Com os dados divulgados hoje pelo IBGE, observa-se que a total
perda de dinamismo da indústria brasileira se deve, sobretudo,
ao desempenho dos três principais centros industriais do
país. As indústrias de São Paulo, de Minas
Gerais e do Rio de Janeiro não esboçaram, até
maio, nenhuma reação que pudesse indicar uma mudança
da trajetória de descenso da produção observada
desde o final do ano passado.
Na passagem
de abril para maio, a produção industrial em São
Paulo voltou a cair (–1,5%, após queda de 1,4% em
abril e de 0,2% em março) e, em Minas, ela também
recuou 1,5%. No estado do Rio, o resultado de maio foi positivo
(1,1%), mas não recuperou a forte retração
registrada em abril (–2,9%) – todas as taxas com relação
a abril, com ajuste sazonal.
Na comparação
com maio de 2011, o cenário é pior. Em São
Paulo, a produção industrial recuou 6,9%; no Rio,
5,1%; e em Minas, 2,1%. E se formos mais para trás na série
que compara mês com o mesmo mês do ano anterior, observa-se
que, nos estados paulista e fluminense, a produção
industrial não apresentou nenhuma taxa positiva neste ano.
De janeiro a maio, nessa ordem, temos –5,2%, –6,2%,
–5,2%, –4,4%, –6,9% para São Paulo e
–9,3%, –9,0%, –2,6%, –9,5%, –5,1%
para o Rio de Janeiro. Aliás, nessa comparação,
a produção fluminense é negativa desde outubro
do ano passado e a paulista, desde setembro. Em Minas, com exceção
da estagnação de abril, as demais taxas de variação
da produção também foram negativas ao longo
deste ano: –2,8%, –1,3%, –0,9%, 0,0%, –2,1%,
respectivamente, de janeiro a maio.
O resultado
é que, no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano,
a produção industrial apresenta elevada queda no
Rio (–7,1%), em São Paulo (–5,6%) e, em menor
medida, em Minas (–1,4%). No primeiro estado, destacaram-se
as retrações na produção dos segmentos
de caminhões, refino de petróleo, bebidas, minerais
não metálicos, têxtil e farmacêutica.
No estado paulista, os destaques negativos mais importantes vieram
dos segmentos de caminhões, têxtil, vestuário,
bens de capital para a indústria e para o setor elétrico,
borracha e plástico, telefones celulares, outros produtos
químicos e farmacêutica. A retração
da produção em Minas no acumulado do ano até
maio decorreu, sobretudo, do encolhimento das atividades dos segmentos
de metalurgia básica, automóveis, minérios
de ferro, têxtil e bebidas.
Por fim, vale
também registrar que os dois primeiros meses do segundo
trimestre deste ano acumulam resultados piores do que os do primeiro
trimestre nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro.
No primeiro trimestre do ano, a produção industrial
paulista caiu 5,5% e a fluminense, 6,9%; no acumulado abril-maio,
a produção passou a cair 5,8% em São Paulo
e 7,3% no Rio. O horizonte para a produção industrial
continua, portanto, incerto e sua retomada é esperada para
o segundo semestre deste ano, o que ocorrerá provavelmente
de modo muito lento.
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