Em fevereiro, os resultados da produção industrial
brasileira também foram, de um ponto de vista regional,
decepcionantes e contrastaram fortemente com os de janeiro. Se,
no primeiro mês deste ano, em nove das catorze localidades
pesquisadas pelo IBGE em todo o País ocorreu aumento da
produção, no mês de fevereiro, em onze dessas
localidades houve retração. O movimento de gangorra
observado na indústria em geral refletiu, portanto, o que
ocorreu em praticamente todas as regiões do Brasil.
Nos principais
centros industriais, esse movimento ficou bem caracterizado. Em
Minas Gerais, o aumento de 1,5% da produção em janeiro
foi sucedido por uma queda de 11,1% em fevereiro – taxas
calculadas com relação ao mês imediatamente
anterior, com ajuste sazonal. Na comparação mês
contra mesmo mês do ano anterior, a produção
industrial mineira caiu 9,8% em fevereiro deste ano, com a principal
influência negativa vinda do segmento de veículos
automotores (–19,3%); exatamente o oposto do registrado
em janeiro, quando a produção da indústria
de Minas avançou 10,1% e teve como principal contribuição
positiva o desempenho do segmento de veículos automotores
(+42,7%). Como consequência, no acumulado do primeiro bimestre,
a produção mineira apresentou retração
de 0,1%.
No Rio de
Janeiro, a expansão de 1,7% de janeiro foi praticamente
anulada pelo recuo de 1,5% de fevereiro – taxas calculadas
com relação ao mês imediatamente anterior,
com ajuste sazonal. Na comparação mês contra
mesmo mês do ano anterior, a produção da indústria
fluminense avançou 3,6%, um resultado importante, pois
positivo, mas que reflete, quase que exclusivamente, a retomada
da produção de segmentos que operaram com baixos
níveis de produção em 2012 (sobretudo, no
início daquele ano): edição, impressão
e reprodução de gravações (aumento
de 76,3% de sua produção), veículos automotores
(54,6%) e farmacêutica (30,3%). Vale lembrar que, em janeiro
último, esses mesmos segmentos também apresentaram
expansões expressivas: edição, impressão
e reprodução de gravações (+39,1%),
veículos automotores (+245,3%) e farmacêutica (+67,7%)
– sempre na comparação mês contra igual
mês do ano anterior. No acumulado do primeiro bimestre,
a produção industrial do Rio apresenta crescimento
de 8,3%, uma taxa significativa, mas que deve, diante do exposto
acima, ser relativizada.
Em São
Paulo, a produção recuou 0,5% em fevereiro, após
aumento de 1,5% em janeiro – taxas calculadas com relação
ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal. Esse
resultado negativo de fevereiro interrompeu a sequência
de duas taxas positivas seguidas da produção do
maior parque industrial do País (+0,8% em dezembro do ano
passado), algo que tinha ocorrido, pela última vez, em
julho/agosto de 2011. No confronto com igual mês de 2012,
a produção paulista apresentou a seguinte evolução
nos dois primeiros meses deste ano: 5,3% e –0,8%, respectivamente,
em janeiro e fevereiro. Para esse resultado negativo de fevereiro,
colaboraram os menores níveis de produção
nos segmentos de edição, impressão e reprodução
de gravações (–15,8%), máquinas para
escritório e equipamentos de informática (–39,8%),
farmacêutica (–7,5%), máquinas e equipamentos
(–5,9%) e outros produtos químicos (–4,7%).
No acumulado do primeiro bimestre, a produção industrial
de São Paulo cresceu 2,2%.
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