5 de julho de 2013

Indústria Regional
"Tranco" da indústria paulista
explica a retração de maio


   

 
A queda de 2,0% da produção industrial em maio deste ano decorreu, quase que exclusivamente, da retração das atividades produtivas da indústria de São Paulo, cuja taxa de variação foi, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE, de –3,7% com relação a abril, com ajuste sazonal. Ou ainda, quase 3/4 do recuo da produção nacional em maio são explicados pelo desempenho de São Paulo. Esse resultado negativo interrompeu a sequência de dois aumentos consecutivos registrados em março (0,6%) e abril (1,1%) na produção industrial paulista.

A princípio, isso pode trazer alguma preocupação, pois a retomada da produção da indústria brasileira vinha se sustentando, em grande medida, no desempenho da indústria paulista, a mais completa e integrada do país. No entanto, outros índices sugerem que o resultado de maio em São Paulo pode ter sido pontual, refletindo ajustes (reduções) de estoques de alguns segmentos de sua indústria – com destaque para os setores de veículos automotores; máquinas e equipamentos; farmacêutica; máquinas, aparelhos e materiais elétricos; e material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicação.

Na comparação com maio de 2012, a produção industrial de São Paulo aumentou 1,3%, segunda taxa positiva consecutiva nesse tipo de confronto (10,9% em abril). No acumulado dos cinco primeiros meses de 2013, houve crescimento de 2,8% (resultado do aumento da produção em doze das vinte atividades investigadas pelo IBGE no estado de São Paulo), acelerando seu ritmo de produção em relação ao primeiro trimestre do ano (0,7%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. Por sua vez, a taxa anualizada, ou ainda, o indicador acumulado nos últimos doze meses, ficou em –0,4% em maio, um resultado negativo, mas que é melhor do que o de abril (–1,1%) e que mantém a trajetória ascendente observada desde agosto de 2012.

Na indústria como um todo, o crescimento de 1,7% no acumulado dos cinco primeiros meses do ano decorreu da expansão da produção em oito dos quatorze locais pesquisados pelo IBGE: Rio de Janeiro (5,4%), Bahia (5,0%), Rio Grande do Sul (3,3%), São Paulo (2,8%), Amazonas (2,4%), Ceará (2,2%), Goiás (2,1%) e Região Nordeste (1,4%). Em linhas gerais, esses locais estão se beneficiando do melhor desempenho dos setores de bens de capital e de bens duráveis e, num nível mais desagregado, dos segmentos de refino de petróleo e produção de álcool, produtos têxteis, calçados e artigos de couro e alimentos. Por outro lado, os estados cuja produção é negativa nesse mesmo acumulado estão sofrendo, basicamente, os reveses do desempenho das indústrias extrativas e da metalurgia básica.
 

 
De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal – Regional do IBGE, na passagem de abril para maio, a produção industrial recuou em nove dos catorze locais pesquisados. Os recuos mais intensos foram registrados nos estados de São Paulo (–3,7%) e Santa Catarina (–2,5%), seguidos por Ceará (–1,9%), Rio de Janeiro (–0,8%), Região Nordeste (–0,6%), Pará (–0,4%), Espírito Santo (–0,3%), Amazonas (–0,2%) e Bahia (–0,1%). Por outro lado, Goiás (3,2%) mostrou o avanço mais acentuado, com Minas Gerais (1,1%), Paraná (0,9%), Rio Grande do Sul (0,7%) e Pernambuco (0,6%) em sequência.

Na comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, nove dos catorze locais mostraram expansão na produção em maio de 2013. Os avanços mais intensos foram observados no Amazonas (6,6%) e na Bahia (5,5%). Outros estados em que a produção industrial também apontou expansão foram: Paraná (4,7%), Pernambuco (4,4%), Rio Grande do Sul (4,3%), Rio de Janeiro (3,0%), Região Nordeste (2,2%), São Paulo (1,3%) e Minas Gerais (1,0%). Por outro lado, no Pará (–19,6%), no Espírito Santo (–5,6%), em Santa Catarina (–2,7%), no Ceará (–0,6%) e em Goiás (–0,4%), houve recuo da atividade produtiva industrial.

A produção industrial acumulada nos cinco primeiros meses de 2013 avançou em oito das quatorze localidades, com sete avançando acima da média nacional (1,7%): Rio de Janeiro (5,4%), Bahia (5,0%), Rio Grande do Sul (3,3%), São Paulo (2,8%), Amazonas (2,4%), Ceará (2,2%) e Goiás (2,1%). Região Nordeste (1,4%). Pernambuco não obteve variação (0,0%).

A produção industrial acumulada nos últimos doze meses encerrados em maio apresentou queda em oito das quatorze localidades. As localidades que registram as maiores quedas são: Amazonas, que passou de –5,4% para –3,7%, Espírito Santo (de –8,9% para –8,2%), São Paulo (de –1,1% para –0,4%) e Rio de Janeiro (de –0,6% para 0,1%).

 

 
Pará. Em maio, frente abril, com dados já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial paraense apresentou recuo de 0,4%. No confronto com maio de 2012, constatou–se recuo de 19,6%, taxa influenciada principalmente pelos setores: indu´strias extrativas (–23,1%), metalurgia ba´sica (–17,7%) e celulose, papel e produtos de papel (–38,2%). No acumulado no ano de 2013 a produção industrial recuou (11,0%), com destaque para a queda nos setores de: indústria extrativa (–12,4%), metalurgia básica (–10,8%) e celulose, papel e produtos de papel (–32,4%).

Bahia. Em maio, a indústria baiana apresentou recuo de (0,1%) na comparação com dados livres de efeitos sazonais. Na comparação mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), o estado registrou alta de 5,5%, taxa impulsionada pelos setores de: metalurgia ba´sica (–36,3%), produtos químicos (7,9%) e celulose, papel e produtos de papel (6,8%). No acumulado no ano de 2013 a produção industrial avançou (5,0%), com destaque para a alta nos setores de: refino de petróleo e produção de álcool (16,9%), metalurgia ba´sica (16,3%) e celulose, papel e produtos de papel (6,2%).

Goiás. Em maio, frente abril, com dados já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial goiana apresentou alta de 3,2%. No confronto com maio de 2012, constatou–se recuo de 0,4%, taxa influenciada pelos setores: alimentos e bebidas (–5,3%), metalurgia básica (–4,1%) e minerais não–metálicos (–3,2%). No acumulado do ano em 2013 a produção industrial atingiu alta de (2,1%), destaque para a alta no setor de alimentos e bebidas (5,5%). Por outro lado, minerais não–metálicos (–7,2%) foi o único setor a obter taxa negativa.

 
 

 

 

 

 

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