|
|
O número de ocupados na indústria nacional recuou
0,1% em agosto e, portanto, não manteve o sinal positivo
registrado em julho (0,2%) – ambas as taxas calculadas com
relação ao mês anterior, com ajuste sazonal,
a partir dos dados divulgados hoje pelo IBGE. Vale lembrar que
a variação de julho interrompia uma sequência
de quatro resultados negativos e favorecia a expectativa de uma
trajetória mais positiva do emprego industrial neste segundo
semestre que não se confirmou. No entanto um curso favorável
do emprego industrial nos próximos meses ainda se mantém
como possível, dada a retomada da produção
da indústria.
De fato, como,
via de regra, o emprego acompanha em certa medida a produção
com uma defasagem de alguns meses, os aumentos verificados nesta
última no trimestre junho/agosto (0,3% em junho, 0,5% no
mês seguinte e 1,5% em agosto), acenam com resultados mais
favoráveis para o número de ocupados no final deste
ano e começo do próximo. Além disso, cabe
observar que a taxa de variação de agosto (–0,1%)
é menos negativa do que as registradas no período
março-junho: –0,5%, –0,3%, –0,3%, –0,2%.
A trajetória para o emprego industrial é, portanto,
positiva, ainda que oscilante.
Por outro
lado, é verdade que a perspectiva de resultados mais positivos
não reverterá o andamento já bastante adverso
que o emprego industrial vem acumulando ao longo deste ano. Ou
seja, a expectativa é de que, no segundo semestre, taxas
positivas de variação do número de ocupados
na indústria possam “suavizar”, ou ainda, contrabalançar
em alguma medida os registros negativos no primeiro semestre.
Isso, pois,
em outras comparações, fica claro o forte recuo
do mercado de trabalho voltado para o emprego industrial: (i)
na relação agosto contra mesmo mês de 2011,
o emprego industrial caiu 2,0%, o décimo primeiro resultado
negativo nesta comparação; (ii) nos oito primeiros
meses deste ano, frente o mesmo período do ano anterior,
houve queda de 1,4%; e (iii) no acumulado dos doze meses até
agosto, a retração chegou a 1,0%.
Esse mau momento
vivido pelo emprego industrial neste ano pode ser visto tanto
nas diferentes localidades do País como nos diferentes
setores da atividade industrial. Nos oito primeiros meses de 2012,
confrontados com mesmo período de 2011, em onze das catorze
localidades pesquisadas pelo IBGE houve retração
do número de ocupados na indústria. Os maiores recuos
foram verificados em São Paulo (–3,2%), região
Nordeste (–2,2%), Santa Catarina (–1,5%), Ceará
(–2,8%), Rio Grande do Sul (–1,0%) e Bahia (–2,6%).
Na mesma comparação, os setores que mais contribuíram
negativamente para o emprego foram: vestuário (–8,3%),
calçados e couro (–6,3%), produtos de metal (–4,4%),
têxtil (–5,5%), papel e gráfica (–3,9%),
madeira (–8,5%) e borracha e plástico (–2,9%).
|
Na passagem de julho para agosto na série livre de efeitos sazonais,
o pessoal ocupado assalariado na indústria apresentou recuo de
0,1%, após crescer 0,2% em julho. Na relação mês/
mesmo mês de 2011, o emprego industrial assinalou decréscimo
de 2,0%, o décimo primeiro resultado negativo nesta comparação.
Nos primeiros oito meses do ano, frente mesmo período do ano anterior,
houve uma variação acumulada de –1,4%, contra taxa
de +1,7% no mesmo período de 2011. A variação acumulada
nos últimos 12 meses até agosto foi de –1,0%.
Na comparação
mensal (mês/mesmo mês do ano anterior), 12 das 14 regiões
contempladas pela pesquisa do IBGE apresentaram decréscimo do pessoal
ocupado na indústria. As variações mais significativas
ficaram em São Paulo (–3,2%), região Nordeste (–3,4%),
Rio Grande do Sul (–2,8%), Pernambuco (–5,7%), Santa Catarina
(–1,7%) e regiões Norte e Centro–Oeste (–1,5%).
Por outro lado, Paraná (1,5%) e Minas Gerais (0,5%) representaram
as contribuições positivas. Nos oito primeiros meses de
2012 quando confrontados com mesmo período de 2011, observa–se
menor patamar do emprego industrial em 11 localidades. Os maiores recuos
foram verificados em São Paulo (–3,2%), região Nordeste
(–2,2%), Santa Catarina (–1,5%), Ceará (–2,8%),
Rio Grande do Sul (–1,0%) e Bahia (–2,6%). Por outro lado,
Paraná (2,8%) e Minas Gerais (1,0%) exerceram as maiores pressões
positivas.
Setorialmente, 14
dos 18 setores pesquisados diminuíram o contingente de trabalhadores
na indústria contra igual mês do ano passado. Os destaques
negativos de maior significância foram: vestuário (–12,1%),
têxtil (–7,0%), calçados e couro (–6,1%), meios
de transporte (–3,4%), outros produtos da indústria de transformação
(–3,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de
comunicações (–3,1%), papel e gráfica (–3,4%),
madeira (–7,2%) e metalurgia básica (–4,5%). Por outro
lado, o principal impacto positivo sobre a média da indústria
foi observado no setor de alimentos e bebidas (3,6%). Contribuindo para
a queda de 1,4% no acumulado do ano, os setores de vestuário (–8,3%),
calçados e couro (–6,3%), produtos de metal (–4,4%),
têxtil (–5,5%), papel e gráfica (–3,9%), madeira
(–8,5%) e borracha e plástico (–2,9%), enquanto os
setores de alimentos e bebidas (3,8%), máquinas e equipamentos
(1,7%) e indústrias extrativas (4,0%) responderam pelas principais
influências positivas.
Folha de Pagamento Real. A folha de pagamento real da
indústria brasileira apresentou, na relação julho/agosto
já livre dos efeitos sazonais, uma variação positiva
de 2,2%, após queda de 1,1% no mês anterior. Frente agosto
de 2011, verificou–se um acréscimo de 1,7%. Nas variações
acumuladas, no ano e nos últimos 12 meses, a folha de pagamento
real dos trabalhadores da indústria assinalou crescimento de 3,4%
e 3,2%, respectivamente.
Número
de Horas Pagas. Houve estabilidade no total de horas pagas na
indústria na passagem de julho para agosto com dados dessazonalizados.
Frente ao igual mês de 2011 verificou–se redução
de 2,6%. Já as variações acumuladas no ano e nos
últimos 12 meses foram de –2,1% e –1,9%, respectivamente.
|
|