6 de setembro de 2012

Indústria Regional
Crescimento ainda não sustentável


   

 
O segundo aumento consecutivo da produção industrial em julho (0,3%, após crescimento de 0,2% em junho) deu sinais de que o cenário para a indústria brasileira poderá ser melhor no segundo semestre deste ano (no acumulado dos sete primeiros meses, a produção caiu 3,7%). No entanto, a cautela quanto ao andamento das atividades industriais permanece, sobretudo diante dos dados divulgados hoje pelo IBGE para a indústria regional.

Ao desagregar a produção, observa–se que apenas cinco das catorze localidades pesquisadas apresentaram aumento da produção na passagem de junho para julho. Portanto, o crescimento de julho ainda não representa um movimento mais generalizado de retomada da produção. E mais: pode–se observar também que os níveis de produção vêm oscilando bastante ao longo deste ano nas diferentes localidades do País.

Além disso, uma tendência de crescimento mais sustentado da produção industrial fica difícil de verificar, sobretudo quando estados com participação importante na indústria nacional não conseguem “firmar” um ritmo de atividade produtiva. São os casos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

No estado de São Paulo, a produção voltou a cair em julho (–0,7%), assim como ocorreu em Minas (–0,2%). No Rio de Janeiro, ainda que a produção industrial tenha subido 4,6% em julho, isto não representou senão uma recuperação parcial da queda de 5,1% registrada para o estado fluminense em junho (todas as taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal).

A preocupação com o desempenho da indústria neste ano fica mais clara ao se observar que, no acumulado dos sete primeiros meses do ano, a produção apresenta forte retração em São Paulo (–5,9%) e no Rio (–6,6%); em Minas, também há recuo da produção, ainda que em menor medida (–1,2%). Vale lembrar que esses estados representam mais de 60% produção do País.

Assim, dadas as condições atuais (as quais não são nada favoráveis), as expectativas de que a indústria brasileira começará uma trajetória para uma retomada positiva de crescimento estão mantidas, mas, como os dados de hoje confirmam, a travessia para essa retomada está para ser construída e é ainda sujeita a resultados adversos.

Leia aqui o texto completo desta Análise.