11 de dezembro de 2012

Emprego Industrial
Com o olhar voltado para
novembro e dezembro


   

 
O número de ocupados na indústria brasileira avançou 0,4% em outubro, após duas quedas consecutivas registradas em agosto e setembro (–0,1% e –0,3%, respectivamente – todas as taxas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal). É uma taxa de variação expressiva que acompanha com defasagem a recuperação da produção industrial que ocorre desde julho. Se repetida em novembro de dezembro, este ritmo de evolução do emprego industrial suavizaria a queda esperada no acumulado deste ano e apontaria para uma nova trajetória de recuperação da ocupação na indústria ainda no final de 2012. Mas, dado que a taxa de variação do emprego vem oscilando muito nos últimos meses, não se pode afirmar que isso ocorrerá. De qualquer modo, o olhar se direciona, agora, para os resultados dos dois últimos meses do ano.

O fato é que o ano de 2012 tem sido muito ruim para o emprego industrial. No acumulado dos dez primeiros meses frente a igual período de 2011, o número de ocupados na indústria recuou 1,4%. Em doze das catorze localidades pesquisadas pelo IBGE, o emprego apresentou retração nessa mesma comparação. No estado de São Paulo, o centro industrial do país, a ocupação amargou o pior resultado (–3,0%). Na região Nordeste (–2,5%), no Rio Grande do Sul (–1,5%), em Santa Catarina (–1,3%), no Ceará (–2,7%) e na Bahia (–2,6%), a retração do emprego industrial também é elevada.

Somente nos estados do Paraná (2,5%) e de Minas Gerais (1,0%) o mercado de trabalho voltado para a indústria apresentou resultados positivos nos dez primeiros meses deste ano. No caso da Paraná, quem mais contribuiu para a composição de sua taxa foi o setor de alimentos e bebidas (1,97%) e, em Minas, destacaram-se os setores de produtos de metal (0,5%), metalurgia básica (0,4%) e as indústrias extrativas (0,4%).

Não somente nas diferentes localidades do País, mas também nos diferentes segmentos da indústria, observa-se que a queda do emprego industrial é generalizada. Dos dezoito segmentos industriais pesquisados pelo IBGE, em catorze houve retração do número de ocupados nos dez primeiros meses deste ano. Em alguns segmentos, tais retrações são acentuadas e reveladoras do estado de “crise aberta” do emprego. As principais quedas no acumulado do ano foram registradas nos segmentos de vestuário (–8,8%), calçados e couro (–6,3%), têxtil (–5,6%), produtos de metal (–3,7%), papel e gráfica (–3,8%), madeira (–8,2%), metalurgia básica (–3,7%), outros produtos da indústria de transformação (–2,6%) e borracha e plástico (–2,2%).

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