5 de abril de 2013

Indústria Regional
Menos ruim em São Paulo


   

 
Em fevereiro, os resultados da produção industrial brasileira também foram, de um ponto de vista regional, decepcionantes e contrastaram fortemente com os de janeiro. Se, no primeiro mês deste ano, em nove das catorze localidades pesquisadas pelo IBGE em todo o País ocorreu aumento da produção, no mês de fevereiro, em onze dessas localidades houve retração. O movimento de gangorra observado na indústria em geral refletiu, portanto, o que ocorreu em praticamente todas as regiões do Brasil.

Nos principais centros industriais, esse movimento ficou bem caracterizado. Em Minas Gerais, o aumento de 1,5% da produção em janeiro foi sucedido por uma queda de 11,1% em fevereiro – taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal. Na comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, a produção industrial mineira caiu 9,8% em fevereiro deste ano, com a principal influência negativa vinda do segmento de veículos automotores (–19,3%); exatamente o oposto do registrado em janeiro, quando a produção da indústria de Minas avançou 10,1% e teve como principal contribuição positiva o desempenho do segmento de veículos automotores (+42,7%). Como consequência, no acumulado do primeiro bimestre, a produção mineira apresentou retração de 0,1%.

No Rio de Janeiro, a expansão de 1,7% de janeiro foi praticamente anulada pelo recuo de 1,5% de fevereiro – taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal. Na comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, a produção da indústria fluminense avançou 3,6%, um resultado importante, pois positivo, mas que reflete, quase que exclusivamente, a retomada da produção de segmentos que operaram com baixos níveis de produção em 2012 (sobretudo, no início daquele ano): edição, impressão e reprodução de gravações (aumento de 76,3% de sua produção), veículos automotores (54,6%) e farmacêutica (30,3%). Vale lembrar que, em janeiro último, esses mesmos segmentos também apresentaram expansões expressivas: edição, impressão e reprodução de gravações (+39,1%), veículos automotores (+245,3%) e farmacêutica (+67,7%) – sempre na comparação mês contra igual mês do ano anterior. No acumulado do primeiro bimestre, a produção industrial do Rio apresenta crescimento de 8,3%, uma taxa significativa, mas que deve, diante do exposto acima, ser relativizada.

Em São Paulo, a produção recuou 0,5% em fevereiro, após aumento de 1,5% em janeiro – taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal. Esse resultado negativo de fevereiro interrompeu a sequência de duas taxas positivas seguidas da produção do maior parque industrial do País (+0,8% em dezembro do ano passado), algo que tinha ocorrido, pela última vez, em julho/agosto de 2011. No confronto com igual mês de 2012, a produção paulista apresentou a seguinte evolução nos dois primeiros meses deste ano: 5,3% e –0,8%, respectivamente, em janeiro e fevereiro. Para esse resultado negativo de fevereiro, colaboraram os menores níveis de produção nos segmentos de edição, impressão e reprodução de gravações (–15,8%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (–39,8%), farmacêutica (–7,5%), máquinas e equipamentos (–5,9%) e outros produtos químicos (–4,7%). No acumulado do primeiro bimestre, a produção industrial de São Paulo cresceu 2,2%.
 

 
De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal – Regional do IBGE, na passagem de janeiro para fevereiro a produção industrial recuou em onze dos catorze locais pesquisados. Os recuos mais acentuados foram registrados nos estados de Minas Gerais (–11,1%), (–3,7%), Ceará (–3,2%), Pernambuco (–3,2%) e Pará (–2,5%) – quedas mais intensas do que a média nacional (2,5%). Paraná (–2,2%), Região Nordeste (–2,0%), Espírito Santo (–1,8%), Rio de Janeiro (–1,5%), Amazonas (–1,2%) e São Paulo (–0,5%) completaram o conjunto de locais com retração da produção no mês de fevereiro. Por outro lado, os avanços foram observados nos estados de Goiás (5,0%), Rio Grande do Sul (2,1%) e Santa Catarina (0,4%).

Na comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, dez dos catorze locais mostraram queda na produção em fevereiro. Os recuos mais intensos foram observados nos estados do Espírito Santo (–13,4%), Minas Gerais (–9,8%) e Pará (–7,2%). Outros estados que também apontaram queda foram: Pernambuco (–6,0%), Paraná (–5,5%), Região Nordeste (–4,1%), Santa Catarina (–3,3%), Amazonas (–3,2%), Bahia (–2,2%) e São Paulo (–0,8%). Por outro lado, Goiás (9,1%) mostrou a expansão mais elevada, seguido por Rio de Janeiro (3,6%), Rio Grande do Sul (2,0%) e Ceará (0,9%).

A produção industrial acumulada no primeiro bimestre de 2013 apresentou avanço em sete das quatorze localidades. Seis locais avançaram acima da média nacional (1,1%): Rio de Janeiro (8,3%), Ceará (8,0%), Bahia (2,6%), Goiás (2,4%), São Paulo (2,2%) e Rio Grande do Sul (1,5%). A Região Nordeste, com variação positiva de 0,2%, completou o conjunto de locais com taxas positivas. Nesses locais, os resultados foram infuenciados por fatores relacionados ao aumento na fabricação de bens de capital (especialmente caminhões e caminhão–trator) e de bens de consumo duráveis (automóveis), além da maior produção vinda dos setores de refino de petróleo e produção de álcool, alimentos, produtos têxteis e calçados. Por outro lado, os recuos podem ser observados nos estados de: Espírito Santo (–10,7%) e Paraná (–4,7%), Amazonas (–2,6%), Pernambuco (–2,0%), Pará (–1,2%), Santa Catarina (–0,4%) e Minas Gerais (–0,1%).

A produção industrial acumulada nos últimos doze meses encerrados em fevereiroapresentou queda em nove das quatorze localidades. As localidades que registram as maiores quedas são: Espírito Santo (–7,6%), Amazonas (–6,9%), Paraná (–6,0%) e Rio Grande do Sul (–4,4%), enquanto Bahia (2,7%) e Goiás (2,0%).

 

 
Espírito Santo. Em fevereiro, frente janeiro, com dados já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial capixaba apresentou recuo de 1,8%. No confronto com fevereiro de 2012, constatou–se recuo de 13,4%, taxa influenciada principalmente pelos setores: metalurgia ba´sica (–41,8%), alimentos e bebidas (–25,3%) e celulose, papel e produtos de papel (–12,8%). No acumulado no ano de 2013 a produção industrial recuou (10,7%), com destaque para a queda nos setores de: metalurgia básica (–36,8%), alimentos e bebidas (–22,4%) e celulose, papel e produtos de papel (–11,3%).

Minas Gerais. Em fevereiro, a indústria mineira apresentou recuo de (11,1%), com dados livres de efeitos sazonais. Na comparação mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), o estado registrou queda de 9,8%, taxa impulsionada pelos setores de: veículos automotores (–19,3%), metalurgia básica (–13,6%) e indústrias extrativas (–14,3%). Por outro lado, o setor de refino de petróleo e produção de álcool apresentou avanço de 16,2%. No acumulado no ano de 2013 a produção industrial recuou (0,1%), com destaque para a queda nos setores de: metalurgia ba´sica (–7,5%) e fumo (–45,1%). Por outro lado, os setores de veículos automotores (11,3%) e refino de petróleo e produção de álcool (13,8%), apresentaram alta em sua produção.

Goiás. Em fevereiro, frente janeiro, com dados já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial goiana apresentou alta de 5,0%. No confronto com fevereiro de 2012, constatou–se avanço de 9,1%, taxa influenciada pelos setores: alimentos e bebidas (13,7%) e produtos qui´micos (9,1% ). No acumulado do ano em 2013 a produção industrial atingiu alta de (2,4%), destaque para a alta no setor de alimentos e bebidas (16,5%).

 

 

 

 

 

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