13 de março de 2013

Indústria Regional
O avanço e as ressalvas de janeiro


   

 
Os dados divulgados hoje pelo IBGE confirmam o melhor desempenho da indústria em janeiro, agora na perspectiva regional. Em nove das catorze localidades pesquisadas no País ocorreu aumento da produção na passagem de dezembro para janeiro. Na média brasileira o crescimento foi de 2,5% com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.

Dentre vários pontos merecedores de destaque, cabe menção especial ao segundo resultado positivo e consecutivo da produção industrial no estado paulista. Após crescer 0,5% em dezembro, o aumento foi de 1,6% em janeiro – taxas de variação calculadas com ajuste sazonal. A propósito, vale registrar também a expansão em janeiro da produção industrial em Minas (1,6%) e no Rio de Janeiro (3,1%), o que, juntamente com o desempenho de São Paulo, mostra que a indústria reagiu nos seus três principais centros de produção no início deste ano, algo que favorece as expectativas de retomada da atividade industrial já neste primeiro trimestre.

A análise dos dados requer, no entanto, algum cuidado. Ao se tomar a produção industrial de janeiro deste ano e compará-la com a de mesmo período de 2012, observa-se que, por exemplo, o forte crescimento da produção em São Paulo (que foi 5,3%) foi puxado por alguns segmentos que vinham apresentando resultados muito ruins e/ou cuja produção está sendo estimulada por fatores pontuais, como são os casos de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (crescimento de 27,9% em janeiro deste ano frente a igual período de 2012) e de veículos automotores (aumento de 35,9%, decorrente da maior fabricação de caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, automóveis e veículos para o transporte de mercadorias).

No Rio de Janeiro, algo semelhante ocorreu: o aumento de 13,0% da produção industrial em janeiro deste ano com relação a janeiro do ano passado decorreu, em grande medida, da retomada da produção dos segmentos de veículos automotores (+245,3%) edição, impressão e reprodução de gravações (+39,1%), farmacêutica (+67,7%) e refino de petróleo e produção de álcool (+20,2%), segmentos que estavam com níveis baixos de produção no início de 2012. Em Minas, não foi diferente: o avanço de 10,1% da produção industrial em janeiro de 2013 frente igual mês do ano anterior teve como principal contribuição positiva o desempenho do segmento de veículos automotores (+42,7%).

Em suma, os dados regionais reforçam o ponto de vista que o IEDI vem manifestando de que o crescimento da produção da industrial como um todo no mês de janeiro deste ano (de 2,5% se comparada com a de dezembro, com ajuste sazonal, ou de 5,7% se comparada com janeiro de 2012) está, sim, apontado para uma retomada das atividades industriais no País, mas o avanço dessa retomada, medido pelas taxas de variação, está “inflado”, sobretudo porque alguns segmentos com participação relevante na produção, e que agora começam a reagir, apresentaram baixos níveis de produção no ano passado.
 

 
De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal – Regional do IBGE, na passagem de dezembro para janeiro a produção industrial cresceu em nove dos catorze locais pesquisados. Os avanços mais acentuados foram registrados nos estados do Paraná (11,3%), Ceará (9,3%), Rio Grande do Sul (7,1%) e Rio de Janeiro (3,1%), enquanto Amazonas (1,9%), Minas Gerais (1,6%), São Paulo (1,6%), Santa Catarina (0,6%) e Região Nordeste (0,3%), completaram o conjunto de locais com taxas positivas. Por outro lado, os recuos podem ser observados nos estados de: Goiás (–4,9%), Pará (–3,1%), Bahia (–2,1%), Pernambuco (–1,0%) e Espírito Santo (–0,5%) – todas as taxas de variação calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.

Na comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, dez dos catorze estados mostraram crescimento na produção em janeiro. Os avanços mais intensos foram observaoas nos estados do Ceará (15,4%), Rio de Janeiro (13,0%) e Minas Gerais (10,1%). Outros estados que também apontaram alta da produção foram: Bahia (7,3%), São Paulo (5,3%), Pará (4,8%), Região Nordeste (4,4%), Santa Catarina (3,1%), Rio Grande do Sul (1,9%) e Pernambuco (1,6%). Por outro lado, Espírito Santo (–8,1%), Goiás (–4,0%), Paraná (–3,9%) e Amazonas (–2,2%) assinalaram recuos na produção.

A produção industrial acumulada nos últimos doze meses apresentou queda em oito das quatorze localidades. Seis locais recuaram acima da média nacional (–1,9%): Amazonas (–7,3%), Espírito Santo (–6,7%), Paraná (–5,5%), Rio Grande do Sul (–4,8%), Rio de Janeiro (–3,1%) e São Paulo (–3,0%). As demais taxas negativas foram: Santa Catarina (–1,9%) e Pará (–0,1%).

 

 
Espírito Santo. Em janeiro, frente dezembro, com dados já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial capixaba apresentou recuo de 0,5%. No confronto com janeiro de 2012, constatou–se recuo de 8,1%, taxa influenciada principalmente pelos setores:
metalurgia ba´sica (–32,1%), alimentos e bebidas (–20,0%), celulose, papel e produtos de papel (–9,9%) e minerais na~o–meta´licos (–3,7%). Por outro lado, a indústria extrativa (3,6%) foi o único setor a apresentar taxa positiva.

Goiás. Em janeiro, a indústria goiana apresentou recuo de (4,9%), com dados livres de efeitos sazonais. Na comparação mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), o estado registrou queda de 4,0%, taxa impulsionada pelos setores de: produtos qui´micos (–26,3%), indu´strias extrativas (–11,6%) e minerais não–metálicos (–2,6%). Por outro lado, os setores de bebidas e metalurgia básica apresentaram avanço de (19,5%) e (6,5%), respectivamente.

Rio de Janeiro. Em janeiro, frente dezembro, com dados já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial fluminense apresentou alta de 3,1%. No confronto com janeiro de 2012, constatou–se avanço de 13,0%, taxa influenciada pelos setores: veículos automotores (245,3%), farmacêutica (67,7%). edição, impressão e reprodução de gravações (39,1%), refino de petróleo e produção de álcool (20,2%) e bebidas (17,4%), também apresentaram alta em seu crescimento.

 

 

 

 

 

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