Um estudo que o IEDI está divulgando hoje procura mostrar
que nos próximos meses, se a esperada retomada da atividade
econômica no segundo semestre se confirmar, o crédito
ao consumo pode se acelerar novamente, embora a taxas menores
que as registradas no biênio 2010-2011. A despeito do comprometimento
da renda das famílias brasileiras com o serviço
da dívida já tenha atingido um patamar elevado,
alguns fatores indicam que há espaço para essa recuperação.
Primeiro,
a manutenção da taxa de desemprego no seu piso histórico
e o aumento do rendimento real do trabalho contribuem para a sustentação
da massa de rendimentos. Segundo, a redução dos
spreads bancários (que deve ter continuidade nos próximos
meses num contexto de acirramento da concorrência entre
os bancos públicos e privados) se traduzirá em queda
da taxa de juros na ponta do crédito e, assim, dos gastos
com o serviço da dívida. Em terceiro lugar, essa
queda terá um efeito colateral positivo sobre a inadimplência,
o que também favorecerá a oferta de crédito
pelos bancos privados. Em quarto lugar, mesmo que em menor velocidade,
o processo de bancarização terá continuidade,
ampliando a base de clientes dos bancos.
Todavia, no
âmbito do crédito às famílias uma frente
de negócio que deve se consolidar como a de maior dinamismo
nos próximos anos é o crédito habitacional.
Além dos empréstimos a partir de recursos direcionados,
no período pós-crise o crédito habitacional
para pessoas físicas com base em recursos livres também
acelerou seu ritmo de expansão, que atingiu 29% no acumulado
dos primeiros sete primeiros meses de 2012. O avanço da
securitização nesse segmento, com base nos Certificados
de Recebíveis Imobiliários (CRI), tem contribuído
para essa trajetória. Ademais, esse avanço deve
ganhar impulso com a queda da taxa de juros básica, que
já tem levado os investidores institucionais a buscar alternativas
mais rentáveis de aplicação diante da necessidade
de cumprimento das suas metas atuariais.
O crédito
corporativo com recursos livres também deve se tornar mais
dinâmico. Além da recuperação da atividade
econômica e da redução do seu custo num contexto
de menor espaço para expansão do crédito
às famílias, nesse segmento a concorrência
entre bancos públicos e privados também se acirrou
desde 2009 com a penetração do BB e, sobretudo da
CEF, em segmentos até então dominados pelos bancos
privados, como o crédito às PMEs. A nova rodada
de queda dos spreads pode levar a avanço adicional dessas
duas instituições públicas com carteira comercial
e desencadeará reações dos seus congêneres
privados.
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aqui o texto completo desta Análise.