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O Governo deve, realmente, centrar seus esforços para destravar
os investimentos públicos e favorecer o ambiente econômico
para o planejamento e a realização dos investimentos
privados. É fundamental que um novo padrão de crescimento
da economia brasileira, cada vez mais assentado nos investimentos,
comece desde já. Parece haver consenso sobre esta questão.
No entanto,
as medidas mais pontuais que o Governo vem tomando com a finalidade
de dar maior vigor à economia doméstica não
devem ser menosprezadas. Entre tais medidas, tem–se levantado
muitas duvidas a respeito dos efeitos dos estímulos ao
consumo das famílias sobre a economia. É muito provável
que tais estímulos não terão os mesmos impactos
registrados em 2009, quando exerceram papel–chave para minimizar
os efeitos negativos do agravamento da crise internacional iniciado
em setembro de 2008 e para a recuperação das atividades
econômicas do País já em 2010. Mas, com certeza,
no contexto atual, o consumo interno cumprirá papel importante
no desempenho do PIB deste ano.
O fato é
que a economia está em trajetória descendente e
os dados publicados hoje pelo IBGE reforçam essa análise.
Eles mostram que o emprego industrial sofreu nova retração
em abril (–0,3%), após recuar 0,5% em março
– ambas as taxas calculadas com relação ao
mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal. Com relação
a igual mês de 2011, o número de ocupados na indústria
foi 1,4% menor em abril deste ano. Nessa comparação
(mês contra mesmo mês do ano anterior), o resultado
negativo de abril é o sétimo consecutivo. Esse desempenho
ruim fez com que o emprego industrial acumulasse queda de 0,9%
no primeiro quadrimestre deste ano.
Nota-se que
é um movimento mais geral de recuo do emprego na indústria.
Neste acumulado dos primeiro quatro meses de 2012, o número
de ocupados na indústria recuou em treze dos dezoito ramos
pesquisados pelo IBGE. Em alguns segmentos, o emprego caiu de
modo bem mais acentuado do que a média geral, destacando-se:
vestuário (–7,9%), produtos de metal (–5,6%),
têxtil (–6,2%), calçados e couro (–5,3%),
papel e gráfica (–3,9%), madeira (–8,6%) e
borracha e plástico (–3,4%). Já, em termos
regionais, o emprego industrial apresentou queda, no acumulado
do primeiro quadrimestre de 2012, em oito dos catorze locais pesquisados.
As retrações mais fortes ocorreram em São
Paulo (–3,2%), Região Nordeste (–1,7%), Santa
Catarina (–1,3%), Ceará (–3,3%) e Bahia (–2,5%).
Os dados do
IBGE indicam que o emprego vem seguindo os passos da produção
industrial – nítida desaceleração desde
o segundo semestre de 2011 – e que suas perspectivas de
curto prazo não são favoráveis, já
que o número de horas pagas na indústria também
voltou a cair no mês de abril (–0,8%), após
queda de 1,3% em março (variações calculadas
com relação ao mês imediatamente anterior,
com ajuste sazonal), e já acumula recuo de 1,4% no primeiro
quadrimestre deste ano.
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Conforme a pesquisa PIMES publicada pelo IBGE, o pessoal ocupado assalariado
na indústria geral apresentou um recuo de 0,3% na passagem de março
para abril de 2012, na série livre de efeitos sazonais. Na comparação
mensal (mês/mesmo mês do ano anterior) houve queda de 1,4%,
sétima taxa negativa consecutiva. No acumulado do primeiro quadrimestre,
comparado ao mesmo período de 2011, houve um decréscimo
de 0,9%. Nos últimos 12 meses, o índice ainda registrou
queda de 0,1%, a primeira variação negativa desde julho
de 2010.
Em termos setoriais,
frente ao mesmo mês do ano anterior, o emprego industrial recuou
em treze dos dezoito ramos pesquisados, com destaque para as pressões
negativas vindas de vestuário (–7,9%), produtos de metal
(–5,6%), têxtil (–6,2%), calçados e couro (–5,3%),
papel e gráfica (–3,9%), madeira (–8,6%) e borracha
e plástico (–3,4%). Por outro lado, os principais impactos
positivos sobre o total da indústria foram observados nos setores
de alimentos e bebidas (3,4%), máquinas e equipamentos (3,0%),
indústrias extrativas (4,4%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (2,0%).
No acumulado dos primeiros
quatro meses de 2012, as contribuições negativas mais relevantes
sobre o total da indústria vieram de vestuário (–6,8%),
produtos de metal (–5,5%), calçados e couro (–6,6%),
têxtil (–5,3%), madeira (–9,8%), borracha e plástico
(–4,0%) e papel e gráfica (–3,8%), enquanto os setores
de alimentos e bebidas (4,1%), máquinas e equipamentos (2,6%),
indústrias extrativas (4,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (2,0%) e meios de transporte (1,3%) responderam
pelos principais impactos positivos.
Já, em termos
regionais, o emprego industrial recuou 1,4% em abril de 2012 no confronto
com igual mês do ano passado, com queda do pessoal ocupado em nove
dos 14 locais pesquisados. O principal impacto negativo sobre a média
global foi observado em São Paulo (–3,6%), seguido da Região
Nordeste (–2,5%), Ceará (–3,6%), Bahia (–3,7%)
e Santa Catarina (–1,2%). Paraná (4,1%) e Minas Gerais (1,1%)
apontaram as principais contribuições positivas sobre o
emprego industrial do país. No índice acumulado do primeiro
quadrimestre de 2012 o emprego industrial recuou em oito dos 14 locais.
São Paulo (–3,2%) apontou o principal impacto negativo no
total da indústria, seguido da Região Nordeste (–1,7%),
Santa Catarina (–1,3%), Ceará (–3,3%) e Bahia (–2,5%).
Número
de Horas Pagas. O número total de horas pagas pela indústria
caiu 0,8% entre março e abril do presente ano na série com
ajuste sazonal, após ter registrado recuo de 1,3% em março.
No confronto com abril de 2011 houve decréscimo de 2,1%, o pior
resultado desde novembro de 2009 (–3,1%) neste tipo de comparação.
No acumulado do primeiro quadrimestre do ano frente a igual período
de 2011, o recuo foi de 1,4%, enquanto que nos últimos 12 meses,
houve queda de 0,8%.
Folha de Pagamento
Real. A variável registrou na comparação
com mês imediatamente anterior variação negativa de
0,5%, o segundo recuo consecutivo. Na comparação contra
igual mês do ano anterior, o valor da folha de pagamento cresceu
4,2%, enquanto o indicador acumulado nos quatro primeiros meses do ano
ficou em 4,5%. A taxa acumulada nos últimos dozes manteve a trajetória
de taxas menos positivas registrando alta de 3,8%.
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