11 de janeiro de 2013

Emprego Industrial
2012: Retração geral puxada por São Paulo


   

 
Com variação nula em novembro do ano passado, o emprego industrial não reage e vai fechando 2012 com resultados negativos em grande parte das regiões e dos setores produtivos do País. 2012 será marcado como um ano em que o emprego industrial brasileiro caiu de forma generalizada, teve seu pior desempenho em São Paulo e chegou mesmo a viver, em algumas regiões ou setores, uma “crise aberta”. Com exceção de 2009, o resultado de 2012 será o pior da série histórica do emprego industrial calculada pelo IBGE desde 2002.

De fato, no acumulado dos onze primeiros meses de 2012 com relação a igual período de 2011, o número de ocupados na indústria recuou em doze dos catorze locais pesquisados pelo IBGE. A maior retração ocorreu em São Paulo (–2,8%), devido à queda do emprego em quinze dos seus dezoito setores pesquisados, com destaque para os recuos na ocupação dos setores de Produtos de metal, Máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos, de precisão e comunicação, Metalurgia básica e Fabricação de meios de transporte, bem como de setores tradicionais, como Têxtil e Vestuário.

Outros impactos negativos importantes foram observados na região Nordeste (–2,6%), no Rio Grande do Sul (–1,7%), em Santa Catarina (–1,2%), no Ceará (–2,6%) e na Bahia (–2,6%). Os dois únicos estados que, em 2012, contribuíram positivamente para o emprego industrial foram Paraná (2,4%) e Minas Gerais (0,9%).

Em termos setoriais, no mesmo acumulado dos primeiros onze meses de 2012, o número de ocupados caiu em catorze dos dezoito setores pesquisados. Recuos expressivos foram registrados nos setores de vestuário (–8,9%), calçados e couro (–6,2%), têxtil (–5,7%), produtos de metal (–3,4%), papel e gráfica (–3,7%), madeira (–8,0%), outros produtos da indústria de transformação (–2,8%) e metalurgia básica (–3,6%). Os quatro setores que tiveram aumento de ocupados foram os de alimentos e bebidas (3,9%), indústrias extrativas (3,9%), máquinas e equipamentos (1,2%) e produtos químicos (1,0%).
 

 
Em novembro, o emprego industrial ficou estagnado (0,0%) em comparação ao mês imediatamente anterior na série livre de efeitos sazonais. Na comparação mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), o contingente de trabalhadores no setor industrial atingiu decréscimo de 1,0% em novembro, décimo quarta taxa negativa nesta comparação. No acumulado entre janeiro e novembro de 2012 frente a igual período de 2011, o emprego fabril registrou queda de 1,4%. No acumulado nos últimos doze meses encerrados em novembro em relação a período imediatamente anterior, o emprego obteve decréscimo de 1,3%.

Regionalmente, no confronto entre novembro de 2012 e novembro de 2011, o emprego industrial diminuiu em dez das quatorze regiões pesquisadas pelo IBGE. O principal impacto negativo foi observado na região Nordeste (–4,0%), seguidos pelo Rio Grande do Sul (–3,6%), Pernambuco (–6,7%), Rio de Janeiro (–2,7%) e São Paulo (–0,3%). Por outro lado, o Paraná (1,1%) apontou a principal contribuição positiva.

No acumulado entre janeiro e novembro em comparação aos mesmos onze meses de 2011, doze localidades apresentaram queda no contingente de pessoal ocupado, com destaque para São Paulo (–2,8%), região Nordeste (–2,6%), Rio Grande do Sul (–1,7%), Santa Catarina (–1,2%), Ceará (–2,6%) e Bahia (–2,6%). Paraná (2,4%) e Minas Gerais (0,9%) exerceram as pressões positivas no índice acumulado no ano.

Em termos setoriais, na comparação novembro de 2012 com mesmo mês de 2011, houve queda do emprego em dez dos dezoito ramos pesquisados. Os segmentos que representaram as maiores contribuições negativas foram: vestuário (–9,9%), têxtil (–6,9%), meios de transporte (–3,7%), calçados e couro (–5,6%), outros produtos da indústria de transformação (–3,8%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–3,0%), madeira (–6,6%) e papel e gráfica (–2,7%). O maior impacto positivo veio de alimentos e bebidas (5,0%).

No acumulado no ano, as contribuições negativas mais significativas vieram de vestuário (–8,9%), calçados e couro (–6,2%), têxtil (–5,7%), produtos de metal (–3,4%), papel e gráfica (–3,7%), madeira (–8,0%), outros produtos da indústria de transformação (–2,8%) e metalurgia básica (–3,6%), enquanto os setores de alimentos e bebidas (3,9%), máquinas e equipamentos (1,2%) e indústrias extrativas (3,9%) responderam pelas principais influências positivas.

 

 
Número de Horas Pagas. O número de horas pagas obteve redução de 0,2% na passagem entre outubro e novembro na série livre dos efeitos sazonais. No confronto com o mesmo mês do ano anterior, a quantidade de horas pagas aos trabalhadores assinalou decréscimo de 0,9%. Regionalmente, os maiores impactos negativos vieram da região Nordeste (–4,7%), Rio Grande do Sul (–4,5%), Pernambuco, Rio de Janeiro (–2,8%) e Bahia (–4,6%) também contribuíram negativamente. São Paulo (0,5%) e região Norte e Centro–Oeste (1,4%) exerceram as principais contribuições positivas. Na comparação acumulada no ano, houve recuo no número de horas pagas de 1,9%, mesma variação dos últimos doze meses.

Folha de Pagamento Real. No mês de novembro, a folha de pagamento real na indústria apresentou alta de 7,8% em relação ao mês anterior, na série livre dos efeitos sazonais. Frente a novembro de 2011, o resultado mantém–se positivo (10,3%). Esse desempenho deveu–se ao acréscimo da folha de pagamento real em treze das catorze localidades e todos os dezoito setores pesquisados. Na comparação anual, essa variável cresceu 3,9% contra igual período de 2011, enquanto nos últimos 12 meses, a variação foi positiva em 3,8%.

 

 

 

 

 

 

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