9 de janeiro de 2013

Indústria Regional
2012: Um ano sem ritmo


   

 
Os dados desagregados por região mostram que a produção industrial vem oscilando muito ao longo de todo o ano de 2012, ou seja, em determinado mês a produção industrial de um estado ou região cresce e, no mês seguinte, ela cai. No mês de novembro com relação a outubro, não foi diferente. Por exemplo, se, em outubro, a produção física da indústria de São Paulo cresceu 1,2%, em novembro, ela caiu 1,9%; movimento que também foi observado em Minas Gerais: 2,8% em outubro e –0,7% em novembro (taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal). É essa falta de ritmo de produção que caracterizou a produção industrial em 2012, seja em termos setoriais, seja em termos regionais. Ela é reveladora de um momento todo especial que a indústria brasileira está vivenciando, no qual já entraram em cena fatores de estímulo à recuperação da atividade. Esses fatores, no entanto, convivem e ainda não foram capazes de suplantar certos determinantes profundos que estão levando já pelo segundo ano consecutivo ao declínio da produção industrial brasileira.

Os motivos já foram bem explorados por esta Análise. Os principais são: (i) término do ciclo de duráveis; (ii) colapso dos investimentos da economia brasileira; (iii) falta de competitividade da indústria nacional, com reflexos internos (maior concorrência do produto importado no mercado interno consumidor) e externos (queda das exportações de produtos industrializados); e (iv) aumento dos custos sistêmicos e do custo do trabalho, dado um pequeno avanço da produtividade.

O fato é que, em novembro frente a outubro, a produção industrial recuou em seis dos catorze locais pesquisados pelo IBGE. Quedas expressivas foram observadas em Goiás (–14,7%), no Espírito Santo (–6,3%), no Pará (–6,0%) e Paraná (–5,1%). Como supracitado, nos estados de São Paulo (–1,9%) e de Minas Gerais (–0,7%), a produção também caiu, embora em menor magnitude. Já, Região Nordeste (4,2%), Bahia (3,5%), Santa Catarina (3,0%), Amazonas (2,9%), Ceará (2,2%), Rio de Janeiro (2,1%), Pernambuco (1,3%) e Rio Grande do Sul (0,4%) foram as localidades onde a produção industrial cresceu frente a outubro – todas as taxas com ajuste sazonal.

Na comparação novembro de 2012 com novembro de 2011, em nove dos catorze locais houve redução na produção. As quedas mais intensas foram registradas nos estados do Paraná (–13,4%), Goiás (–10,1%), Espírito Santo (–8,4%), Rio Grande do Sul (–7,1%), Pernambuco (–5,1%), Pará (–4,3%), Amazonas (–3,7%) e Ceará (–1,4%). Por outro lado, Bahia (8,8%, sobretudo pelo desempenho positivo do setor de refino de petróleo e produção de álcool), Minas Gerais (3,0%), Região Nordeste (1,2%), Santa Catarina (1,1%) e Rio de Janeiro (0,4%) foram os locais em que a produção avançou em novembro frente novembro de 2011.

O resultado final é que a produção industrial acumulou, nos onze primeiros meses de 2012, recuo de 2,6%, resultado da retração das atividades produtivas em nove das catorze localidades. Cinco locais recuaram acima da média nacional (–2,6%): Amazonas (–7,1%), Espírito Santo (–6,0%), Rio de Janeiro (–5,6%), São Paulo (–4,1%) e Rio Grande do Sul (–3,9%). Nesses estados, destacando-se pelo seu peso o estado de São Paulo, pode-se dizer que em 2012 houve uma crise industrial. As demais taxas negativas ocorreram em estados em que se pode dizer que houve uma retração industrial, Santa Catarina (–2,6%), Paraná (–2,5%), Ceará (–1,4%) e Pará (–0,9%). Avanços foram observados nos estados de Goiás (3,5%), Bahia (2,9%), Pernambuco (1,4%), Minas Gerais (1,3%) e Região Nordeste (1,2%).

Leia aqui o texto completo desta Análise.