As exportações brasileiras vêm marcando passo
como proporção das exportações mundiais.
Já se foi o tempo em que o Brasil nutria a perspectiva
de ter alguma importância no cenário exportador global.
Desde a crise de 2008 fica patente que o espaço reservado
ao país no contexto internacional é do outro lado.
Dados do FMI e da OMC mostram que no pós-crise coube ao
Brasil o papel de mercado dinâmico para as exportações
de outros países que souberam preservar condições
de agressividade como exportadores.
Um estudo
que o IEDI está divulgando analisa os dados de comércio
exterior do Brasil para mostrar que em termos de exportações
o país vem ocupando praticamente a mesma posição
desde 2005 até 2011: de 23º para o 22º lugar
no ranking dos maiores exportadores internacionais, incluindo
a zona do Euro (OMC). Isso significou que a parcela brasileira
nas exportações mundiais evoluiu de 1,13% em 2005
para 1,4% em 2011.
Todavia, em
termos de importações o Brasil passou a ser muito
mais relevante para o mercado internacional, passando da 28ª
posição em 2005 para a 21ª em 2011, ou de uma
parcela de 0,72% do mercado mundial para 1,3%.
Quando observado
somente exportações e importações
mundiais de manufaturas, o avanço brasileiro em termos
de importações fica ainda mais claro vis-à-vis
as perdas em termos de exportações. Em exportações
de manufaturas, o Brasil caiu de 0,85% para 0,73% do total mundial
entre 2005 e 2011, regredindo da 27ª para a 30ª posição.
Por sua vez, o Brasil passou a ser o 21º maior importador
mundial de manufaturas em 2011, sendo que em 2005 era o 31º.
Sua parcela nas importações mundiais em dólares
mais do que dobrou, de 0,69% para 1,37%.
Em suma, o
Brasil somente manteve certa dinâmica exportadora a nível
internacional em função de suas commodities primárias,
regredindo como exportador de manufaturas. Do lado das importações,
sua condição como mercado para produtos manufaturados
se eleva, especialmente após a crise mundial de 2008.
Em parte,
as tendências acima resumidas quanto à inserção
brasileira no comércio mundial decorrem de mudanças
na concorrência internacional por mercados mais restritos
devido à crise, o que concorreu para transferir para a
produção estrangeira parcela do mercado interno
brasileiro e reduziu a posição brasileira em mercados
no exterior.
Mas correspondem
também a fatores domésticos como o câmbio
e outros condicionantes da baixa competitividade brasileira. O
governo vem adotando medidas para a proteção do
câmbio, redução de impostos e para a diminuição
de custos, como o custo de energia, de logística e de financiamento.
São ações relevantes que precisam ser mantidas
pois seus efeitos virão apenas a médio e longo prazo.
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