10 de julho de 2013

Emprego Industrial
Em um longo compasso de espera


   

 
O emprego industrial passa por um dos seus piores momentos. À espera de uma recuperação mais consistente da produção industrial, o número de ocupados na indústria brasileira vem apresentando um comportamento débil desde dezembro de 2010. Depois de quedas, estagnações e alguns suspiros de crescimento ao longo desse período, o emprego industrial voltou a cair em maio deste ano: –0,5%, certamente tendo sido afetado pelo desânimo empresarial decorrente do retrocesso industrial de 2% no mesmo mês de maio. Vale lembrar que, nos quatro primeiros meses de 2013, as taxas de variação foram: 0,0%, 0,0%, 0,2%, e 0,0%, nessa ordem, de janeiro a abril – todas as taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o emprego industrial recuou 0,7% em maio último, vigésima taxa negativa consecutiva registrada nessa comparação. Como resultado, no acumulado deste ano até maio frente igual período de 2012, o número de ocupados na indústria assinalou retração de 0,8%, um desempenho bastante adverso, já que, nos cinco primeiros meses do ano passado, o emprego industrial também amargava uma queda (e mais expressiva, de –1,1%). Ou seja, o emprego industrial vem recuando neste ano na comparação com um período em que ele já estava bastante deprimido.

Para esse resultado negativo do emprego industrial no acumulado dos cinco primeiros meses de 2013, a Região Nordeste (–4,4%) exerceu a principal influência negativa, seguida por Rio Grande do Sul (–2,5%), Pernambuco (–8,1%), São Paulo (–0,5%), Bahia (–4,7%) e Espírito Santo (–4,0%). Em termos setoriais, os principais impactos negativos vieram dos segmentos de vestuário (–5,0%), calçados e couro (–5,5%), outros produtos da indústria de transformação (–4,3%), produtos têxteis (–4,1%), máquinas e equipamentos (–1,7%) e madeira (–5,2%).

O fato é que os índices do IBGE mostram que o movimento de encolhimento do emprego industrial neste ano é generalizado: queda em dez dos catorze locais e em doze dos dezoito setores investigados. E o que esperar para os próximos meses? Como dito acima, o emprego industrial só irá reagir quando a produção industrial começar a crescer de modo mais consistente, algo que não se verificou até agora e talvez não venha a se concretizar nos próximos meses.

Leia aqui o texto completo desta Análise.