12 de junho de 2012

Emprego Industrial
Seguindo os passos da produção


   

 
O Governo deve, realmente, centrar seus esforços para destravar os investimentos públicos e favorecer o ambiente econômico para o planejamento e a realização dos investimentos privados. É fundamental que um novo padrão de crescimento da economia brasileira, cada vez mais assentado nos investimentos, comece desde já. Parece haver consenso sobre esta questão.

No entanto, as medidas mais pontuais que o Governo vem tomando com a finalidade de dar maior vigor à economia doméstica não devem ser menosprezadas. Entre tais medidas, tem–se levantado muitas duvidas a respeito dos efeitos dos estímulos ao consumo das famílias sobre a economia. É muito provável que tais estímulos não terão os mesmos impactos registrados em 2009, quando exerceram papel–chave para minimizar os efeitos negativos do agravamento da crise internacional iniciado em setembro de 2008 e para a recuperação das atividades econômicas do País já em 2010. Mas, com certeza, no contexto atual, o consumo interno cumprirá papel importante no desempenho do PIB deste ano.

O fato é que a economia está em trajetória descendente e os dados publicados hoje pelo IBGE reforçam essa análise. Eles mostram que o emprego industrial sofreu nova retração em abril (–0,3%), após recuar 0,5% em março – ambas as taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal. Com relação a igual mês de 2011, o número de ocupados na indústria foi 1,4% menor em abril deste ano. Nessa comparação (mês contra mesmo mês do ano anterior), o resultado negativo de abril é o sétimo consecutivo. Esse desempenho ruim fez com que o emprego industrial acumulasse queda de 0,9% no primeiro quadrimestre deste ano.

Nota-se que é um movimento mais geral de recuo do emprego na indústria. Neste acumulado dos primeiro quatro meses de 2012, o número de ocupados na indústria recuou em treze dos dezoito ramos pesquisados pelo IBGE. Em alguns segmentos, o emprego caiu de modo bem mais acentuado do que a média geral, destacando-se: vestuário (–7,9%), produtos de metal (–5,6%), têxtil (–6,2%), calçados e couro (–5,3%), papel e gráfica (–3,9%), madeira (–8,6%) e borracha e plástico (–3,4%). Já, em termos regionais, o emprego industrial apresentou queda, no acumulado do primeiro quadrimestre de 2012, em oito dos catorze locais pesquisados. As retrações mais fortes ocorreram em São Paulo (–3,2%), Região Nordeste (–1,7%), Santa Catarina (–1,3%), Ceará (–3,3%) e Bahia (–2,5%).

Os dados do IBGE indicam que o emprego vem seguindo os passos da produção industrial – nítida desaceleração desde o segundo semestre de 2011 – e que suas perspectivas de curto prazo não são favoráveis, já que o número de horas pagas na indústria também voltou a cair no mês de abril (–0,8%), após queda de 1,3% em março (variações calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal), e já acumula recuo de 1,4% no primeiro quadrimestre deste ano.

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