17 de maio de 2013

Investimento
O custo do investimento


  

 
O custo dos bens de inversão não é o único fator levado em conta e muito menos é preponderante nas decisões de investir. Os empresários avaliam o futuro e se a rentabilidade esperada é favorável podem tender para a efetivação do investimento mesmo com custos altos dos bens de capital e de construção. No Brasil, onde o custo do investimento não para de crescer, a força do seu mercado interno e as perspectivas de ganhos em atividades domésticas é fator para que a inversão progrida, embora a um ritmo que todos sabem é insatisfatório. Mesmo assim o país perde, porque diante de alternativas de aplicação de capital em outras economias de menor custo o Brasil especializa-se em atrair inversões para as últimas etapas das cadeias produtivas, visando as vendas de bens finais em seu mercado.

  • O Brasil registrava em 1985, um dos menores preços do investimento (índice de 30,8, o mais baixo dentre 52 países), menor inclusive que o da China;
     
  • Em 2000, o preço do investimento estava em 48,9, já equivalente ao trigésimo nono mais alto de um total de 54 países. O índice era um pouco abaixo do registrado pela África do Sul, mas superava os patamares observados pelos demais países dos BRICS, bem como pelos países do ASEAN-4 – Filipinas, Indonésia, Malásia e Tailândia;
     
  • De 2003 em diante o preço do investimento passou a crescer, mesmo com apreciação cambial, que costuma baratear os bens de capital transacionáveis – máquinas e equipamentos, de modo que, em 2008, alcançou 83,4, então o segundo maior patamar registrado desde 1950, ficando aquém apenas do observado em 1953;
     
  • Em 2010, o preço da inversão atingiu 94,3, superando o nível de 2008 e colocando o Brasil como “país caro” para se investir, posicionando-se no décimo terceiro mais elevado em 54 países, acima do registrado por quatro países do G7 (EUA, Alemanha, Itália e Reino Unido) e dos Tigres Asiáticos, dos integrantes do ASEAN-4 (exceto Indonésia) e dos demais BRICS.

Cabe observar que os dados mais recentes das contas nacionais acusam incremento do deflator da FBCF e mesmo da FBCF em máquinas e equipamentos, indicando que o encarecimento do investimento no Brasil vem tendo continuidade. Como atenuante, de 2009 a 2011, o deflator de M&E tem subido menos do que o da FBCF em geral. Em 2012, o deflator da FBCF em M&E, certamente refletindo a desvalorização do Real, subiu 4,4%, enquanto o da FBCF como um todo, 4,2%. Na média de 2009 a 2012 o deflator de M&E aumentou por ano 2,4% e o da FBCF, 4,9%, denotando a necessidade de que para interromper e reverter o processo de crescente aumento do custo de investir o Brasil deve se debruçar sobre a evolução do preço da FBCF que não máquinas e equipamentos, vale dizer, em construção e instalação. Deve também redobrar esforços para baratear o investimento em máquinas e equipamentos e compensar o Real menos valorizado através de políticas de redução de custos de bens de capital, depreciação acelerada para os investimentos em máquinas e equipamentos e menores custos de financiamento.
 

 

 

 

 

 

 

 

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