Os dados desagregados por região mostram que a produção
industrial vem oscilando muito ao longo de todo o ano de 2012,
ou seja, em determinado mês a produção industrial
de um estado ou região cresce e, no mês seguinte,
ela cai. No mês de novembro com relação a
outubro, não foi diferente. Por exemplo, se, em outubro,
a produção física da indústria de
São Paulo cresceu 1,2%, em novembro, ela caiu 1,9%; movimento
que também foi observado em Minas Gerais: 2,8% em outubro
e –0,7% em novembro (taxas calculadas com relação
ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal). É
essa falta de ritmo de produção que caracterizou
a produção industrial em 2012, seja em termos setoriais,
seja em termos regionais. Ela é reveladora de um momento
todo especial que a indústria brasileira está vivenciando,
no qual já entraram em cena fatores de estímulo
à recuperação da atividade. Esses fatores,
no entanto, convivem e ainda não foram capazes de suplantar
certos determinantes profundos que estão levando já
pelo segundo ano consecutivo ao declínio da produção
industrial brasileira.
Os motivos
já foram bem explorados por esta Análise. Os principais
são: (i) término do ciclo de duráveis; (ii)
colapso dos investimentos da economia brasileira; (iii) falta
de competitividade da indústria nacional, com reflexos
internos (maior concorrência do produto importado no mercado
interno consumidor) e externos (queda das exportações
de produtos industrializados); e (iv) aumento dos custos sistêmicos
e do custo do trabalho, dado um pequeno avanço da produtividade.
O fato é
que, em novembro frente a outubro, a produção industrial
recuou em seis dos catorze locais pesquisados pelo IBGE. Quedas
expressivas foram observadas em Goiás (–14,7%), no
Espírito Santo (–6,3%), no Pará (–6,0%)
e Paraná (–5,1%). Como supracitado, nos estados de
São Paulo (–1,9%) e de Minas Gerais (–0,7%),
a produção também caiu, embora em menor magnitude.
Já, Região Nordeste (4,2%), Bahia (3,5%), Santa
Catarina (3,0%), Amazonas (2,9%), Ceará (2,2%), Rio de
Janeiro (2,1%), Pernambuco (1,3%) e Rio Grande do Sul (0,4%) foram
as localidades onde a produção industrial cresceu
frente a outubro – todas as taxas com ajuste sazonal.
Na comparação
novembro de 2012 com novembro de 2011, em nove dos catorze locais
houve redução na produção. As quedas
mais intensas foram registradas nos estados do Paraná (–13,4%),
Goiás (–10,1%), Espírito Santo (–8,4%),
Rio Grande do Sul (–7,1%), Pernambuco (–5,1%), Pará
(–4,3%), Amazonas (–3,7%) e Ceará (–1,4%).
Por outro lado, Bahia (8,8%, sobretudo pelo desempenho positivo
do setor de refino de petróleo e produção
de álcool), Minas Gerais (3,0%), Região Nordeste
(1,2%), Santa Catarina (1,1%) e Rio de Janeiro (0,4%) foram os
locais em que a produção avançou em novembro
frente novembro de 2011.
O resultado
final é que a produção industrial acumulou,
nos onze primeiros meses de 2012, recuo de 2,6%, resultado da
retração das atividades produtivas em nove das catorze
localidades. Cinco locais recuaram acima da média nacional
(–2,6%): Amazonas (–7,1%), Espírito Santo (–6,0%),
Rio de Janeiro (–5,6%), São Paulo (–4,1%) e
Rio Grande do Sul (–3,9%). Nesses estados, destacando-se
pelo seu peso o estado de São Paulo, pode-se dizer que
em 2012 houve uma crise industrial. As demais taxas negativas
ocorreram em estados em que se pode dizer que houve uma retração
industrial, Santa Catarina (–2,6%), Paraná (–2,5%),
Ceará (–1,4%) e Pará (–0,9%). Avanços
foram observados nos estados de Goiás (3,5%), Bahia (2,9%),
Pernambuco (1,4%), Minas Gerais (1,3%) e Região Nordeste
(1,2%).
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aqui o texto completo desta Análise.