O emprego industrial passa por um dos seus piores momentos. À
espera de uma recuperação mais consistente da produção
industrial, o número de ocupados na indústria brasileira
vem apresentando um comportamento débil desde dezembro
de 2010. Depois de quedas, estagnações e alguns
suspiros de crescimento ao longo desse período, o emprego
industrial voltou a cair em maio deste ano: –0,5%, certamente
tendo sido afetado pelo desânimo empresarial decorrente
do retrocesso industrial de 2% no mesmo mês de maio. Vale
lembrar que, nos quatro primeiros meses de 2013, as taxas de variação
foram: 0,0%, 0,0%, 0,2%, e 0,0%, nessa ordem, de janeiro a abril
– todas as taxas calculadas com relação ao
mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.
Na comparação
com o mesmo mês do ano anterior, o emprego industrial recuou
0,7% em maio último, vigésima taxa negativa consecutiva
registrada nessa comparação. Como resultado, no
acumulado deste ano até maio frente igual período
de 2012, o número de ocupados na indústria assinalou
retração de 0,8%, um desempenho bastante adverso,
já que, nos cinco primeiros meses do ano passado, o emprego
industrial também amargava uma queda (e mais expressiva,
de –1,1%). Ou seja, o emprego industrial vem recuando neste
ano na comparação com um período em que ele
já estava bastante deprimido.
Para esse
resultado negativo do emprego industrial no acumulado dos cinco
primeiros meses de 2013, a Região Nordeste (–4,4%)
exerceu a principal influência negativa, seguida por Rio
Grande do Sul (–2,5%), Pernambuco (–8,1%), São
Paulo (–0,5%), Bahia (–4,7%) e Espírito Santo
(–4,0%). Em termos setoriais, os principais impactos negativos
vieram dos segmentos de vestuário (–5,0%), calçados
e couro (–5,5%), outros produtos da indústria de
transformação (–4,3%), produtos têxteis
(–4,1%), máquinas e equipamentos (–1,7%) e
madeira (–5,2%).
O fato é
que os índices do IBGE mostram que o movimento de encolhimento
do emprego industrial neste ano é generalizado: queda em
dez dos catorze locais e em doze dos dezoito setores investigados.
E o que esperar para os próximos meses? Como dito acima,
o emprego industrial só irá reagir quando a produção
industrial começar a crescer de modo mais consistente,
algo que não se verificou até agora e talvez não
venha a se concretizar nos próximos meses.
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