Os resultados regionais da produção industrial divulgados
hoje pelo IBGE fortalecem a análise de que há um
movimento mais geral de retomada das atividades produtivas da
indústria brasileira nos dois últimos meses do primeiro
quadrimestre deste ano. De fato, a produção industrial
avançou em dois meses consecutivos – todas as taxas
de variação calculadas com relação
ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal - no Nordeste
(0,4% em março e 1,2% em abril), em Minas (4,0% em março
e 2,8% em abril) e em São Paulo (0,8% em março e
1,0% em abril).
Nos Sul, ainda
que de modo mais modesto, a produção industrial
também cresceu em abril em todos os seus estados: 0,2%
no Rio Grande do Sul; 0,2% em Santa Catarina; e 0,1% no Paraná
(neste último estado, a produção havia crescido
expressivamente em março: 5,4%). Se a produção
das indústrias do sul voltou a crescer, no Espírito
Santo, onde a atividade industrial vinha amargando taxas de variação
negativas desde novembro do ano passado, também foi registrado
um aumento da produção em abril: 0,7% – uma
vez mais, todas as taxas calculadas com relação
ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.
Para abril,
a indústria de Minas foi a que puxou para cima a produção
industrial nacional. No entanto, pode-se observar que os excelentes
resultados supracitados de março e abril da indústria
mineira estão recompondo a forte queda de fevereiro (–11,0%).
A consistência do movimento ascendente da indústria
brasileira vem mais dos resultados positivos da produção
industrial de São Paulo, não somente devido ao seu
ritmo de crescimento, mas também pelo seu aspecto mais
geral – um bom número de ramos da indústria
paulista tem apresentado crescimento da produção.
O Rio de Janeiro,
também com participação significativa do
total da indústria nacional, não obteve um bom resultado:
–0,4%. Esse registro negativo deve ser pontual, já
que, provavelmente, está refletindo ajustes na produção
de petróleo, ramo produtivo com forte influência
na atividade industrial desse estado. Neste ano, a indústria
do Rio tem colaborado positivamente com a produção
industrial nacional.
Vale observar
também que os segmentos da indústria que, neste
ano, estão se destacando negativamente em quase todas as
localidades onde estão presentes são: extrativa
mineral (ferro), metalurgia e vestuário. Os resultados
adversos no acumulado do ano até abril em Minas (–1,0%),
no Pará (–8,5%) e no Espírito Santo (–10,6%)
são explicados, em boa medida, pela evolução
da produção de tais segmentos.
Na evolução
quadrimestral (quadrimestre contra quadrimestre imediatamente
anterior, com ajuste sazonal), também é possível
constatar o movimento ascendente da produção industrial.
Na indústria como um todo, o desempenho da produção
foi a seguinte: –1,0%, –0,4%, 0,8% e 1,3%, respectivamente,
no primeiro, segundo e terceiro quadrimestres do ano passado e
primeiro deste ano. Em São Paulo, nessa mesma ordem, as
variações foram: –0,7%, –0,7%, 2,1%
e 1,8%. No Rio de Janeiro e em Minas: –3,7%, –0,1%,
2,3% e 2,6% e 0,8%, –1,1%, 3,5% e –5,3%, respectivamente.
No Nordeste: 2,2%, –0,4%, 0,1% e 1,8% também no primeiro,
segundo e terceiro quadrimestres do ano passado e primeiro deste
ano, nessa ordem.
Nota-se que,
nesses casos, a indústria começou a reagir já
nos últimos meses do ano passado, diferentemente do que
ocorreu nos estados do sul, onde a produção industrial
somente apresentou resultados positivos no primeiro quadrimestre
deste ano: –3,3%, –5,1%, –3,9% e 7,1% no Paraná;
–0,6%, –0,6%, –1,0% e 2,1% em Santa Catarina;
e –3,7%, –1,3%, –1,8% e 6,1% no Rio Grande do
Sul.
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