9 de outubro de 2012

Indústria Regional
A reação que poderá vir do sudeste


   

 
O crescimento de 1,5% registrado em agosto com relação a julho da produção industrial brasileira divulgado na semana passada pelo IBGE, ganha maior consistência ao se observar que as indústrias do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de São Paulo apresentaram desempenhos positivos e, no caso desses dois últimos estados, mais robustos nesse oitavo mês do ano. Voltar a ter crescimento expressivo em estados em que a industrialização é mais profunda e mais diversificada transmite confiança de que o processo de retomada da indústria tem consistência para prosseguir nos próximos meses.

No Rio, após crescer 5,0% em julho, a produção industrial avançou 0,6% em agosto, o que colaborou para reverter o resultado negativo (–5,3%) de junho e mantém o caminho para uma trajetória mais positiva das atividades produtivas da indústria fluminense neste segundo semestre.

Em Minas, o crescimento foi de 3,3% em agosto, uma variação elevada que recuperou a estagnação de julho (0,0%) e coloca a indústria mineira evoluindo a uma taxa média mensal de 1,5% no período junho–agosto.

No estado paulista, o crescimento da produção industrial também foi forte em agosto (2,7%), mais do que compensou a queda registrada em julho (–0,6%) e fez com que a indústria de São Paulo assinalasse um crescimento médio de 1,1% no período junho–agosto.

Como cabe sublinhar, a análise “na margem” mostra sinais positivos nos principais centros industriais produtores do País e dá sustentação às expectativas de que o segundo semestre será melhor para a indústria.

Mas não é demais observar que a situação ainda é grave para a indústria. Nesses três estados, por exemplo, a produção industrial amarga resultados negativos no acumulado dos oito primeiro meses deste ano.

No Rio, a atividade industrial caiu 6,5%, decorrente da menor produção em nove dos treze setores pesquisados pelo IBGE no estado. A principal influência negativa veio do setor de veículos automotores (–37,9%), devido, sobretudo, à menor produção de caminhões. Mas, os setores produtores de alimentos (–12,7%, destacando a menor fabricação de café torrado e moído e produtos embutidos ou de salamaria), minerais não metálicos (–12,5%, destacando: granito talhado e cimentos “Portland”), bebidas (–8,9%, destacando: cervejas, chope e refrigerantes) e metalurgia básica (–4,9%, destacando: folhas–de–flandres, barras de aços ao carbono e ligas de alumínio em formas brutas), também exerceram impactos negativos significativos na produção fluminense.

No estado paulista, a queda da atividade industrial também é muito forte nos oito primeiros meses deste ano (–5,6%) e reflete retração da produção em quinze dos vinte ramos pesquisados pelo IBGE, ou seja, um desempenho negativo generalizado. Os setores com maior impacto negativo na produção paulista no período janeiro–agosto foram: veículos automotores (–18,5%, com destaque para a menor produção de automóveis, caminhões e caminhão–trator para reboques e semi–reboques); material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (–28,2%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–12,3%); máquinas e equipamentos (–5,7%); edição, impressão e reprodução de gravações (–9,5%); e alimentos (–5,3%).

Em Minas, a produção recuou menos (–0,4%) no acumulado dos oito primeiros meses de 2012, mas também refletiu uma queda generalizada das atividades industriais no estado: sete de trezes ramos pesquisados. Os setores que puxaram para baixo a produção industrial mineira no período janeiro–agosto deste ano foram: metalurgia básica (–5,3%, destacando a redução na produção de lingotes, blocos ou placas de aços ao carbono e bobinas a frio de aços ao carbono), veículos automotores (–2,1%, destacando: veículos para o transporte de mercadorias e peças ou acessórios para o sistema de motor de veículos automotores) e indústrias extrativas (–1,8%, destacando: minérios de ferro). Os que mais contrabalançaram esses resultados negativos com crescimento da produção foram os setores: outros produtos químicos (12,4%), produtos de metal (8,7%) e minerais não metálicos (2,9%).
  

 
De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal – Regional do IBGE, na passagem de julho para agosto, a produção industrial avançou em nove dos catorze locais pesquisados. Os avanços mais elevados foram registrados nos estados de Goiás (10,3%), Amazonas (7,6%), Rio Grande do Sul (4,8%), Minas Gerais (3,3%), Paraná (3,0%) e São Paulo (2,7%). Abaixo da média nacional (1,5%), aparecem os estados: Rio de Janeiro (0,6%), Santa Catarina (0,5%) e Bahia (0,1%). Por outro lado, Espírito Santo (–2,4%) e Ceará (–1,5%) registraram as quedas mais intensas, enquanto Pará e Pernambuco, ambos com –0,7%, mostraram recuos mais moderados. A região Nordeste (0,0%) repetiu o patamar do mês anterior, após dois meses seguidos de expansão na produção.

Na comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, nove dos 14 mostraram recuo na produção em agosto. As perdas mais intensas podem ser observadas nos estados do Paraná (–10,8%) e Espírito Santo (–7,5%). As demais taxas negativas foram observadas nos estados: Pará (–5,7%), Rio de Janeiro (–5,6%), São Paulo (–4,6%), Amazonas (–4,6%), Ceará (–2,2%), Santa Catarina (–2,2%) e Rio Grande do Sul (–1,5%). Por outro lado, Minas Gerais (4,6%), Goiás (3,7%), Bahia (3,4%), região Nordeste (1,7%) e Pernambuco (1,5%) apontaram avanços no confronto com igual mês do ano anterior.

A produção industrial acumulada até o oitavo mês de 2012 apresentou queda em nove das quatorze localidades. Quatro locais recuaram acima da média nacional (–3,4%): Amazonas (–7,2%), Rio de Janeiro (–6,5%), Espírito Santo (–6,2%) e São Paulo (–5,6%). As demais taxas negativas ocorreram nos estados: Santa Catarina (–2,8%), Rio Grande do Sul (–2,7%), Ceará (–1,5%), Pará (–0,8%) e Minas Gerais (–0,4%). Nesses locais, o menor dinamismo foi particularmente influenciado pelos setores relacionados à redução na fabricação de bens de consumo duráveis (motos, aparelhos de ar–condicionado, telefones celulares e relógios) e de bens de capital, além da menor produção vinda dos setores extrativos (minérios de ferro), têxtil, vestuário, farmacêutica e metalurgia básica. Por outro lado, os avanços podem ser observados nos estados: Goiás (5,3%), Pernambuco (3,8%), Bahia (3,1%), região Nordeste (2,2%) e Paraná (0,2%).

 

 
Espírito Santo. Em agosto, frente julho, com dados já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial capixaba apresentou queda de 2,4%. No confronto com agosto de 2011, constatou–se recuo de 7,5%, taxa influenciada pelos setores: metalurgia básica (–31,9%), indústrias extrativas (–5,3%), alimentos e bebidas (–4,4%) e minerais não metálicos (5,0%). Já a única contribuição positiva foi observada pelo setor de celulose, papel e produtos de papel (0,2%). No acumulado no ano de 2012 até agosto, a produção industrial recuou 6,2%, com destaque para a queda nas atividades dos setores de metalurgia básica (–44,3%) e extrativo (–1,0%). As únicas contribuições positivas provieram dos setores de alimentos e bebidas (11,1%), minerais não metálicos (8,1%) e celulose, papel e produtos de papel (2,2%).

Rio de Janeiro. Em agosto, a indústria fluminense apresentou ligeiro avanço de (0,6%), com dados livres de efeitos sazonais. Na comparação mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), a indústria fluminense registrou queda de 5,6%, taxa impulsionada pelos setores de: veículos automotores (–31,8%), metalurgia básica (–9,9%), outros produtos químicos (11,4%), bebidas (–14,2%) e alimentos (–13,2%). Por outro lado, a contribuição positiva mais relevante veio do setor de edição, impressão e reprodução de gravações (36,5%). No acumulado no ano de 2012 até agosto, a produção industrial recuou 6,5%, com destaque para a queda nos setores de: veículos automotores (–37,9%), alimentos (–12,7%), minerais não metálicos (–12,5%), bebidas (–8,9%) e metalurgia básica (–4,9%). Já o setor de outros produtos químicos (7,5%), foi responsável pela principal variação positiva.

Goiás. Em agosto, frente julho, com dados já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial no estado de Goiás apresentou avanço de 10,3%. No confronto com agosto de 2011, constatou-se avanço de 3,7%, taxa influenciada principalmente pelos setores: produtos químicos (8,4%), indústrias extrativas (8,2%), minerais não metálicos (8,5%) e metalurgia básica (7,8%). No acumulado no ano de 2012 até agosto, a produção industrial obteve alta de 5,3%, com destaque para o avanço nos setores de: produtos químicos (19,3%), metalurgia básica (10,2%), minerais não metálicos (6,5%) e indústrias extrativas (1,7%). Por outro lado o setor de alimentos e bebidas apresentou queda de 1,8%.

 

 

 

 

 

 

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