2 de julho de 2013

Indústria
Tendência ainda de crescimento


  

 
A retração de 2,0% da produção da indústria brasileira no mês de maio, segundo divulgação do IBGE, não reverte sua trajetória anterior, ou seja, a tendência da produção industrial ainda é de crescimento, embora modesto. Vale observar que a queda registrada em maio foi puxada, em boa medida, pelos ramos de alimentos (–4,4%), máquinas e equipamentos (–5,0%), veículos automotores (–2,9%) e perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (–8,2%), ramos nos quais a produção havia, em abril, apresentado expansões importantes de, respectivamente, 4,3%, 9,0%, 7,8% e 9,1% – todas as taxas de variação calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.

Nota-se, portanto, que tais segmentos industriais, ao diminuírem sua produção, “devolveram”, em maio, parte do crescimento ocorrido em abril. O mês de maio pode ser caracterizado como um mês de ajuste de estoques, ou ainda, um mês que deixou claro que há um ciclo de estoques em diferentes ramos da indústria nacional, do qual não se sabe ao certo a duração, mas que poderá levar a oscilações da produção industrial nos próximos meses.

Como dito acima, a tendência continua sendo de crescimento, como indica a média móvel trimestral de maio, cuja taxa de variação foi de 0,2%. Aliás, a produção industrial está crescendo, mensalmente, mais próximo dessa taxa (ou algo em torno de 0,3% ao mês), ou ainda, mais próximo do desempenho do setor de bens intermediários.

Esse crescimento da produção industrial, ainda que positivo, é frágil (pois não é generalizado) e muito pouco vigoroso (dada sua taxa de evolução). Apesar de um câmbio mais favorável, as condições estruturais (infra-estrutura, custos tributários e de energia e logística, etc.) que impedem uma maior competitividade da indústria nacional e, por conseguinte, sua arrancada, ainda estão postas. Para se ter uma idéia dos últimos anos nada favoráveis vividos pela indústria brasileira, o nível da produção estava, em maio deste ano, 3,3% aquém daquele de setembro de 2008, mês do agravamento da crise internacional e de pico da atividade industrial.

Para 2013, a expectativa é de um crescimento de 2,5% da produção industrial. Até maio deste ano, a atividade da indústria acumula aumento de 1,7%, com destaque para a produção de bens de capital (13,3%) e bens de consumo duráveis (4,6%). Em termos setoriais, em doze dos vinte e sete ramos pesquisados pelo IBGE houve crescimento nos cinco primeiros meses de 2013. Os principais impactos positivos vieram dos ramos de veículos automotores (14,3%), refino de petróleo e produção de álcool (9,2%), máquinas e equipamentos (4,2%), outros equipamentos de transporte (7,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (7,3%) e borracha e plástico (4,9%). Já os principais impactos negativos vieram das indústrias extrativas (–7,2%), edição, impressão e reprodução de gravações (–9,1%), metalurgia básica (–4,8%), farmacêutica (–3,9%) e produtos têxteis (–4,6%).

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