6 de julho de 2012

Indústria Regional
Centros mais dinâmicos
do país não reagem


   

 
Com os dados divulgados hoje pelo IBGE, observa-se que a total perda de dinamismo da indústria brasileira se deve, sobretudo, ao desempenho dos três principais centros industriais do país. As indústrias de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro não esboçaram, até maio, nenhuma reação que pudesse indicar uma mudança da trajetória de descenso da produção observada desde o final do ano passado.

Na passagem de abril para maio, a produção industrial em São Paulo voltou a cair (–1,5%, após queda de 1,4% em abril e de 0,2% em março) e, em Minas, ela também recuou 1,5%. No estado do Rio, o resultado de maio foi positivo (1,1%), mas não recuperou a forte retração registrada em abril (–2,9%) – todas as taxas com relação a abril, com ajuste sazonal.

Na comparação com maio de 2011, o cenário é pior. Em São Paulo, a produção industrial recuou 6,9%; no Rio, 5,1%; e em Minas, 2,1%. E se formos mais para trás na série que compara mês com o mesmo mês do ano anterior, observa-se que, nos estados paulista e fluminense, a produção industrial não apresentou nenhuma taxa positiva neste ano. De janeiro a maio, nessa ordem, temos –5,2%, –6,2%, –5,2%, –4,4%, –6,9% para São Paulo e –9,3%, –9,0%, –2,6%, –9,5%, –5,1% para o Rio de Janeiro. Aliás, nessa comparação, a produção fluminense é negativa desde outubro do ano passado e a paulista, desde setembro. Em Minas, com exceção da estagnação de abril, as demais taxas de variação da produção também foram negativas ao longo deste ano: –2,8%, –1,3%, –0,9%, 0,0%, –2,1%, respectivamente, de janeiro a maio.

O resultado é que, no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, a produção industrial apresenta elevada queda no Rio (–7,1%), em São Paulo (–5,6%) e, em menor medida, em Minas (–1,4%). No primeiro estado, destacaram-se as retrações na produção dos segmentos de caminhões, refino de petróleo, bebidas, minerais não metálicos, têxtil e farmacêutica. No estado paulista, os destaques negativos mais importantes vieram dos segmentos de caminhões, têxtil, vestuário, bens de capital para a indústria e para o setor elétrico, borracha e plástico, telefones celulares, outros produtos químicos e farmacêutica. A retração da produção em Minas no acumulado do ano até maio decorreu, sobretudo, do encolhimento das atividades dos segmentos de metalurgia básica, automóveis, minérios de ferro, têxtil e bebidas.

Por fim, vale também registrar que os dois primeiros meses do segundo trimestre deste ano acumulam resultados piores do que os do primeiro trimestre nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. No primeiro trimestre do ano, a produção industrial paulista caiu 5,5% e a fluminense, 6,9%; no acumulado abril-maio, a produção passou a cair 5,8% em São Paulo e 7,3% no Rio. O horizonte para a produção industrial continua, portanto, incerto e sua retomada é esperada para o segundo semestre deste ano, o que ocorrerá provavelmente de modo muito lento.
  

 
De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal Regional do IBGE, na passagem de abril para maio a produção industrial recuou em seis dos catorze locais pesquisados. As perdas mais acentuadas foram registradas no Espírito Santo (–7,2%) e em Pernambuco (–4,0%). Amazonas (–2,8%), Minas Gerais (–1,5%), São Paulo (–1,5%) e Região Nordeste (–0,8%) também registraram queda na produção industrial. Por outro lado, Goiás (6,5%), Pará (4,9%) e Ceará (2,9%) assinalaram as taxas positivas mais intensas, enquanto Paraná (1,5%), Rio Grande do Sul (1,3%), Rio de Janeiro (1,1%), Santa Catarina (0,9%) e Bahia (0,3%) apontaram avanços mais moderados.

Na base de comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, nove dos 14 mostraram queda na produção em maio. As perdas mais intensas podem ser observadas nos estados de São Paulo (–6,9%) e Rio de Janeiro (–5,1%), apontando recuo acima da média nacional (–4,3%). As demais taxas negativas foram observadas nos estados de Pernambuco (–2,2%), Minas Gerais (–2,1%), Rio Grande do Sul (–0,9%), Região Nordeste (–0,6%) e Bahia (–0,1%). Por outro lado, os estados do Pará (6,2%), Paraná (5,5%), Goiás (4,9%), Santa Catarina (3,4%) e Ceará (1,0%) apontaram os resultados positivos nesse mês.

A produção industrial acumulada no quinto mês de 2012 apresentou queda em oito das quatorze localidades. Quatro locais recuaram acima da média nacional (–3,4%): Rio de Janeiro (–7,1%), Amazonas (–6,5%), São Paulo (–5,6%) e Espírito Santo (–5,3%). As demais taxas negativas foram: Santa Catarina (–3,4%), Ceará (–2,7%), Minas Gerais (–1,4%) e Rio Grande do Sul (–1,2%). Nesses locais, o menor dinamismo foi influenciado por fatores relacionados à redução na fabricação de bens de consumo duráveis (automóveis, motos, aparelhos de ar condicionado, celulares e relógios) e de bens de capital (especialmente os caminhões), além da menor produção dos setores extrativos (minérios de ferro), têxtil, vestuário e metalurgia básica. Por outro lado, os estados que obtiveram alta em seu crescimento foram: Goiás (12,4%), Paraná (6,1%), Bahia (4,3%), Pernambuco (3,9%), Região Nordeste (2,4%) e Pará (1,2%).

A redução no ritmo de crescimento do setor industrial no quinto mês de 2011 (–1,7%) para o primeiro de 2012 (–4,3%) em nível nacional refletiu em nove dos 14 locais pesquisados. Com destaque para queda no crescimento nos estados do Amazonas (de –4,5% para –14,7%), Rio de Janeiro (de 0,7% para –5,0%), Espírito Santo (de 18,8% para –14,4%) e Minas Gerais (de 1,2% para –2,1%). Os maiores ganhos entre os dois períodos foram observados no Ceará (de –13,8% para 1,0%), Paraná (de –5,9% para 5,5%) e Santa Catarina (de –9,2% para 3,3%).

 

 
Goiás. Em maio, frente maio, com dados já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial goiana apresentou avanço de 6,5%. No confronto com maio de 2011, constatou–se avanço de 4,9%, taxa influenciada pelos setores: produtos químicos (8,0%), metalurgia básica (19,4%), alimentos e bebidas (3,4%) e minerais não metálicos (2,8%). Em sentido oposto, o único setor a apresentar queda foi: indústrias extrativas (–2,4%). No acumulado no ano de 2012, a produção industrial obteve alta de 12,4%. Os setores de: produtos químicos (53,3%), minerais não metálicos (13,6%), metalurgia básica (10,3%) e indústrias extrativas (1,2%), apresentaram alta em sua produção. Por outro lado, o setor de: alimentos e bebidas (–3,5%) apresentou queda em sua produção.

Espírito Santo. Em maio, frente abril, com dados já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial capixaba apresentou queda de 7,2%. No confronto com maio de 2011, constatou–se recuo de 14,4%, taxa influenciada pelos setores: metalurgia básica (–53,4%), celulose, papel e produtos de papel (–12,3%) e indústrias extrativas (–3,3%). Já a única contribuição positiva foi observada pelo setor de minerais não metálicos (5,6%). No acumulado no ano de 2012 a produção industrial recuou (5,3%), com destaque para a queda de crescimento no setor de metalurgia básica (–43,5%).

Amazonas. Em maio, a indústria amazonense apresentou queda de (2,8%), com dados livres de efeitos sazonais. Na comparação mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), o estado registrou queda de 14,7%, taxa impulsionada pelos setores de: material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (–20,8%), máquinas e equipamentos (–46,7%), refino de petróleo e produção de álcool (–28,5%), outros equipamentos de transporte (–20,2%), edição, impressão e reprodução de gravações (–12,1%) e equipamentos instrumentação médico–hospitalar, ópticos e outros (–11,5%). Por outro lado, duas únicas contribuições positivas podem ser observadas pelos setores de: produtos químicos (19,8%) e alimentos e bebidas (9,8%). No acumulado no ano de 2012 a produção industrial recuou (6,5%), com destaque para a queda de crescimento nos setores de: máquinas e equipamentos (–25,7%), outros equipamentos de transporte (–11,5%) e edição impressão e reprodução de gravações (–11,1%).

 

 

 

 

 

Leia outras edições de Análise IEDI na seção Economia e Indústria do site do IEDI


O Conselho do IEDI é formado por empresários de destacadas empresas
em seu setor e no contexto da indústria brasileira. Conheça o Conselho do IEDI.