e 0,3% ao mês, um ritmo de expansão muito tímido para o semestre que passou, pois, ao ser acumulada (+1,9%), essa taxa de crescimento não conseguiu fazer frente à forte retração de 3,8% da mesma produção registrada no primeiro semestre de 2012.

O que ficou claro no primeiro semestre deste ano é que as decisões de quanto produzir, mesmo para o curto prazo, não foi tarefa fácil para boa parte das empresas brasileiras dos mais diferentes segmentos industriais. Daí o movimento de fortes ajustes de estoques nos meses iniciais do ano, o qual pode ser deduzido por meio da oscilação mensal dos níveis de produção industrial.

Apesar disso, pode-se dizer que a indústria entrou, ainda que de modo frágil e tímido, numa trajetória de recuperação de seus níveis de produção, mas o emprego industrial, devido exatamente a essa debilidade produtiva, não avança.

O fato é que as expectativas dos empresários industriais relativas a seus negócios precisarão ficar mais positivas e “firmes” para que se possa observar alguma reação pelo lado do emprego industrial. Isso ocorrerá quando eles perceberem uma melhora mais significativa em seus mercados, ou ainda, quando a economia brasileira e os mercados externos se mostrarem mais favoráveis.

O que se observou foi um primeiro semestre muito ruim para o emprego industrial. É o que mostram os dados do IBGE: o número de ocupados na indústria brasileira recuou em dez dos quatorze locais e em doze dos dezoito setores investigados. Entre os locais, destacam-se, com elevadas retrações do emprego industrial, Região Nordeste (–4,3%), Rio Grande do Sul (–2,4%), Pernambuco (–7,8%) e Bahia (–4,9%).

Setorialmente, os principais recuos da ocupação industrial foram registrados nos segmentos de vestuário (–4,1%), calçados e couro (–5,4%), outros produtos da indústria de transformação (–4,3%), produtos têxteis (–3,8%), máquinas e equipamentos (–1,6%) e madeira (–5,1%).

Leia aqui o texto completo desta Análise.