10 de agosto de 2012

Emprego Industrial
Em descompasso com a produção


   

 
O crescimento de 0,2% da produção industrial em junho com relação a maio, em grande medida puxada pelo estado de São Paulo (1,0%), possivelmente marcou o início da retomada das atividades da indústria esperada para o segundo semestre. São os efeitos das várias medidas que o governo vem tomando para estimular a economia e, em particular, o setor industrial. No entanto, como o emprego normalmente acompanha a produção, porém, com alguma defasagem, este ainda não reagiu e amargou mais uma taxa negativa no sexto mês deste ano.

De acordo com o IBGE, o número de ocupados na indústria recuou 0,2% em junho frente a maio (com ajuste sazonal), a quarta queda consecutiva. Na comparação com junho do ano passado, o emprego industrial caiu 1,8%, a nona taxa negativa consecutiva e a mais alta. Como resultado dessa evolução adversa, o número de ocupados na indústria acumula queda de 1,2% no primeiro semestre deste ano.

Em perspectiva, o emprego industrial provavelmente apresentará resultados negativos no início do segundo semestre do ano, já que o número de horas pagas na indústria (aqui tomado como um “indicador antecedente” do movimento do emprego industrial) continuou a cair em junho (–0,3% frente a maio, com ajuste sazonal) – quarta taxa negativa consecutiva, mas menos intensa do que nos meses anteriores: –1,2% em março, –0,8% em abril e –0,6% em maio. Ou seja, provavelmente serão observados nos próximos meses movimentos contrários de produção (em crescimento, ainda que modesto) e emprego (em ajuste, possivelmente oscilatório).

Como supracitado, o emprego industrial recuou 1,8% em junho deste ano com relação a junho de 2011. Em termos regionais, a principal influência negativa para esse resultado veio do estado de São Paulo, cujo número de ocupados na indústria recuou 3,5%, decorrente da queda do emprego em catorze dos seus dezoito segmentos industriais pesquisados pelo IBGE. No acumulado dos seis primeiros meses de 2012, o recuo de 1,2% do emprego industrial refletiu a queda do ocupados na indústria em nove dos catorze locais, com destaque, uma vez mais, para São Paulo (–3,2%).

Setorialmente, no confronto junho de 2012 e junho de 2011, o emprego industrial recuou em treze dos dezoito ramos pesquisados, com destaques para vestuário (–8,6%), produtos de metal (–4,8%), calçados e couro (–5,9%), têxtil (–5,8%), papel e gráfica (–4,2%), outros produtos da indústria de transformação (–4,2%), meios de transporte (–2,1%), madeira (–7,3%), metalurgia básica (–4,2%) e borracha e plástico (–2,6%). No acumulado de 2012, as contribuições negativas mais relevantes vieram de vestuário (–7,6%), produtos de metal (–5,2%), calçados e couro (–6,5%), têxtil (–5,3%), madeira (–9,1%), papel e gráfica (–4,0%) e borracha e plástico (–3,6%).

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