31 de maio de 2012

Indústria
Desempenho menos ruim


  

 
O setor industrial iniciou o segundo trimestre deste ano com resultados ainda desfavoráveis, porém com sinais que ainda precisam ser confirmados de que o quadro geral da indústria está “menos ruim”. De fato, após a queda de 0,5% registrada em março, a produção industrial recuou 0,2% em abril – ambas as taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior com ajuste sazonal. Esse desempenho ainda negativo refletiu a retração da produção nos setores de bens duráveis (–0,5%) e bens semi e não duráveis (–1,4%), enquanto bens de capital registrou aumento de 1,9% e em bens intermediários – o setor com maior peso dentro da indústria - houve estagnação. Cabe notar que o recuo em bens semi e não duráveis poder estar respondendo à retração que parece ter sido pontual na produção de alimentos (-3,7%) e em produtos farmacêuticos (-8,5%).

Com relação a abril de 2011, a produção caiu em todos os grandes setores industriais. Refletindo os problemas de sustentação dos ciclos de consumo e de investimento na economia brasileira, a produção de bens de consumo duráveis acusou recuo de 6,1% e a de bens de capital, 4,1%. No primeiro setor, destacaram-se negativamente a fabricação de telefones celulares (–20,3%), automóveis (–2,7%), eletrodomésticos da “linha marrom” (–8,4%) e motocicletas (–19,2%). Já no setor de bens de capital, os destaques negativos em abril com relação a abril do ano passado vieram da produção de bens de capital para equipamentos de transporte (–9,8%), bens de capital para construção (–12,8%) e bens de capital para energia elétrica (–3,0%).

Ainda na mesma comparação, com quedas menos intensas do que a registrada para a média da indústria (–2,9%), aparecem os setores de bens intermediários (–2,0%) e de bens semi e não duráveis (–1,1%). No de intermediários, o resultado negativo decorreu, sobretudo, do desempenho dos segmentos de metalurgia básica (–4,7%), veículos automotores (–9,2%), têxtil (–8,3%), alimentos (–4,7%), borracha e plástico (–5,3%), produtos de metal (–3,8%) e minerais não metálicos (–1,8%). No de semi e não duráveis, as maiores influências negativas vieram dos grupamentos “outros não duráveis” (–2,5%) e “semiduráveis” (–6,4%) e do segmento de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (–1,2%).

No acumulado do ano até abril, a produção industrial apresenta queda de 2,8%, com recuos expressivos nas atividades produtivas dos setores de bens duráveis (–10,3%) e de bens de capital (–9,8%). Com esses dados, a taxa anualizada de crescimento da produção industrial passou de –1,0% em março para –1,1% abril. A expectativa é que, no segundo semestre, a indústria inicie a recuperação de suas atividades, mas que não será suficiente para expandir sua produção acima de 1,7% em 2012.

Leia aqui o texto completo desta Análise.