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Na indústria brasileira, a reação da produção
observada no primeiro semestre deste ano não foi seguida
pelo emprego. Pelo contrário, a produção
industrial cresceu 1,9% nos seis primeiros meses do ano e o emprego
industrial caiu 0,7% no mesmo período. Há, portanto,
um evidente descasamento entre produção e emprego
industriais.
Isso se explica
pelo fato de as atividades produtivas da indústria nacional
não apresentarem um comportamento consistente – e
muito menos robusto – ao longo deste ano. Oscilando demasiadamente
no primeiro semestre, a produção industrial cresceu
a uma taxa média entre 0,2% e 0,3% ao mês, um ritmo
de expansão muito tímido para o semestre que passou,
pois, ao ser acumulada (+1,9%), essa taxa de crescimento não
conseguiu fazer frente à forte retração de
3,8% da mesma produção registrada no primeiro semestre
de 2012.
O que ficou
claro no primeiro semestre deste ano é que as decisões
de quanto produzir, mesmo para o curto prazo, não foi tarefa
fácil para boa parte das empresas brasileiras dos mais
diferentes segmentos industriais. Daí o movimento de fortes
ajustes de estoques nos meses iniciais do ano, o qual pode ser
deduzido por meio da oscilação mensal dos níveis
de produção industrial.
Apesar disso,
pode-se dizer que a indústria entrou, ainda que de modo
frágil e tímido, numa trajetória de recuperação
de seus níveis de produção, mas o emprego
industrial, devido exatamente a essa debilidade produtiva, não
avança.
O fato é
que as expectativas dos empresários industriais relativas
a seus negócios precisarão ficar mais positivas
e “firmes” para que se possa observar alguma reação
pelo lado do emprego industrial. Isso ocorrerá quando eles
perceberem uma melhora mais significativa em seus mercados, ou
ainda, quando a economia brasileira e os mercados externos se
mostrarem mais favoráveis.
O que se observou
foi um primeiro semestre muito ruim para o emprego industrial.
É o que mostram os dados do IBGE: o número de ocupados
na indústria brasileira recuou em dez dos quatorze locais
e em doze dos dezoito setores investigados. Entre os locais, destacam-se,
com elevadas retrações do emprego industrial, Região
Nordeste (–4,3%), Rio Grande do Sul (–2,4%), Pernambuco
(–7,8%) e Bahia (–4,9%).
Setorialmente,
os principais recuos da ocupação industrial foram
registrados nos segmentos de vestuário (–4,1%), calçados
e couro (–5,4%), outros produtos da indústria de
transformação (–4,3%), produtos têxteis
(–3,8%), máquinas e equipamentos (–1,6%) e
madeira (–5,1%).
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Em junho, o emprego na indústria apresentou estabilidade frente
a maio, na série livre de efeitos sazonais, após queda de
0,4% no mês anterior. Na comparação com o mesmo mês
de 2012, houve uma queda de 0,4%. Na análise trimestral, frente
ao mesmo trimestre do ano anterior, o emprego decresceu 0,5%. No acumulado
do primeiro semestre do ano, em comparação a igual período
de 2012, o emprego industrial caiu 0,7%, enquanto que no acumulado dos
últimos doze meses a variação foi de –1,1%.
Regionalmente, no
confronto entre junho de 2013 e junho de 2012, o principal impacto negativo
sobre a média global foi observado em Região Nordeste (–3,5%),
pressionado em grande parte pelas taxas negativas em quatorze dos dezoito
setores investigados, seguido por Rio Grande do Sul (–2,1%), Bahia
(–5,6%) e Pernambuco (–5,9%).
Na comparação
do segundo trimestre do ano frente ao mesmo trimestre do ano passado,
houve diminuição do ritmo de queda, com destaque para Pernambuco
(de –9,1% para –6,3%), Rio Grande do Sul (de –3,0% para
–1,8%), Região Norte e Centro–Oeste (de 0,0% para 1,0%),
Região Nordeste (de –4,8% para –3,7%) e Santa Catarina
(de 0,5% para 1,4%).
No primeiro semestre
de 2013, o emprego industrial permaneceu em queda (–0,7%), com taxas
negativas em 10 dos 14 locais, com destaque para Região Nordeste
(–4,3%), Rio Grande do Sul (–2,4%), Pernambuco (–7,8%),
Bahia (–4,9%) e São Paulo (–0,3%). Por outro lado,
Paraná (1,1%) e Santa Catarina (1,0%) exerceram as pressões
positivas mais importantes.
Já, em termos
setoriais, no confronto junho 2013 com junho 2012, o total do pessoal
ocupado assalariado recuou em dez dos dezoito ramos pesquisados, com destaque
para as pressões negativas vindas de calçados e couro (–5,4%),
outros produtos da indústria de transformação (–3,8%),
máquinas e equipamentos (–1,7%), vestuário (–1,8%),
madeira (–4,4%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (–1,6%). Por outro lado, os principais
impactos positivos sobre a média da indústria foram observados
nos setores de alimentos e bebidas (1,7%), borracha e plástico
(2,5%) e meios de transporte (1,3%).
Na análise
por trimestres, o maior dinamismo foi observado em dez setores, com destaque
para vestuário (de –6,2% para –1,8%), produtos têxteis
(de –5,2% para –2,3%), meios de transporte (de –1,4%
para 0,6%), refino de petróleo e produção de álcool
(de –3,2% para –1,5%) e papel e gráfica (de –1,7%
para –0,1%).
No primeiro semestre
de 2013, as contribuições negativas mais relevantes vieram
de vestuário (–4,1%), calçados e couro (–5,4%),
outros produtos da indústria de transformação (–4,3%),
produtos têxteis (–3,8%), máquinas e equipamentos (–1,6%)
e madeira (–5,1%), enquanto os setores de alimentos e bebidas (1,9%)
e de borracha e plástica (2,8%) responderam pelas principais influências
positivas.
Número
de Horas Pagas. O número de horas pagas aos trabalhadores
na indústria apresentou queda de 0,6% na passagem de maio para
junho, na série dessazonalizada, após recuo de 0,7% em maio.
Frente a junho de 2012, houve queda de 0,4% das horas pagas na indústria.
Na comparação acumulada do ano, houve decréscimo
de 0,9%. No acumulado dos últimos 12 meses frente ao período
imediatamente anterior, as contratações da indústria
registraram queda de 1,4%.
Folha de Pagamento
Real per capita. Em junho, frente a maio, este índice
apresentou recuo de 1,4%. Frente a junho de 2012, o resultado manteve–se
positivo: 2,3%. No acumulado do primeiro semestre de 2013, o aumento foi
de 2,7%, enquanto no acumulado dos últimos doze meses, houve variação
positiva de 3,8%.
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