8 de fevereiro de 2013

Emprego Industrial
Retração geral, com pioras em São Paulo


   

 
Três pontos podem ser destacados dos dados para 2012 do emprego industrial divulgados hoje pelo IBGE. Primeiro, a retração de 1,4% do número de ocupados em 2012 com relação a 2011 foi relativamente pequena se comparada com o desempenho da produção industrial no mesmo período (–2,7%). Isso significa que os empresários industriais, por conta da escassez da mão-de-obra, sobretudo a qualificada, ainda estão mantendo os postos de trabalho das suas empresas, na expectativa de que seus negócios melhorem. Evidentemente, não se está dizendo aqui que a queda de 1,4% é desprezível – com exceção de 2009, essa é a pior taxa de variação do emprego industrial da série histórica do IBGE, iniciada em 1992. O que se está dizendo é que, dada a magnitude da retração da produção industrial, poder-se-ia esperar que o emprego industrial apresentasse resultados mais desfavoráveis em 2012.

Segundo, os dados do IBGE deixam claro que a queda do emprego industrial é geral e não é consequência de um processo fortuito, ligado ao mau desempenho de um setor ou de uma região do País. Ao contrário, taxas negativas de emprego foram registradas em 12 dos 14 locais e em 14 dos 18 setores investigados pelo IBGE em todo o Brasil no ano de 2012. Portanto, juntamente com os dados da produção industrial, os quais também mostraram resultados negativos em grande parte dos setores e regiões do País, esse desempenho negativo do emprego industrial confirma o cenário de crise vivido pela indústria brasileira em 2012.

Terceiro, os resultados do final do ano passado não trazem boas perspectivas para o emprego industrial neste início de 2013. Nos últimos três meses de 2012, o número de ocupados apresentou a seguinte evolução: 0,4%, 0,1% e –0,2%, respectivamente, em outubro, novembro e dezembro (taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal). Ou seja, além de desacelerar, o emprego industrial fechou 2012 em queda. Na comparação de dezembro de 2012 com o mesmo mês de 2011, a taxa de variação dos ocupados na indústria também foi negativa, de –1,3%. O número de horas pagas registrado em dezembro de 2012 também não traz nenhum sinal mais alentador: variação de 0,0% frente a novembro (com ajuste sazonal) e de –1,2% frente a dezembro de 2011.

Vale também anotar a queda do emprego industrial em São Paulo: –2,6%. Esse resultado negativo é o pior desempenho registrado na série histórica do IBGE para o estado paulista, com exceção de 2009; com um agravante: em 2011, o número de ocupados na indústria em São Paulo havia caído 1,0%. Ou seja, 2012 foi o segundo ano consecutivo de queda (e mais expressiva!) do emprego no principal parque da indústria brasileira.

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