18 de maio de 2012

Indústria
A crise industrial é uma crise
dos setores de maior tecnologia


  

 
Uma classificação dos segmentos industriais brasileiros segundo a intensidade tecnológica (que segue uma metodologia da OCDE) mostra que a crise da indústria brasileira concentra-se, sobretudo, nos segmentos de maior intensidade tecnológica. De fato, no trimestre inicial de 2102 a indústria de transformação produziu 3,1% a menos do que no primeiro trimestre de 2011. A queda foi maior em média-alta intensidade, com redução de 7,3%. O segmento de alta tecnologia teve declínio de 3,0%.

Observe-se que as faixas de alta e média-alta intensidade concentram a produção de bens duráveis e de capital, cujos ciclos, que tanto ajudaram no crescimento da economia brasileira no período recente, mostram sinais de desaceleração.

Quanto ao agrupamento de indústrias de média-baixa intensidade, seu declínio foi de 0,8%, e no que diz respeito à faixa de baixa intensidade tecnológica, a mesma produziu 0,7% menos no trimestre inicial de 2012.

A adoção de mais medidas, ampliando o alcance do Plano Brasil Maior e os esforços no sentido de reduzir a taxa de juros, reflete a preocupação das autoridades governamentais com a situação da indústria de transformação. Os passos que estão sendo seguidos são na direção de tentar reverter expectativas empresariais, principalmente neste momento em que os números do mercado de trabalho ainda são favoráveis. A atuação sobre a taxa de juros tem duplo caráter: tanto recuperar o crédito e manter aceso o mercado interno em momento adverso para as economias avançadas, quanto dirimir a perda de competitividade que a indústria sofreu por conta da taxa de câmbio, pois se espera que, com taxa de juros menor, haja algum nível de depreciação cambial.

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