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Infelizmente, não se trata de um crescimento generalizado,
mas os dados divulgados hoje pelo IBGE mostram que os três
principais núcleos industriais do País voltaram
a apresentar desempenhos positivos em outubro, após o “tropeço”
de setembro. De fato, embora em somente sete dos catorze locais
pesquisados pelo IBGE a produção industrial tenha
aumentado na passagem de setembro para outubro, destacam-se os
avanços expressivos registrados em Minas Gerais (2,8%),
Rio de Janeiro (3,0%) e São Paulo (1,6%) – taxas
de variação de outubro com relação
a setembro, com ajuste sazonal.
Essa é
uma boa notícia, sobretudo após o “desolador”
mês de setembro, quando a produção industrial
recuou em doze locais na comparação com agosto.
Os dados do IBGE também possibilitam identificar os tão
esperados sinais de recuperação da indústria
nacional de um ponto de vista regional. Ou ainda, após
quatro meses de recuperação da produção
industrial a nível nacional – iniciada em julho deste
ano –, é possível traçar o perfil desta
evolução nas diferentes localidades do País
e observar onde, realmente, essa recuperação vem
ocorrendo e onde ela não se mostra presente. Veremos que
a recuperação está longe de ser disseminada
pelo País, o que não é positivo, mas abrange
os principais centros industriais brasileiros, Minas, Rio e São
Paulo, o que é um fator favorável.
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Amazonas. A indústria amazonense está em
“crise aberta”. Das dez variações
da produção industrial registradas neste ano até
outubro (variações “na margem”, isto
é, mês contra mês imediatamente anterior
com ajuste sazonal), nove foram negativas. Em outubro, a retração
foi de 3,5% e, no acumulado do ano até outubro, a indústria
do Amazonas amarga forte queda de 7,5%, com perfil generalizado:
nove das onze atividades pesquisadas apontaram queda na produção.
Os destaques negativos no ano são: outros equipamentos
de transporte (–19,6%), material eletrônico, aparelhos
e equipamentos de comunicações (–7,1%),
máquinas e equipamentos (–13,7%), refino de petróleo
e produção de álcool (–14,2%) e edição,
impressão e reprodução de gravações
(–7,9%).
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Nordeste.
A produção da indústria da região
Nordeste vem oscilando muito ao longo do ano. A partir de julho,
o desempenho da produção nordestina veio se mostrando
bastante fraco e fechou outubro com queda muito forte (0,2%,
0,6%, 0,0% e –5,8%, de julho a outubro, nessa ordem –
variações na margem). Portanto, a indústria
do Nordeste não se mostra em uma clara recuperação.
A despeito disso, sua taxa de crescimento no acumulado do ano
até outubro é positiva (1,1%), o que não
se configura, vale apontar, como um movimento generalizado,
já que somente cinco dos onze setores pesquisados apresentaram
expansão na produção. Principais impactos
positivos no ano: produtos químicos (7,2%), minerais
não metálicos (5,1%), calçados e artigos
de couro (3,5%), celulose, papel e produtos de papel (2,2%)
e alimentos e bebidas (0,4%).
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Minas
Gerais. A situação da produção
industrial em Minas vem melhorando já a partir de junho.
Com exceção de setembro, as taxas de variação
(na margem) da produção da indústria mineira
são positivas e, relativamente, expressivas no período
junho-outubro: 1,4%, 0,1%, 3,4%, –0,3% e 2,8%, nessa ordem.
O quadro da indústria é muito melhor no estado
mineiro e parece apontar para uma recuperação
mais consistente nos próximos meses; embora, vale assinalar,
o resultado de outubro esteja mais influenciado pelo crescimento
da indústria extrativa mineral (ferro) e menos pela indústria
de transformação. No ano até outubro, o
desempenho da produção industrial em Minas é
positivo (1,0%), influenciado em grande medida pelo avanço
na produção de outros produtos químicos
(19,9%), veículos automotores (3,5%) e refino de petróleo
e produção de álcool (5,8%).
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Espírito
Santo. Oscilando ao longo do ano, a produção
industrial capixaba foi recuando a partir de julho (–0,5%,
–1,8% e –4,5%, de julho a setembro, nessa ordem)
e cresceu 12,3% em outubro, resultado fortemente explicado pelo
desempenho da extrativa mineral (ferro). Assim como no Nordeste,
não se visualiza um movimento de recuperação
no Espírito Santo, mas sabe-se que sua indústria
como um todo dependerá muito do desempenho da indústria
extrativa e do setor de metalurgia neste final de ano. No acumulado
dos dez primeiros meses de 2012, a produção da
indústria capixaba recuou 5,8%, devido sobretudo à
retração de 41,8% observada no setor de metalurgia
básica e de 0,3% no setor extrativo.
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Rio
de Janeiro. A indústria fluminense está em
recuperação. Após o “tropeço”
de setembro (–2,5%), sua produção industrial
cresceu, na margem, 3,0% em outubro. Um resultado bom, que,
se mantido nos dois últimos meses do ano, poderia reverter/amenizar
a queda da produção bastante acentuada registrada
no acumulado do ano até outubro: –6,2%.
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São
Paulo. Assim como no Rio, a produção industrial
paulista dá sinais de recuperação. O crescimento
de 1,6% de outubro mais do que repõe a retração
de 0,8% registrada em setembro e colaborou para diminuir a queda
acumulada ao longo deste ano: que era de –5,3% até
setembro e passou para –4,4% em outubro.
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Paraná.
Dando sinais de recuperação a partir de julho,
a indústria paranaense também recuou em setembro
(–3,1%), mas voltou a crescer em outubro (2,2%) e provavelmente
reverterá o sinal negativo no acumulado do ano até
outubro (–1,3%) – o que dependerá muito do
desempenho dos setores de veículos automotores e de outros
produtos de químicos (fertilizantes) nos dois meses finais
de 2012.
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Santa
Catarina e Rio Grande do Sul. A recuperação
não chegou nos dois estados mais ao extremo sul do País.
No período julho-outubro, as taxas de variação
da produção industrial em Santa Catarina e no
Rio Grande do Sul foram, respectivamente, –0,1%, 0,3%,
–2,2%, –0,3% e 0,0%, 4,2%, –0,6%, –5,4%
(sempre na ordem julho a outubro). Nos dez primeiros meses do
ano, a produção industrial em Santa Catarina e
Rio Grande do Sul são negativas: –2,9% e –3,6%,
respectivamente.
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De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal –
Regional do IBGE, na passagem de setembro para outubro a produção
industrial cresceu em sete dos catorze locais pesquisados. Os avanços
mais acentuados foram registrados nos estados de Goiás (15,5%),
eliminando o recuo de 3,7% assinalado no mês anterior, e Espírito
Santo (12,3%), que interrompeu três meses consecutivos de queda
na produção, período em que acumulou perda de 6,6%.
Pará (3,1%), Rio de Janeiro (3,0%), Minas Gerais (2,8%), Paraná
(2,2%) e São Paulo (1,6%). Por outro lado, os recuos podem ser
observados nos estados de: Pernambuco (–7,9%), Região Nordeste
(–5,8%), Rio Grande do Sul (–5,4%), Amazonas (–3,5%),
Ceará (–3,1%), Bahia (–1,4%) e Santa Catarina (–0,3%).
Na comparação
mês contra mesmo mês do ano anterior, sete dos 14 mostraram
expansão na produção em outubro. Os avanços
mais intensos podem ser observados nos estados do Goiás (16,7%),
Minas Gerais (9,9%), Espírito Santo (4,0%), São Paulo (3,1%)
e Pará (2,5%), completando assim o conjunto de locais que assinalaram
expansões mais intensas do que a da média nacional, enquanto
Santa Catarina (1,2%) e Bahia (1,0%) mostraram avanços mais moderados.
Por outro lado, Amazonas (–11,4%), Grande do Sul (–6,3%),
Pernambuco (–5,7%), Paraná (–5,4%), Ceará (–5,0%),
Região Nordeste (–2,8%) e Rio de Janeiro (–2,2%), apontaram
recuos no confronto com igual mês do ano anterior.
A produção
industrial acumulada nos dez primeiros meses de 2012 apresentou queda
em nove das quatorze localidades. Cinco locais recuaram acima da média
nacional (–2,9%): Amazonas (–7,5%), Rio de Janeiro (–6,2%),
Espírito Santo (–5,8%), São Paulo (–4,4%) e
Rio Grande do Sul (–3,6%). As demais taxas negativas foram: Santa
Catarina (–2,9%), Ceará (–2,5%), Paraná (–1,3%)
e Pará (–0,6%). Nesses locais, o menor dinamismo foi particularmente
influenciado pelos setores relacionados à redução
na fabricação de bens de consumo duráveis (motos,
aparelhos de ar–condicionado, fornos de micro–ondas, telefones
celulares, relógios e automóveis) e de bens de capital (especialmente
para equipamentos de transporte e para construção), além
da menor produção vinda dos setores extrativos (minérios
de ferro), têxtil, vestuário e metalurgia básica.
Por outro lado, os avanços podem ser observados nos estados de:
Goiás (5,0%), Bahia (2,3%), Pernambuco (1,9%), Região Nordeste
(1,1%) e Minas Gerais (1,0%).
Rio Grande
do Sul. Em
outubro, frente setembro, com dados já descontados dos efeitos
sazonais, a produção industrial gaúcha apresentou
recuo de 5,4%. No confronto com outubro de 2011, constatou–se recuo
de 6,3%, taxa influenciada principalmente pelos setores: outros produtos
químicos (–18,4%), veículos automotores (–16,0%)
e alimentos (–5,9%). Em sentido oposto, os setores a apresentar
avanço foram: refino de petróleo e produção
de álcool (33,1%) e máquinas e equipamentos (19,4%). No
acumulado no ano de 2012, a produção industrial obteve queda
de 3,6%. Com destaque para o recuo nos setores de: metalurgia básica
(–19,0%), veículos automotores (–16,5%) e fumo (–14,4%).
Por outro lado os setores de máquinas e equipamentos (15,2%) e
refino de petróleo e produção de álcool (8,9%)
apresentaram alta em seu crescimento.
Amazonas.
Em outubro, a indústria amazonense apresentou recuo de (3,5 %),
com dados livres de efeitos sazonais. Na comparação mensal
(mês/ mesmo mês do ano anterior), o estado registrou queda
de 11,4%, taxa impulsionada pelos setores de: alimentos e bebidas (–26,9%),
outros equipamentos de transporte (–35,6%) e refino de petróleo
e produção de álcool (–41,0%). Por outro lado,
as contribuições negativas podem ser observada pelos setores
de máquinas e equipamentos (23,5%) e equipamentos instrumentação
médico–hospitalares, o´pticos e outros (17,3%). No
acumulado no ano de 2012 a produção industrial recuou (7,5%),
com destaque para a queda nos setores de: outros equipamentos de transporte
(–19,6%), refino de petróleo e produção de
álcool (–14,2%) e máquinas e equipamentos (–13,7%).
Já os setores de produtos químicos (13,2%) e alimentos e
bebidas (1,8%), foram responsáveis pelas variações
negativas.
Goiás.
Em outubro, frente setembro, com dados já descontados dos efeitos
sazonais, a produção industrial goiana apresentou alta de
15,5%. No confronto com outubro de 2011, constatou–se avanço
de 16,7%, taxa influenciada pelos setores: produtos químicos (57,3%),
minerais não metálicos (24,0%), indústrias extrativas
(12,1%), metalurgia básica (1,7%) e alimentos e bebidas (0,2%).
No acumulado no ano de 2012 a produção industrial avançou
(5,0%), com destaque para a alta de crescimento no setor de produtos químicos
(20,0%), minerais não metálicos (6,9%), metalurgia básica
(7,2%) e indústrias extrativas (2,1%). A única contribuição
positiva veio do setor de alimentos e bebidas (–2,6%).
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