Prezados Conselheiros,

Estamos divulgando nossa Análise IEDI de hoje sobre o PIB.

Muito resumidamente, procuramos mostrar que: a) há uma estagnação da economia brasileira nos últimos três trimestres; b) esse quadro não se deve mais tão somente aos problemas da indústria; c) a retração do investimento é a matriz desse processo.

A Análise termina com nossa sugestão de que a política econômica privilegie o incentivo ao investimento através: do reforço da inversão pública em infraestrutura, mais amplas iniciativas de parcerias com o setor privado nesse setor e incentivos poderosos e de grande eficácia para ativar o investimento privado em todos os setores da economia, inclusive o setor industrial. O instrumento para tanto é a depreciação acelerada.

Atenciosamente,

Julio Gomes de Almeida
IEDI - Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial


1º de junho de 2012

PIB
Estagnação da economia
e crise do investimento


   

 
Os dados que o IBGE divulgou hoje sobre o PIB deixam claros os delineamentos da economia brasileira desde meados do ano passado, nenhum deles, a propósito, favoráveis. Primeiro, são três trimestres de desempenho pífio do PIB global, o que se não caracteriza um processo recessivo, define indubitavelmente o quadro econômico recente como de estagnação. Segundo, se na formação desse quadro a crise industrial teve preponderante papel, atualmente não há macro-setor econômico brasileiro que não passe por dificuldades refletidas seja em crescimento negativo ou forte desaceleração. Em uma parcela que achamos ser importante, o contágio da retração industrial responde por essa generalização da fase adversa pela qual passa a economia brasileira.

Terceiro, se já era claros os sinais de problemas na sustentação do grande dinamismo outrora vigente no consumo das famílias, os dados mais atualizados mostram que está no investimento – que declinou cada vez mais ao longo dos últimos três trimestres – a matriz da reversão da fase de crescimento para a de estagnação econômica. O inevitável encolhimento das inversões industriais diante do quadro de forte declínio da produção da indústria que seguidamente perdeu mercado para o produto importado é fator decisivo para a redução dos investimentos totais realizados na economia.

Em suma, a economia está estagnada e isto não é mais fruto só dos problemas da indústria. E a melhor orientação de política de combate ao quadro atual não mais deve ter a ênfase que anteriormente teve com sucesso no incentivo ao consumo, mas, sim, deve incentivar o investimento nas linhas que o IEDI já vem sublinhando: reforço do investimento público em infraestrutura, mais amplas iniciativas de parcerias com o setor privado nesse setor e incentivos poderosos e de grande eficácia para ativar o investimento privado em todos os setores da economia, inclusive o setor industrial. O instrumento para tanto é a depreciação acelerada para inversões que se realizarem nos próximos doze meses.
 

  

 

 

 

 

 

 

 

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