15 de março de 2013

Emprego Industrial
Um indicador de que a indústria
tem muito chão para recuperar


   

 
O emprego industrial vem apresentando um “descolamento” da produção industrial a partir do segundo semestre do ano passado. Se ele se mostrou mais resistente no passado, quando a produção recuava fortemente, agora que a atividade industrial dá sinais de alguma recuperação, não se vê uma reação do emprego no mesmo sentido.

De fato, segundo apuração do IBGE, o número de ocupados na indústria mostrou variação nula em janeiro com relação a dezembro – comparação feita na série com ajuste sazonal –, um desempenho que contrasta com a expansão de 2,5% da produção industrial registrada no mesmo período. Ante janeiro do ano passado, o emprego industrial recuou 1,1% em janeiro último, enquanto a produção avançou, nessa mesma comparação, 5,7%.

Esse movimento recente do emprego industrial deve ser tomado como um indicador de que a indústria está longe de ter entrado numa trajetória de franca recuperação. Em outras palavras, neste momento, os números do emprego industrial estão fornecendo uma informação mais precisa do andamento da indústria do que os números da produção industrial. Evidentemente, os resultados positivos da produção industrial são muito bem-vindos e indicam uma retomada das atividades produtivas do setor. Mas, acima de tudo, eles estão indicando que a indústria brasileira começou a sair de um nível de produção que está, ainda hoje, aproximadamente 1,5% abaixo daquele nível de setembro de 2008, início do agravamento da crise financeira internacional.

O momento ruim do emprego industrial pode ser visto em diferentes regiões e ramos da indústria. A queda de 1,1% em janeiro de 2013 refletiu o menor número de ocupados em dez dos catorze locais pesquisados pelo IBGE. O principal impacto negativo veio da região Nordeste (–4,8%), mas também merecem destaques as retrações do emprego nos estados de São Paulo
(–1,0%), Rio Grande do Sul (–3,1%), Pernambuco (–9,0%) e Bahia (–4,2%).

Em termos setoriais, em doze dos dezoito ramos pesquisados ocorreu recuo do emprego. Os principais impactos negativos vieram de vestuário (–7,2%), têxtil (–5,1%), outros produtos da indústria de transformação (–4,2%), calçados e couro (–3,4%), meios de transporte (–2,0%) e madeira (–5,6%).
 

 
Em janeiro, o total dos ocupados na indústria geral não obteve variação em relação ao mês anterior, a partir de dados livres dos efeitos sazonais. No confronto com igual mês do ano passado, registrou-se queda de 1,1% do número de ocupados na indústria em janeiro, a décima sexta variação negativa consecutiva nessa comparação. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, ao registrar queda de 1,4% em janeiro de 2013, prosseguiu com a trajetória descendente iniciada em fevereiro de 2011 (3,9%).

Regionalmente, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve decréscimo do pessoal assalariado ocupado na indústria em dez dos quatorze locais pesquisados. O principal impacto negativo sobre a média global foi observado na Região Nordeste (–4,8%). Vale citar também os resultados negativos assinalados por São Paulo (–1,0%), Rio Grande do Sul (–3,1%), Pernambuco (–9,0%) e Bahia (–4,2%). Por outro lado, Paraná (2,1%) apontou contribuição positiva relevante sobre o emprego industrial do país.

No acumulado em doze meses, pode-se observar piora dos resultados entre o dezembro e janeiro de 2013. Com queda em 12 localidades destacam–se: Pernambuco (de –2,7% para –3,8%), Região nordeste (de –2,7% para –3,1%) e Rio Grande do Sul (de –1,9% para –2,3%). Por outro lado, os dois únicos a envidenciarem pressões postivas foram: Paraná (2,0%) e Minas Gerais (0,6%).

Setorialmente, em janeiro, 12 dos 18 setores industriais pesquisados pelo IBGE, na comparação com janeiro de 2012, observaram queda no total de ocupados. Podemos destacar vestuário (–7,2%), têxtil (–5,1%), outros produtos da indústria de transformação (–4,2%), calçados e couro (–3,4%), meios de transporte (–2,0%) e madeira (–5,6%). Por outro lado, o principal impacto positivo sobre a média da indústria foi observado nos setores de alimentos e bebidas (1,6%) e de borracha e plástico (2,7%).

Na análise dos ocupados pela indústria no acumulado em doze meses em 2012 frente ao mesmo período do ano anterior (–1,4%), destacaram–se os setores de vestuário (–9,0%), têxtil (–6,0%), calçados e couro (–5,8%), produtos de metal (–2,8%), papel e gráfica (–3,3%), madeira (–7,6%), outros produtos da indústria de transformação (–3,3%) e metalurgia básica (–3,3%), enquanto os setores de alimentos e bebidas (3,5%), indústrias extrativas (3,6%) e máquinas e equipamentos (0,8%) responderam pelas principais influências positivas.

 

 
Número de Horas Pagas. O número de horas pagas na indústria, na passagem de dezembro para janeiro, reucou 0,3% em comparação feita a partir de dados livres de efeitos sazonais, após queda de 0,1% em dezembro. No confronto com igual mês do ano anterior, o número de horas pagas recuou 1,4% em janeiro. No acumulado em doze meses, frente o mesmo período de 2012, a queda foi de 1,9%.

Folha de Pagamento Real. Na passagem entre dezembro e janeiro de 2013, a folha de pagamento real registrou recuo de 5,0%. O indicador mensal (mês/mesmo mês do ano anterior) assinalou acréscimo de 0,9%. Em 2013, comparado aos dados de 2011, esta variável avançou 0,9%.

 

 

 

 

 

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