7 de junho de 2013

Indústria Regional
A retomada da indústria:
a evidência regional


   

 
Os resultados regionais da produção industrial divulgados hoje pelo IBGE fortalecem a análise de que há um movimento mais geral de retomada das atividades produtivas da indústria brasileira nos dois últimos meses do primeiro quadrimestre deste ano. De fato, a produção industrial avançou em dois meses consecutivos – todas as taxas de variação calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal - no Nordeste (0,4% em março e 1,2% em abril), em Minas (4,0% em março e 2,8% em abril) e em São Paulo (0,8% em março e 1,0% em abril).

Nos Sul, ainda que de modo mais modesto, a produção industrial também cresceu em abril em todos os seus estados: 0,2% no Rio Grande do Sul; 0,2% em Santa Catarina; e 0,1% no Paraná (neste último estado, a produção havia crescido expressivamente em março: 5,4%). Se a produção das indústrias do sul voltou a crescer, no Espírito Santo, onde a atividade industrial vinha amargando taxas de variação negativas desde novembro do ano passado, também foi registrado um aumento da produção em abril: 0,7% – uma vez mais, todas as taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.

Para abril, a indústria de Minas foi a que puxou para cima a produção industrial nacional. No entanto, pode-se observar que os excelentes resultados supracitados de março e abril da indústria mineira estão recompondo a forte queda de fevereiro (–11,0%). A consistência do movimento ascendente da indústria brasileira vem mais dos resultados positivos da produção industrial de São Paulo, não somente devido ao seu ritmo de crescimento, mas também pelo seu aspecto mais geral – um bom número de ramos da indústria paulista tem apresentado crescimento da produção.

O Rio de Janeiro, também com participação significativa do total da indústria nacional, não obteve um bom resultado: –0,4%. Esse registro negativo deve ser pontual, já que, provavelmente, está refletindo ajustes na produção de petróleo, ramo produtivo com forte influência na atividade industrial desse estado. Neste ano, a indústria do Rio tem colaborado positivamente com a produção industrial nacional.

Vale observar também que os segmentos da indústria que, neste ano, estão se destacando negativamente em quase todas as localidades onde estão presentes são: extrativa mineral (ferro), metalurgia e vestuário. Os resultados adversos no acumulado do ano até abril em Minas (–1,0%), no Pará (–8,5%) e no Espírito Santo (–10,6%) são explicados, em boa medida, pela evolução da produção de tais segmentos.

Na evolução quadrimestral (quadrimestre contra quadrimestre imediatamente anterior, com ajuste sazonal), também é possível constatar o movimento ascendente da produção industrial. Na indústria como um todo, o desempenho da produção foi a seguinte: –1,0%, –0,4%, 0,8% e 1,3%, respectivamente, no primeiro, segundo e terceiro quadrimestres do ano passado e primeiro deste ano. Em São Paulo, nessa mesma ordem, as variações foram: –0,7%, –0,7%, 2,1% e 1,8%. No Rio de Janeiro e em Minas: –3,7%, –0,1%, 2,3% e 2,6% e 0,8%, –1,1%, 3,5% e –5,3%, respectivamente. No Nordeste: 2,2%, –0,4%, 0,1% e 1,8% também no primeiro, segundo e terceiro quadrimestres do ano passado e primeiro deste ano, nessa ordem.

Nota-se que, nesses casos, a indústria começou a reagir já nos últimos meses do ano passado, diferentemente do que ocorreu nos estados do sul, onde a produção industrial somente apresentou resultados positivos no primeiro quadrimestre deste ano: –3,3%, –5,1%, –3,9% e 7,1% no Paraná; –0,6%, –0,6%, –1,0% e 2,1% em Santa Catarina; e –3,7%, –1,3%, –1,8% e 6,1% no Rio Grande do Sul.

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