12 de junho de 2013

Emprego Industrial
Estagnado, mas com possível melhora


   

 
O emprego industrial continuou com resultados ruins no mês abril: ficou estagnado com relação a março (0,0%, com ajuste sazonal) e caiu 0,5% frente o mesmo período do ano passado. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o número de ocupados na indústria brasileira recuou 0,9%.

Como já foi assinalado por esta Análise, o emprego industrial não está acompanhando a produção industrial, a qual, a partir de março, começou a dar sinais de retomada, ainda que modestamente. Isso faz sentido, pois se espera que o emprego comece a reagir após a produção apresentar uma trajetória de crescimento mais consistente.

No entanto, nos números divulgados hoje pelo IBGE relativos ao mercado de trabalho da indústria já podem ser notados alguns indícios de melhores perspectivas para o emprego industrial. De fato, observa-se que o número de horas pagas em abril avançou 1,0% na comparação com março, com ajuste sazonal, um primeiro sinal de que, mais para frente, novos postos de trabalho poderão ser abertos.

E mais: no estado de São Paulo, o emprego industrial reagiu e aumentou 0,1% em abril com relação a igual mês de 2012 – algo que não ocorria desde abril de 2011! Nessa mesma comparação, o número de horas pagas na indústria paulista cresceu 1,3%.

Como foi dito acima, o quadro do emprego na indústria no primeiro quadrimestre deste ano é muito desfavorável. A retração de 0,9% decorreu dos resultados negativos em dez dos catorze locais e em doze dos dezoito setores investigados pelo IBGE. Entre os locais, o número de ocupados recuou fortemente na Região Nordeste (–4,6%), no Rio Grande do Sul (–2,6%), em Pernambuco (–8,6%), em São Paulo (–0,5%) e na Bahia (–4,7%). Setorialmente, as principais influências negativas vieram de vestuário (–5,5%), calçados e couro (–5,3%), produtos têxteis (–4,6%), outros produtos da indústria de transformação (–4,2%), madeira (–5,4%), máquinas e equipamentos (–1,3%) e meios de transporte (–1,1%).
 

 
Em abril, o total dos ocupados na indústria geral não assinalou variação em relação ao mês anterior, a partir de dados livres dos efeitos sazonais, após ter registrado 0,2% março. No confronto entre abril 2013 e abril 2012, verificou–se queda dos ocupados assalariados em 0,5%, a décima nona variação negativa consecutiva. No acumulado em 2013 a variação foi de –0,9%. Nos últimos 12 meses encerrados em abril, a ocupação na indústria total decresceu 1,3%.

Regionalmente, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve decréscimo do pessoal assalariado ocupado na indústria em oito dos quatorze locais pesquisados. O principal impacto negativo ocorreu na região Nordeste (–4,0%). Em Pernambuco (–7,3%), Bahia (–5,3%) e Rio Grande do Sul (–1,6%), houve também recuos importantes do emprego industrial. Por outro lado, Santa Catarina (1,4%) e Região Norte e Centro–Oeste (1,1%) apontaram as contribuições positivas mais relevantes para o emprego industrial do país.

No acumulado dos quatro meses iniciais deste ano frente o mesmo período de 2012, dez dos catorze locais pesquisados pelo IBGE apresentaram queda da ocupação industrial, com destaque para o recuo de 4,6% registrado pela Região Nordeste, seguido por Rio Grande do Sul (–2,6%), Pernambuco (–8,6%), São Paulo (–0,5%) e Bahia (–4,7%). Por outro lado, Paraná (1,4%) assinalou a taxa positiva com maior expressão nos quatro primeiros meses de 2013.

Em termos setoriais, no índice mensal, o total do pessoal ocupado assalariado recuou em onze dos dezoito ramos pesquisados, com destaque para as pressões negativas vindas de calçados e couro (–6,4%), outros produtos da indústria de transformação (–4,3%), vestuário (–3,0%), máquinas e equipamentos (–2,3%), madeira (–5,5%), produtos têxteis (–2,6%) e minerais não–metálicos (–2,1%). Os principais impactos positivos sobre a média da indústria foram observados nos setores de alimentos e bebidas (2,8%), borracha e plástico (2,7%) e produtos de metal (1,7%).

No acumulado do primeiro quadrimestre do ano, destacaram-se as variações negativas do emprego industrial nos setores de vestuário (–5,5%), calçados e couro (–5,3%), produtos têxteis (–4,6%), outros produtos da indústria de transformação (–4,2%), madeira (–5,4%), máquinas e equipamentos (–1,3%) e meios de transporte (–1,1%). Por outro lado, os setores de alimentos e bebidas (1,9%) e de borracha e plástica (2,6%) foram os responsáveis pelas principais influências positivas.

 

 
Número de Horas Pagas. O número de horas pagas na indústria, na passagem de março para abril, apresentou resultado positivo (1,0%) após registrar queda de 0,3% em março, em comparação feita a partir de dados livres de efeitos sazonais. Frente a igual mês do ano anterior, o número de horas pagas mostrou variação positiva de 0,1% em abril de 2013, interrompendo 19 meses de taxas negativas consecutivas nesse tipo de confronto. No índice acumulado no 1º quadrimestre de 2013, o número de horas pagas na indústria recuou 1,3%.

Folha de Pagamento Real. Na passagem entre março para abril de 2013, a folha de pagamento real registrou variação de 0,2%, após recuar 0,5%. O indicador mensal (mês/mesmo mês do ano anterior) assinalou acréscimo de 2,6%, 40ª taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação. No acumulado do ano, houve alta de 2,0%.

 

 

 

 

 

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