O número de ocupados na indústria brasileira avançou
0,4% em outubro, após duas quedas consecutivas registradas
em agosto e setembro (–0,1% e –0,3%, respectivamente
– todas as taxas com relação ao mês
imediatamente anterior, com ajuste sazonal). É uma taxa
de variação expressiva que acompanha com defasagem
a recuperação da produção industrial
que ocorre desde julho. Se repetida em novembro de dezembro, este
ritmo de evolução do emprego industrial suavizaria
a queda esperada no acumulado deste ano e apontaria para uma nova
trajetória de recuperação da ocupação
na indústria ainda no final de 2012. Mas, dado que a taxa
de variação do emprego vem oscilando muito nos últimos
meses, não se pode afirmar que isso ocorrerá. De
qualquer modo, o olhar se direciona, agora, para os resultados
dos dois últimos meses do ano.
O fato é
que o ano de 2012 tem sido muito ruim para o emprego industrial.
No acumulado dos dez primeiros meses frente a igual período
de 2011, o número de ocupados na indústria recuou
1,4%. Em doze das catorze localidades pesquisadas pelo IBGE, o
emprego apresentou retração nessa mesma comparação.
No estado de São Paulo, o centro industrial do país,
a ocupação amargou o pior resultado (–3,0%).
Na região Nordeste (–2,5%), no Rio Grande do Sul
(–1,5%), em Santa Catarina (–1,3%), no Ceará
(–2,7%) e na Bahia (–2,6%), a retração
do emprego industrial também é elevada.
Somente nos
estados do Paraná (2,5%) e de Minas Gerais (1,0%) o mercado
de trabalho voltado para a indústria apresentou resultados
positivos nos dez primeiros meses deste ano. No caso da Paraná,
quem mais contribuiu para a composição de sua taxa
foi o setor de alimentos e bebidas (1,97%) e, em Minas, destacaram-se
os setores de produtos de metal (0,5%), metalurgia básica
(0,4%) e as indústrias extrativas (0,4%).
Não
somente nas diferentes localidades do País, mas também
nos diferentes segmentos da indústria, observa-se que a
queda do emprego industrial é generalizada. Dos dezoito
segmentos industriais pesquisados pelo IBGE, em catorze houve
retração do número de ocupados nos dez primeiros
meses deste ano. Em alguns segmentos, tais retrações
são acentuadas e reveladoras do estado de “crise
aberta” do emprego. As principais quedas no acumulado do
ano foram registradas nos segmentos de vestuário (–8,8%),
calçados e couro (–6,3%), têxtil (–5,6%),
produtos de metal (–3,7%), papel e gráfica (–3,8%),
madeira (–8,2%), metalurgia básica (–3,7%),
outros produtos da indústria de transformação
(–2,6%) e borracha e plástico (–2,2%).
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