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Com crescimento de 1,9% em junho (frente a maio, com ajuste sazonal),
a produção física da indústria brasileira
fechou o primeiro semestre deste ano com expansão de 1,9%.
Como pode ser observado na série de dados do IBGE, a produção
industrial apresentou um movimento de gangorra nos primeiros seis
meses deste ano, subindo e descendo mês após mês:
2,7%, –2,2%, 0,9%, 1,8%, –1,8%, 1,9%, nessa ordem,
de janeiro a junho.
Esse movimento
é explicado por fatores pontuais (como, por exemplo, os
incentivos de IPI para automóveis e a retomada da produção
de caminhões após a paralisação, devido
a normas técnicas, ocorrida no ano passado), bem como por
um ciclo de ajustes de estoques nos mais diferentes segmentos
da indústria nacional, o qual está refletindo uma
avaliação muito tênue dos empresários
sobre a economia brasileira e mesmo sobre o setor externo, ou
ainda, esse ciclo de ajustes de estoques está ligado a
expectativas ainda nada firmes do empresariado industrial.
Portanto,
a análise dos resultados da produção industrial
na margem (mês contra mês imediatamente anterior,
com ajuste sazonal), ainda que seja sempre relevante para sinalizar
tendências, pode não ser a melhor opção
para se traçar o caminho da indústria neste momento.
É preciso reafirmar que a produção industrial
está numa trajetória de crescimento, mas muito tímida
(está avançando a uma taxa média entre 0,2%
e 0,3% ao mês, algo mais próximo do que vem ocorrendo
com o setor de bens intermediários) e bastante frágil
(não se percebe um crescimento mais generalizado e consistente).
É provável que a produção industrial
feche ao ano com expansão de 2,5%, uma taxa não
muito favorável, pois somente “devolve” a queda
de 2,6% registrada em 2012.
Alguns pontos
do desempenho da indústria no primeiro semestre de 2013
devem ser destacados. O aumento de 4,9% da produção
do setor de bens duráveis no acumulado dos seis primeiros
meses deste ano reflete, em grande parte, os incentivos do governo
dados ao segmento de automóveis e outros bens duráveis.
Isso mostra que tais incentivos surtiram efeitos positivos. Mas,
hoje, tais efeitos de disseminação para outros ramos
da indústria são menos significativos do que em
outros tempos.
No setor de
bens semi e não duráveis, houve um crescimento importante
da produção da ordem de 2,9% no mês de junho
com relação a maio, com ajuste sazonal. É
um resultado robusto e que pode sinalizar uma retomada da produção
desse setor, o qual vinha amargando resultados negativos ou fracos
desde o início do ano – somente os resultados dos
próximos meses poderão confirmar essa retomada.
No acumulado do primeiro semestre, a produção de
bens semi e não duráveis apresenta retração
de 0,6%, o que espelha a queda da renda real decorrente da inflação.
A produção
do setor de bens intermediários, o de maior peso dentro
da indústria, cresceu 0,4% no acumulado do primeiro semestre
deste ano. O desempenho fraco desse setor decorre da forte concorrência
com o produto importado e das dificuldades de exportação,
algo que ficou mais evidente neste ano para a indústria
brasileira como um todo e, particularmente, para bens intermediários.
Por fim, a
produção do setor de bens de capital avançou
13,8% nos seis primeiros meses deste ano. Para além do
fator “baixa base de comparação” (já
que, no mesmo período de 2012, a produção
desse setor havia caído 12,5%) e do efeito “caminhões”,
esse é um resultado que deve ser considerado significativo
e indicativo de que os investimentos na economia voltaram neste
primeiro semestre. Esse avanço do setor de bens de capital
é o principal destaque da indústria nacional no
primeiro semestre deste ano. A expectativa é que, no segundo
semestre, esse setor continue se expandindo em praticamente todos
seus segmentos.
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Segundo dados do IBGE, a indústria brasileira avançou 1,9%
em junho comparativamente maio, na série com dados dessazonalizados.
Na comparação com junho de 2012, houve avanço da
produção industrial em 3,1%, terceira taxa positiva consecutiva
nesse tipo de comparação. No acumulado de 2013, a indústria
brasileira assinalou expansão de 1,9% e, no acumulado dos últimos
doze meses até junho frente a igual período imediatamente
anterior, a produção industrial mostrou expansão
de 0,2%, mantendo a trajetória ascendente iniciada em dezembro
do ano passado.
Dentre as categorias
de uso, na comparação com maio, a produção
de bens de capital avançou 6,3%. Os segmentos de bens consumo duráveis
(3,6%) e bens de consumo semi e não duráveis (2,9%) também
obtiveram variação positivas nesse mês. Já
a produção do setor de bens de consumo intermediários
ficou estagnada.
No confronto com igual
mês do ano anterior, bens de capital (18,0%) e bens de consumo duráveis
(4,5%) foram os que mais cresceram, seguidos de bens de consumo semi e
não duráveis (2,3%) e de bens intermediários (0,4%).
No acumulado de 2013,
a produção de bens de capital (13,8%) e bens de consumo
duráveis (4,9%) também apresentou taxas de variação
expressivas. A produção de bens intermediários (0,4%)
apontou ligeira variação positiva, enquanto a de bens de
consumo semi e não duráveis, com redução de
0,6%, assinalou o único resultado negativo no índice acumulado
dos seis primeiros meses do ano.
Em comparação
com maio de 2013, com dados dessazonalizados, foi verificado crescimento
no nível de produção em 22 dos 27 ramos produtivos
contemplados na pesquisa do IBGE. Os destaques positivos ficaram em farmacêutica
(8,8%), máquinas e equipamentos (3,2%), outros equipamentos de
transporte (8,3%) e veículos automotores (2,0%). Outras contribuições
positivas relevantes vieram de máquinas para escritório
e equipamentos de informática (11,4%), indústrias extrativas
(2,4%), celulose, papel e produtos de papel (2,9%), produtos de metal
(3,5%) e alimentos (0,9%). Por outro lado a principal pressão negativa
sobre a média da indústria foi registrado por refino de
petróleo e produção de álcool (–4,1%).
Na comparação
com o mesmo mês de 2012, a indústria avançou 3,1%,
com expansão em 13 das 27 atividades pesquisadas. Os principais
impactos positivos ocorreram no ramo de veículos automotores (15,4%),
máquinas e equipamentos (10,0%), refino de petróleo e produção
de álcool (5,9%), borracha e plástico (9,7%) e de outros
produtos químicos (4,4%). Entre as 14 atividades que reduziram
a produção, os principais impactos negativos foram em edição,
impressão e reprodução de gravações
(–6,7%), bebidas (–5,4%), indústrias extrativas (–2,7%)
e produtos de metal (–4,2%).
No acumulado do ano,
a indústria cresceu 1,9%, com aumento da produção
em 15 dos 27 ramos investigados. Os principais impactos positivos foram
observados em veículos automotores (14,9%), refino de petróleo
e produção de álcool (8,7%), máquinas e equipamentos
(4,7%), outros equipamentos de transporte (7,3%), borracha e plástico
(5,7%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (7,1%).
Entre as 12 atividades que reduziram a produção, os principais
impactos foram em indústrias extrativas (–6,4%), edição,
impressão e reprodução de gravações
(–10,0%), metalurgia básica (–3,8%) e farmacêutica
(–3,5%).
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