7 de agosto de 2012

Indústria Regional
Reação parcial do sudeste


   

 
A volta do crescimento da produção industrial em junho (0,2% com relação a maio, com ajuste sazonal) decorreu, em grande medida e como está Análise já ressaltou, do desempenho de alguns segmentos da indústria – como o farmacêutico, de aviões, de automóveis e de produtos da linha branca. Ou seja, pelo menos por enquanto o resultado positivo de junho reflete um aumento mais vigoroso da produção concentrado em poucos segmentos industriais.

Essa observação implica uma postura mais conservadora, ou ainda, menos otimista, com relação ao desempenho da indústria nos próximos meses. A expectativa é de que o segundo semestre será melhor para a indústria, mas há dúvidas se ele conseguirá fazer frente ao fraquíssimo resultado (–3,8%) do primeiro semestre e possibilitará à produção industrial pelo menos repetir, neste ano como um todo, o crescimento do ano passado (+0,4%).

Os dados regionais divulgados hoje pelo IBGE reforçam essa análise. Das catorze localidades pesquisadas, em sete houve aumento da produção industrial em junho com relação a maio, um número ainda não significativo para se pensar em uma “retomada” ou em um ímpeto maior das atividades produtivas da indústria brasileira.

No entanto, um resultado muito positivo para a perspectiva futura de evolução industrial do país foi o crescimento de 1%em São Paulo, o estado onde a indústria é mais estruturada e diversificada. Maior crescimento industrial em São Paulo é sinônimo de maiores compras de bens intermediários que as indústrias do próprio estado e demais estados brasileiros produzem. Cabe ainda notar que em Minas Gerais, a indústria cresceu 1,3%, mas no Rio de Janeiro ela voltou a cair, e fortemente (–4,3%), no mês de junho.

Na comparação com junho de 2011, chamam a atenção os resultados ainda mais negativos em São Paulo (–7,2%) e no Rio (–8,6%) e também a permanência da queda da produção industrial em Minas (–1,4%). Neste último estado, os principais impactos negativos vieram de veículos automotores (–5,1%), da indústria extrativa (–4,0%), do fumo (–21,9%) e de minerais não metálicos (–3,7%).

Em São Paulo, as principais influências negativas vieram de veículos automotores (–16,1%), alimentos (–19,6%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-47,5%), máquinas e equipamentos (–8,7%), borracha e plástico (–14,9%) e edição, impressão e reprodução de gravações (–14,8%). Por sua vez, no Rio, os principais impactos negativos em junho (na comparação com igual mês de 2011) vieram de veículos automotores (–64,0%), metalurgia básica (–12,7%) e alimentos (–17,6%).

Vale, por fim, observar que a queda de 3,8% da produção industrial como um todo neste primeiro semestre com relação a igual período do ano passado reflete o desempenho negativo em oito localidades, destacando-se os recuos no Rio de Janeiro (–7,1%), no Amazonas (–6,3%), em São Paulo (–5,9%) e no Espírito Santo (–5,9%), o que mostra que há um encolhimento forte das atividades produtivas em estados importantes na composição industrial do País. O resultado negativo geral só não foi mais acentuado porque, em Minas, a queda no primeiro semestre foi menor, de –1,4%.

Leia aqui o texto completo desta Análise.