O setor industrial iniciou o segundo trimestre deste ano com resultados
ainda desfavoráveis, porém com sinais que ainda
precisam ser confirmados de que o quadro geral da indústria
está “menos ruim”. De fato, após a queda
de 0,5% registrada em março, a produção industrial
recuou 0,2% em abril – ambas as taxas calculadas com relação
ao mês imediatamente anterior com ajuste sazonal. Esse desempenho
ainda negativo refletiu a retração da produção
nos setores de bens duráveis (–0,5%) e bens semi
e não duráveis (–1,4%), enquanto bens de capital
registrou aumento de 1,9% e em bens intermediários –
o setor com maior peso dentro da indústria - houve estagnação.
Cabe notar que o recuo em bens semi e não duráveis
poder estar respondendo à retração que parece
ter sido pontual na produção de alimentos (-3,7%)
e em produtos farmacêuticos (-8,5%).
Com relação
a abril de 2011, a produção caiu em todos os grandes
setores industriais. Refletindo os problemas de sustentação
dos ciclos de consumo e de investimento na economia brasileira,
a produção de bens de consumo duráveis acusou
recuo de 6,1% e a de bens de capital, 4,1%. No primeiro setor,
destacaram-se negativamente a fabricação de telefones
celulares (–20,3%), automóveis (–2,7%), eletrodomésticos
da “linha marrom” (–8,4%) e motocicletas (–19,2%).
Já no setor de bens de capital, os destaques negativos
em abril com relação a abril do ano passado vieram
da produção de bens de capital para equipamentos
de transporte (–9,8%), bens de capital para construção
(–12,8%) e bens de capital para energia elétrica
(–3,0%).
Ainda na mesma
comparação, com quedas menos intensas do que a registrada
para a média da indústria (–2,9%), aparecem
os setores de bens intermediários (–2,0%) e de bens
semi e não duráveis (–1,1%). No de intermediários,
o resultado negativo decorreu, sobretudo, do desempenho dos segmentos
de metalurgia básica (–4,7%), veículos automotores
(–9,2%), têxtil (–8,3%), alimentos (–4,7%),
borracha e plástico (–5,3%), produtos de metal (–3,8%)
e minerais não metálicos (–1,8%). No de semi
e não duráveis, as maiores influências negativas
vieram dos grupamentos “outros não duráveis”
(–2,5%) e “semiduráveis” (–6,4%)
e do segmento de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico
(–1,2%).
No acumulado
do ano até abril, a produção industrial apresenta
queda de 2,8%, com recuos expressivos nas atividades produtivas
dos setores de bens duráveis (–10,3%) e de bens de
capital (–9,8%). Com esses dados, a taxa anualizada de crescimento
da produção industrial passou de –1,0% em
março para –1,1% abril. A expectativa é que,
no segundo semestre, a indústria inicie a recuperação
de suas atividades, mas que não será suficiente
para expandir sua produção acima de 1,7% em 2012.
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