10 de julho de 2012

Emprego Industrial
Piorando mês após mês


   

 
As medidas adotadas pelo governo para estimular os setores mais atingidos pela crise industrial retardaram e amorteceram os efeitos da retração da indústria sobre o emprego no setor. Mas, a despeito disso, é cada vez mais evidente que o emprego no setor não apresenta mais resistência ao descenso da produção. Assim, mês após mês, observa-se que o número de ocupados no setor industrial brasileiro vem caindo. Em maio com relação a abril, com ajuste sazonal, o emprego na indústria voltou a recuar (–0,3%). Com relação ao mesmo mês do ano anterior, a retração registrada em maio foi de 1,7% – oitava queda consecutiva nessa comparação, com nítida piora dos resultados. A consequência é que, no acumulado do ano até maio, o emprego industrial caiu 1,1%, com sua taxa anualizada ficando negativa em 0,3% no mês de maio.

É o estado de São Paulo quem mais influenciou a queda do emprego total da indústria nos cinco primeiros meses do ano. O número de empregados no estado paulista caiu 3,2% no acumulado do ano até maio, seguindo a retração de 5,6% ocorrida na produção industrial desse estado no mesmo período. No Rio de Janeiro, cuja produção recuou 7,1% no acumulado do ano até maio, o emprego resistiu mais e caiu somente 0,6%.

Além desses dois estados, em Minas Gerais, outro importante centro industrial do País, o emprego ficou positivo nos cinco primeiros meses do ano (1,4%), conseguindo fazer frente ao resultado negativo de sua produção (–1,4%) registrado no mesmo período e ajudando a contrabalançar os resultados adversos do emprego em São Paulo e no Rio. Outras fortes influências negativas para o emprego industrial no acumulado do ano até maio vieram da Região Nordeste (–1,8%), de Santa Catarina (–1,4%), do Ceará (–3,2%) e da Bahia (–2,6%), o que mostra que o movimento de recuo no número de ocupados na indústria está ocorrendo em diferentes regiões do País.

Em termos setoriais, o emprego recuou em onze dos dezoito segmentos industriais pesquisados pelo IBGE. Os resultados adversos que mais contribuíram para a queda do emprego industrial no acumulado do ano até maio vieram de vestuário (–7,2%), produtos de metal (–5,3%), calçados e couro (–6,6%), têxtil (–5,4%), madeira (–9,4%), borracha e plástico (–3,8%) e papel e gráfica (–4,0%). Por outro lado, os segmentos de alimentos e bebidas (3,9%), máquinas e equipamentos (2,4%), indústrias extrativas (4,3%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (1,7%) exerceram as maiores pressões positivas sobre o índice do emprego nesse mesmo período.

Pode-se esperar que as medidas que o governo vem tomando para reerguer a economia e, em particular, a indústria nacional possam surtir efeitos mais visíveis a partir do segundo semestre deste ano. Essa expectativa ainda permanece, embora já se vislumbre, para 2012, resultados fracos tanto para a produção como para o emprego industriais, os quais podem ficar mesmo muito aquém daqueles de 2011 – que, vale lembrar, já não foram nada favoráveis.
 

 
Na passagem de abril para maio na série livre de efeitos sazonais, o pessoal ocupado assalariado na indústria apresentou queda de 0,3%), reflexo da desaceleração da produção industrial. Com relação a maio de 2011, o emprego industrial assinalou recuo de 1,7%, oitavo resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto. Nos primeiros cinco meses de 2012, a variação acumulada foi de –1,1%. Já nos últimos doze meses encerrados em maio, o emprego industrial acumula queda de 0,3%.

Na comparação mensal (mês/mesmo mês do ano anterior), doze das catorze regiões contempladas pela pesquisa do IBGE apresentaram recuo do emprego industrial. O principal impacto negativo foi observado em São Paulo (–3,2%), seguido pela região Nordeste (–2,6%), Rio Grande do Sul (–2,3%), Santa Catarina (–1,4%), Ceará (–3,2%) e Bahia (–3,4%). Por outro lado, Paraná (2,2%) e Minas Gerais (0,3%) apontaram as contribuições positivas. No índice acumulado nos cinco primeiros meses de 2012, o emprego industrial permaneceu em queda (–1,1%), com taxas negativas em 9 dos 14 locais. São Paulo (–3,2%) representou o principal impacto negativo, seguido pela região Nordeste (–1,8%), Santa Catarina (–1,4%), Ceará (–3,2%) e Bahia (–2,6%). Paraná (3,6%) e Minas Gerais (1,4%) exerceram as maiores pressões positivas.

Setorialmente, na comparação mensal, doze dos dezoito setores observaram redução no pessoal ocupado no setor industrial, com destaque para as contribuições negativas vindas de vestuário (–8,7%), calçados e couro (–6,1%), produtos de metal (–4,3%), têxtil (–5,7%), papel e gráfica (–4,6%), outros produtos da indústria de transformação (–3,8%), madeira (–7,7%), metalurgia básica (–4,8%) e borracha e plástico (–3,0%). Os principais impactos positivos foram observados em alimentos e bebidas (3,0%), máquinas e equipamentos (2,0%) e indústrias extrativas (3,4%). No acumulado dos cinco primeiro meses do ano frente igual período de 2011, vestuário (–7,2%), produtos de metal (–5,3%), calçados e couro (–6,6%), têxtil (–5,4%), madeira (–9,4%), borracha e plástico (–3,8%) e papel e gráfica (–4,0%) representaram os impactos negativos mais relevantes, enquanto os setores de alimentos e bebidas (3,9%), máquinas e equipamentos (2,4%), indústrias extrativas (4,3%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (1,7%) responderam pelos principais impactos positivos.

 

 
Folha de Pagamento Real. A folha de pagamento real da indústria brasileira apresentou, na relação maio/abril, já livre dos efeitos sazonais, uma variação negativa de 2,5%. Frente maio de 2011, verificou–se um expansão de 1,1%, impulsionada pelos setores de máquinas e equipamentos (9,2%), indústrias extrativas (11,9%), alimentos e bebidas (3,6%), produtos químicos (5,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (2,5%), minerais não metálicos (3,6%) e borracha e plástico (3,1%). No ano até maio, a folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria assinalou crescimento de 3,8% e, nos últimos 12 meses, um avanço de 3,5%.

Número de Horas Pagas. Na passagem de abril para maio, com dados dessazonalizados, houve queda de 0,6% no total de horas pagas na indústria, terceira taxa negativa consecutiva. Frente a igual mês de 2011 verificou–se decréscimo de 2,8%. No acumulado do ano até maio, o recuo de 1,7% das horas pagas na indústria deveu–se as pressões negativas em 11 dos 14 locais e em 13 dos 18 ramos investigados, com destaque setorial para vestuário (–7,6%), produtos de metal (–5,3%), calçados e couro (–6,2%), têxtil (–5,7%), madeira (–9,1%), papel e gráfica (–4,0%), borracha e plástico (–3,8%) e metalurgia básica (–4,7%). Por sua vez, a variação acumulada nos últimos 12 meses encerrados em maio foi de –1,1%.

 

 

 

 

 

 

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