Três pontos podem ser destacados dos dados para 2012 do
emprego industrial divulgados hoje pelo IBGE. Primeiro, a retração
de 1,4% do número de ocupados em 2012 com relação
a 2011 foi relativamente pequena se comparada com o desempenho
da produção industrial no mesmo período (–2,7%).
Isso significa que os empresários industriais, por conta
da escassez da mão-de-obra, sobretudo a qualificada, ainda
estão mantendo os postos de trabalho das suas empresas,
na expectativa de que seus negócios melhorem. Evidentemente,
não se está dizendo aqui que a queda de 1,4% é
desprezível – com exceção de 2009,
essa é a pior taxa de variação do emprego
industrial da série histórica do IBGE, iniciada
em 1992. O que se está dizendo é que, dada a magnitude
da retração da produção industrial,
poder-se-ia esperar que o emprego industrial apresentasse resultados
mais desfavoráveis em 2012.
Segundo, os
dados do IBGE deixam claro que a queda do emprego industrial é
geral e não é consequência de um processo
fortuito, ligado ao mau desempenho de um setor ou de uma região
do País. Ao contrário, taxas negativas de emprego
foram registradas em 12 dos 14 locais e em 14 dos 18 setores investigados
pelo IBGE em todo o Brasil no ano de 2012. Portanto, juntamente
com os dados da produção industrial, os quais também
mostraram resultados negativos em grande parte dos setores e regiões
do País, esse desempenho negativo do emprego industrial
confirma o cenário de crise vivido pela indústria
brasileira em 2012.
Terceiro,
os resultados do final do ano passado não trazem boas perspectivas
para o emprego industrial neste início de 2013. Nos últimos
três meses de 2012, o número de ocupados apresentou
a seguinte evolução: 0,4%, 0,1% e –0,2%, respectivamente,
em outubro, novembro e dezembro (taxas calculadas com relação
ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal). Ou seja,
além de desacelerar, o emprego industrial fechou 2012 em
queda. Na comparação de dezembro de 2012 com o mesmo
mês de 2011, a taxa de variação dos ocupados
na indústria também foi negativa, de –1,3%.
O número de horas pagas registrado em dezembro de 2012
também não traz nenhum sinal mais alentador: variação
de 0,0% frente a novembro (com ajuste sazonal) e de –1,2%
frente a dezembro de 2011.
Vale também
anotar a queda do emprego industrial em São Paulo: –2,6%.
Esse resultado negativo é o pior desempenho registrado
na série histórica do IBGE para o estado paulista,
com exceção de 2009; com um agravante: em 2011,
o número de ocupados na indústria em São
Paulo havia caído 1,0%. Ou seja, 2012 foi o segundo ano
consecutivo de queda (e mais expressiva!) do emprego no principal
parque da indústria brasileira.
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