A volta do crescimento da produção industrial em
junho (0,2% com relação a maio, com ajuste sazonal)
decorreu, em grande medida e como está Análise já
ressaltou, do desempenho de alguns segmentos da indústria
– como o farmacêutico, de aviões, de automóveis
e de produtos da linha branca. Ou seja, pelo menos por enquanto
o resultado positivo de junho reflete um aumento mais vigoroso
da produção concentrado em poucos segmentos industriais.
Essa observação
implica uma postura mais conservadora, ou ainda, menos otimista,
com relação ao desempenho da indústria nos
próximos meses. A expectativa é de que o segundo
semestre será melhor para a indústria, mas há
dúvidas se ele conseguirá fazer frente ao fraquíssimo
resultado (–3,8%) do primeiro semestre e possibilitará
à produção industrial pelo menos repetir,
neste ano como um todo, o crescimento do ano passado (+0,4%).
Os dados regionais
divulgados hoje pelo IBGE reforçam essa análise.
Das catorze localidades pesquisadas, em sete houve aumento da
produção industrial em junho com relação
a maio, um número ainda não significativo para se
pensar em uma “retomada” ou em um ímpeto maior
das atividades produtivas da indústria brasileira.
No entanto,
um resultado muito positivo para a perspectiva futura de evolução
industrial do país foi o crescimento de 1%em São
Paulo, o estado onde a indústria é mais estruturada
e diversificada. Maior crescimento industrial em São Paulo
é sinônimo de maiores compras de bens intermediários
que as indústrias do próprio estado e demais estados
brasileiros produzem. Cabe ainda notar que em Minas Gerais, a
indústria cresceu 1,3%, mas no Rio de Janeiro ela voltou
a cair, e fortemente (–4,3%), no mês de junho.
Na comparação
com junho de 2011, chamam a atenção os resultados
ainda mais negativos em São Paulo (–7,2%) e no Rio
(–8,6%) e também a permanência da queda da
produção industrial em Minas (–1,4%). Neste
último estado, os principais impactos negativos vieram
de veículos automotores (–5,1%), da indústria
extrativa (–4,0%), do fumo (–21,9%) e de minerais
não metálicos (–3,7%).
Em São
Paulo, as principais influências negativas vieram de veículos
automotores (–16,1%), alimentos (–19,6%), material
eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações
(-47,5%), máquinas e equipamentos (–8,7%), borracha
e plástico (–14,9%) e edição, impressão
e reprodução de gravações (–14,8%).
Por sua vez, no Rio, os principais impactos negativos em junho
(na comparação com igual mês de 2011) vieram
de veículos automotores (–64,0%), metalurgia básica
(–12,7%) e alimentos (–17,6%).
Vale, por
fim, observar que a queda de 3,8% da produção industrial
como um todo neste primeiro semestre com relação
a igual período do ano passado reflete o desempenho negativo
em oito localidades, destacando-se os recuos no Rio de Janeiro
(–7,1%), no Amazonas (–6,3%), em São Paulo
(–5,9%) e no Espírito Santo (–5,9%), o que
mostra que há um encolhimento forte das atividades produtivas
em estados importantes na composição industrial
do País. O resultado negativo geral só não
foi mais acentuado porque, em Minas, a queda no primeiro semestre
foi menor, de –1,4%.
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