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O emprego industrial voltou a cair em setembro: –0,3% frente
a agosto, com ajuste sazonal. O fato é que o emprego industrial
não apresentou, neste ano até setembro, nenhum sinal
mais consistente de reversão do desempenho negativo que
começou a ser registrado a partir de setembro do ano passado.
Pelo contrário, de acordo com dados do IBGE, das nove taxas
de variações do número de ocupados na indústria
registradas neste ano (calculadas com relação ao
mês imediatamente anterior e com ajuste sazonal), somente
duas foram positivas: a de fevereiro (0,1%) e a de julho (0,2%).
O quadro do
emprego industrial é de forte retração e
de caráter geral. Na comparação com o mesmo
mês do ano passado, o emprego industrial apresentou recuo
de 1,9% em setembro último. Em termos regionais, nessa
mesma comparação, o emprego industrial recuou em
doze dos catorze locais pesquisados pelo IBGE. O principal impacto
negativo sobre a média global veio de São Paulo
(–3,1%).
Setorialmente,
o número total do pessoal ocupado na indústria recuou
em treze dos dezoito ramos pesquisados, com destaque para as pressões
negativas vindas de vestuário (–11,6%), calçados
e couro (–6,4%), têxtil (–6,4%), meios de transporte
(–3,2%), outros produtos da indústria de transformação
(–4,2%), madeira (–7,4%), papel e gráfica (–2,9%)
e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(–2,5%).
Quanto às
expectativas da evolução do emprego industrial para
os próximos meses, elas não são positivas.
Isso, pois, ao se tomar o número de horas pagas como um
indicador de possíveis contratações futuras
de trabalhadores, observa-se que tal indicador apresentou forte
recuo em setembro (–0,6% frente a agosto, com ajuste sazonal).
Ou seja, se, no início do ano, nutria-se a expectativa
de que o emprego industrial começaria a reagir no segundo
semestre deste ano, agora, com o terceiro trimestre fechado, fica
claro que o mercado de trabalho voltado para a indústria
não consegue reagir e que ele terminará o ano com
um desempenho bem negativo.
O terceiro
trimestre deste ano também fornece um “Raio X”
do momento de crise vivido pelo emprego industrial. Ao se comparar
com o terceiro trimestre do ano passado, o número de ocupados
na indústria caiu 1,8% no terceiro trimestre deste ano.
Em termos regionais, o perfil da crise no mercado de trabalho
da indústria é o seguinte (sempre na comparação
do terceiro trimestre deste ano com igual período de 2011):
-
Em
“crise aberta”: Nordeste (–2,9%), São
Paulo (–3,1%), Pernambuco (–5,0%) e Rio Grande do
Sul (–2,7%);
-
Crise
menos intensa ou “em retração”: regiões
Norte e Centro-oeste (–1,3%), Bahia (–1,9%), Santa
Catarina (–1,2%) e Espírito Santo (–1,3%);
-
Em
“estagnação”: Rio de Janeiro (–0,8%).
Vale assinalar
que o emprego industrial em Minas Gerais (0,8%) e no Paraná
foram positivos no terceiro trimestre do ano, portanto, indo na
contramão do movimento mais geral do setor.
Já
o mapa da crise do emprego por setor da indústria é
o seguinte:
-
Em “crise aberta”: Têxtil (–6,2%), Vestuário
(–10,8%), Calçados e couro (–6,1%), Madeira
(–7,5%), Fumo (–6,4%), Papel de gráfica (–3,5%)
e Metalurgia básica (–3,9%);
-
Crise menos intensa ou “em retração”:
Borracha e plástico (–1,0%), Produtos de metal
(–1,7%), Máquinas e aparelhos elétricos,
eletrônicos, de precisão e de comunicações
(–2,5%), Fabricação de meios de transporte
(–2,9%);
-
Em “estagnação”: Máquinas e
equipamentos (–0,1%), Minerais não metálicos
(–0,3%).
Cabe também
assinalar o desempenho positivo e totalmente diferenciado do emprego
no setor de alimentos no terceiro trimestre deste ano: crescimento
de 3,6%!
Daí,
uma observação final: assim como registrado nesse
terceiro trimestre, em setembro com relação a setembro
do ano passado, o principal impacto positivo sobre a média
do emprego industrial também foi observado no setor de
alimentos e bebidas (+3,5%); ou ainda, esse setor, embora não
tenha “segurado” a retração do número
de ocupados na indústria como um todo, com certeza contribuiu
muito para que a taxa não fosse ainda mais negativa, já
que ele tem um peso relativo importante no setor. Isso mostra
a importância das ações governamentais para
estimular o mercado interno e a indústria, sobretudo aquelas
ações direcionadas para os setores produtores de
bens salários.
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Em setembro, o número de empregos na indústria assinalou
variação negativa de 0,3% em relação ao mês
anterior na série livre de influências sazonais, após
pequena queda de 0,1% no mês anterior. Na comparação
com o mesmo mês do ano passado, o emprego industrial apresentou
recuo de 1,9%, o décimo segundo consecutivo. No acumulado do ano
até setembro, o emprego industrial teve decréscimo de 1,4%,
variação inferior ao observado na comparação
acumulada nos últimos doze meses (-1,2%).
Em termos regionais, na comparação com igual mês do
ano passado, o emprego industrial recuou em 12 dos 14 locais pesquisados.
O principal impacto negativo sobre a média global foi observado
em São Paulo (-3,1%), seguido pela Região Nordeste (-3,4%),
Rio Grande do Sul (-3,2%), Pernambuco (-6,3%), Região Norte e Centro-Oeste
(-1,2%) e Santa Catarina (-0,9%). Por outro lado, Paraná (1,5%)
e Minas Gerais (0,7%) apontaram as contribuições positivas.
No acumulado dos nove primeiros meses de 2012 contra o mesmo período
de 2011, o contingente de trabalhadores apresentou taxas negativas em
12 dos 14 locais. São Paulo (-3,2%) apontou o principal impacto
negativo, vindo a seguir Região Nordeste (-2,3%), Santa Catarina
(-1,4%), Rio Grande do Sul (-1,3%), Ceará (-2,7%) e Bahia (-2,4%).
Por outro lado, Paraná (2,7%) e Minas Gerais (1,0%) exerceram as
pressões positivas no índice acumulado no ano.
Setorialmente, no
índice mensal, o total do pessoal ocupado assalariado recuou em
13 dos 18 ramos pesquisados, com destaque para as pressões negativas
vindas de vestuário (-11,6%), calçados e couro (-6,4%),
têxtil (-6,4%), meios de transporte (-3,2%), outros produtos da
indústria de transformação (-4,2%), madeira (-7,4%),
papel e gráfica (-2,9%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (-2,5%). Por outro lado, o principal impacto
positivo sobre a média da indústria foi observado no setor
de alimentos e bebidas (3,5%). No ano, 14 dos 18 setores investigados
registraram queda no pessoal ocupado industrial. As contribuições
negativas mais relevantes foram: vestuário (-8,6%), calçados
e couro (-6,3%), produtos de metal (-4,1%), têxtil (-5,6%), papel
e gráfica (-3,9%), madeira (-8,3%), borracha e plástico
(-2,7%) e metalurgia básica (-3,7%), enquanto os setores de alimentos
e bebidas (3,8%), máquinas e equipamentos (1,5%) e indústrias
extrativas (3,9%) foram as principais influências positivas.
Número
de Horas Pagas. No
mês de setembro, o número de horas pagas na indústria,
indicador que reflete perspectivas de novas contratações
para os meses posteriores, decresceu 0,6% em comparação
com o mês anterior na série com ajuste sazonal. Frente a
setembro de 2011, o número de horas pagas assinalou um recuo de
2,6%. No ano, a indústria apresentou uma redução
desta variável de 2,2%, enquanto nos últimos doze meses,
a variação negativa foi de 2,0%.
Folha de Pagamento
Real. Depois avançar 2,1% em agosto, a folha de pagamento
real destinada aos trabalhadores na indústria obteve queda de 2,1%
em setembro na comparação com o mês anterior, na série
com dados já dessazonalizados. Com relação a setembro
do ano passado, houve crescimento de 1,4%. No ano, o crescimento foi de
3,2%, enquanto nos últimos doze meses, a variável acumulou
crescimento de 3,0%.
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