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Após quatro meses de quedas consecutivas, o emprego industrial
e o número de horas pagas na indústria apresentaram
variações positivas em julho: aumentos de, respectivamente,
0,2% e 0,3% – ambas as taxas calculadas com relação
a julho a partir da série ajuste sazonal. São números
tímidos, que dificilmente levarão o emprego industrial
a obter resultados mais robustos neste ano, já que, nos
sete primeiros meses do ano, o índice do número
de ocupados na indústria acumula queda de 1,3% em relação
a igual período do ano passado.
De qualquer
forma, ao se buscar alguma nova tendência nos dados divulgados
hoje pelo IBGE, essa análise “na margem” (variação
no mês frente ao mês imediatamente anterior) é
válida, e ela nos diz que o emprego industrial pode ter
começado uma nova retomada de crescimento, passando a acompanhar
o movimento também positivo da produção física
da indústria, o qual já tinha sido observado em
junho (0,2%) e se repetiu em julho (0,3%). Ou seja, a expectativa
é de um segundo semestre também melhor para o emprego
industrial.
No entanto,
a cautela deve prevalecer nas análises feitas com os números
da indústria. A evolução do emprego nos próximos
meses não está definida e é provável
que o número de ocupados apresente um comportamento oscilatório,
de recuos e avanços, mas numa trajetória ascendente.
Ademais, do ponto de vista setorial, as indicações
são de que o resultado positivo de julho para o emprego
na indústria foi muito influenciado pelo desempenho favorável
em alimentos e bebidas. Outros ramos tiveram performance “menos
ruim” (têxtil, papel e gráfica, borracha e
plástico, metalurgia e máquinas e equipamentos),
mas em segmentos relevantes para o emprego como vestuário,
calçados e produtos de madeira nenhuma melhora parece ter
ocorrido, o mesmo valendo para setores incentivados pela política
econômica (como meios de transporte).
De qualquer
forma, espera-se que a indústria se valha no segundo semestre
do quadro mais favorável da economia brasileira como um
todo e que as medidas do governo voltadas para o setor industrial
possam surtir efeitos mais visíveis nos últimos
meses do ano.
O momento
adverso pelo qual passa a indústria fica claro em outras
comparações. Ao se comparar julho deste ano com
igual mês do ano passado, por exemplo, houve queda do emprego
industrial em doze das catorze regiões pesquisadas pelo
IBGE. Portanto, um comportamento negativo generalizado. Destacaram-se,
nessa comparação, os recuos do pessoal ocupado na
indústria em São Paulo (–3,1%), na Região
Nordeste (–2,0%), no Rio Grande do Sul (–2,3%), na
Região Norte e Centro–Oeste (–1,2%), em Santa
Catarina (–1,2%) e em Pernambuco (–2,8%).
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Na passagem de junho para julho, com dados dessazonalizados, o emprego
industrial apresentou variação positiva de 0,2%, após
quatro meses de quedas consecutivas. No confronto com o mesmo mês
de 2011 verifica–se recuo de 1,6%, décimo resultado negativo
consecutivo nesse tipo de confronto. No acumulado entre janeiro e julho,
em relação ao mesmo período do ano anterior, também
se verificou decréscimo (–1,3%). Nos últimos 12 meses,
o emprego apresentou variação acumulada de –0,7%.
Regionalmente, na
comparação mensal (mês/mesmo mês do ano anterior),
houve queda em 12 regiões contempladas pela pesquisa, com destaque
especial para o estado de São Paulo (–3,1%), pressionado
pelas taxas negativas dos setores de produtos de metal (–12,4%),
máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(–10,6%), metalurgia básica (–17,3%), meios de transporte
(–4,6%), vestuário (–9,1%), têxtil (–7,0%)
e calçados e couro (–12,4%).Também foram destaques
negativos: Região Nordeste (–2,0%), Rio Grande do Sul (–2,3%),
Região Norte e Centro–Oeste (–1,2%), Santa Catarina
(–1,2%), e Pernambuco (–2,8%). Por outro lado, Paraná
(1,5%) e Minas Gerais (1,0%) apontaram as contribuições
positivas sobre o emprego industrial do país.
No índice acumulado
nos sete primeiros meses de 2012, o emprego industrial registrou queda
em nove dos quatorze locais com São Paulo (–3,2%) sendo o
principal impacto negativo, seguido pela Região Nordeste (–2,0%),
Santa Catarina (–1,5%), Ceará (–3,0%), Bahia (–2,7%)
e Rio Grande do Sul (–0,8%). Por outro lado, Paraná (3,0%)
e Minas Gerais (1,2%) exerceram as maiores pressões positivas.
Setorialmente, o emprego industrial de julho confrontado com mesmo mês
de 2011, 14 dos 18 setores pesquisados assinalaram recuo no emprego. Os
principais impactos sobre a média nacional foram: vestuário
(–8,7%), calçados e couro (–6,0%), têxtil (–5,4%),
papel e gráfica (–3,9%), meios de transporte (–2,4%),
madeira (–8,3%), outros produtos da indústria de transformação
(–3,5%), metalurgia básica (–4,0%), máquinas
e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–2,2%)
e produtos de metal (–1,9%). Por outro lado, o principal impacto
positivo sobre a média da indústria foi observado no setor
de alimentos e bebidas (3,8%).
No acumulado do ano
até julho, treze dos dezoito setores investigados pelo IBGE assinalaram
diminuição do contingente de trabalhadores industriais:
vestuário (–7,7%), calçados e couro (–6,4%),
produtos de metal (–4,7%), têxtil (–5,3%), madeira (–9,0%),
papel e gráfica (–4,0%) e borracha e plástico (–3,3%),
enquanto os setores de alimentos e bebidas (3,8%), máquinas e equipamentos
(2,0%) e indústrias extrativas (4,2%) responderam pelas principais
influências positivas.
Folha de Pagamento
Real. Em julho, a folha de pagamento real do setor industrial
apresentou queda de 1,0% frente ao mês anterior, na série
livre de efeitos sazonais. Na comparação com o mesmo mês
do ano passado, a folha de pagamento real apresentou aumento de 2,5%,
apoiada pelos resultados positivos em doze localidades pesquisadas e dez
setores. No ano, a variação acumulada foi positiva de 3,7%,
graças ao resultado regional de Minas Gerais (7,9%) e Paraná
(9,9%).
Número
de Horas Pagas. O número de horas pagas, indicador de
futuras contratações de mão–de–obra na
indústria, assinalou pequeno acréscimo de 0,2% na passagem
de junho de 2012 para julho, já descontados os efeitos sazonais.
Esta variação positiva ocorreu após quatro quedas
consecutivas. Contra julho de 2011, o número de horas pagas decresceu
2,5%. No acumulado de 2012 até julho, a queda das horas pagas na
indústria chegou a 2,0%.
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