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O momento adverso pelo qual a indústria brasileira passa
fica mais evidente com os resultados da atividade industrial regional
divulgados hoje pelo IBGE. Pode-se observar que o desempenho negativo
da indústria no primeiro trimestre deste ano (–3,0%)
decorreu da retração da produção nos
três principais parques industriais do País. Em São
Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais a produção
industrial recuou, respectivamente, 6,2%, 6,8% e 1,4% no acumulado
dos três meses iniciais deste ano com relação
a igual período de 2011.
No Estado
paulista, em doze dos vinte setores industriais pesquisados a
produção foi negativa no primeiro trimestre. Quem
mais puxou para baixo a produção foram os setores
de Veículos automotores (–24,4%), Máquinas,
aparelhos e materiais elétricos (–16,0%), Material
eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações
(–30,5%), Outros produtos químicos (–7,2%)
e Farmacêutica (–7,7%).
No Rio de
Janeiro, o número de setores cuja produção
recuou no primeiro trimestre foi, em termos relativos, maior que
o de São Paulo: dez dos treze setores pesquisados pelo
IBGE. As influências mais negativas para a indústria
fluminense vieram das atividades de Veículos automotores
(–39,0%), Refino de petróleo e produção
de álcool (–8,1%) e Farmacêutica (–14,9%).
Em Minas,
os resultados são menos desfavoráveis. A queda de
1,4% da produção industrial mineira no primeiro
trimestres do ano decorreu da retração das atividades
produtivas em seis dos treze setores pesquisados. Os impactos
mais negativos vieram dos setores de Metalurgia básica
(–10,0%), Veículos automotores (–4,7%) e Indústrias
extrativas (–4,4%).
Vale notar
também que, nesses três estados, houve uma piora
da produção industrial na passagem do quarto trimestre
do ano passado para o primeiro trimestre deste ano. Em São
Paulo, de uma queda de 4,4% no último trimestre de 2011
passou-se para a retração supracitada de 6,2% nos
primeiros três meses deste ano. No Rio, de –2,5% para
–6,8%; e em Minas, de –1,3% para –1,4% –
todas as taxas calculadas com relação a igual período
do ano anterior.
A indústria
brasileira, observada pela evolução desses estados
– sobretudo pelo desempenho de São Paulo –
está em recessão. A desaceleração
da economia brasileira é mais um fator que explica (e,
talvez, hoje de modo preponderante) esse quadro do setor. A recuperação
da indústria ficará, provavelmente, para o segundo
semestre, e um crescimento mais sustentável e vigoroso
de suas atividades ocorrerá quando for observado um novo
ciclo de investimentos no País, já que aquele ciclo
robusto iniciado em 2007 (capitaneado pela produção
de bens de capital e duráveis) parece ter ficado para trás.
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De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal Regional
do IBGE, na passagem de fevereiro para março, com ajuste sazonal,
a produção industrial avançou em cinco dos catorze
locais pesquisados. Os estados da Bahia (–1,3%), Minas Gerais (–0,7%),
Santa Catarina (–0,7%), São Paulo (–0,3%) e região
Nordeste (–0,5%) apresentaram queda na produção industrial.
Já os estados do Paraná (9,8%), Goiás (6,7%), Amazonas
(6,5%), Rio Grande do Sul (2,6%), Rio de Janeiro (2,5%), Ceará
(1,9%), Pará (0,9%), Pernambuco (0,4%) e Espírito Santo
(0,3%) apresentaram movimento contrário, isto é, apresentaram
crescimento da produção industrial na passagem de fevereiro
para março.
Na base de comparação
mês contra mesmo mês do ano anterior, os estados de São
Paulo (–6,2%), Santa Catarina (–6,0%), Rio de Janeiro (2,4%),
Espírito Santo (–2,4%) registraram quedas superiores à
média nacional (–2,1%). As demais taxas negativas foram assinaladas
por região Nordeste (–1,4%), Minas Gerais (–0,7%) e
Bahia (–0,7%). Por outro lado, o destaque positivo foi registrado
no estado de Goiás, cuja produção cresceu 24,7%,
refletindo, em grande parte, a maior produção do setor de
produtos químicos (70,2%). Também registraram resultados
positivos: Paraná (15,0%), Pará (5,5%), Rio Grande do Sul
(1,5%), Ceará (1,3%), Amazonas (0,3%) e Pernambuco (0,1%).
A produção
industrial acumulada entre janeiro e março apresentou queda em
oito das quatorze localidades. Quatro locais recuaram acima da média
nacional (-3,0%): Rio de Janeiro (–6,8%), São Paulo (–6,2%),
Santa Catarina (–5,9%) e Ceará (–4,3%). As demais taxas
negativas foram: Espírito Santo (–2,4%), Amazonas (–2,0%),
Minas Gerais (–1,4%) e Pará (–1,2%). Nesses locais,
o menor dinamismo foi influenciado por fatores relacionados à redução
na fabricação de bens de consumo duráveis (automóveis,
motos, aparelhos de ar condicionado e telefones celulares) e de bens de
capital (especialmente os caminhões), além da menor produção
dos setores extrativos (minérios de ferro), têxtil, vestuário
e metalurgia básica. Por outro lado, os estados que obtiveram alta
em seu crescimento foram: Goiás (18,8%), Bahia (8,0%), Paraná
(7,4%), Pernambuco (5,6%), região Nordeste (4,0%) e Rio Grande
do Sul (2,1%).
A redução
no ritmo de crescimento do setor industrial no índice acumulado
nos últimos doze meses na passagem de fevereiro para março
(-1,1%) refletiu em 7 dos 14 locais pesquisados. Com destaque para queda
no crescimento nos estados do Ceará (-10,4%) e em Santa Catarina
(-6,6%). As principais expansões foram assinaladas em Goiás
(11,4%), Paraná (7,7%) e Amazonas (4,1%).
Paraná.
Em março, frente fevereiro, com dados já descontados
dos efeitos sazonais, a produção industrial paranaense apresentou
avanço de 9,8%. No confronto com março de 2011, constatou-se
avanço de 15,0%, taxa influenciada pelos setores: edição,
impressão e reprodução de gravações
(89,2%), refino de petróleo e produção de álcool
(17,7%) e veículos automotores (14,0%). Em sentido oposto, o único
setor a apresentar queda foi o de máquinas e equipamentos (–11,7%).
No acumulado no ano de 2012, a produção industrial obteve
alta de 7,4%. Os setores de edição, impressão e reprodução
de gravações (60,9%), madeira (22,8%) e refino de petróleo
e produção de álcool (12,3%), apresentaram alta.
Por outro lado, o setor de veículos automotores (–11,5%)
apresentou queda em sua produção.
Goiás.
Em março, frente fevereiro, com dados já descontados
dos efeitos sazonais, a produção industrial goiana apresentou
avanço de 6,7%. No confronto com março de 2011, constatou-se
avanço de 24,7%, taxa influenciada pelos setores: produtos químicos
(70,2%), minerais não metálicos (28,3%) e metalurgia básica
(23,7%). Já a principal contribuição negativa foi
observada pelo setor de indústria extrativa (–4,0%). No acumulado
no ano de 2012 até março, a produção industrial
atingiu (18,8%), com destaque para o crescimento nos setores de produtos
químicos (84,7%) e minerais não metálicos (18,1%).
São
Paulo. Em março, a indústria paulista apresentou
queda de (0,3%), com dados livres de efeitos sazonais. Na comparação
mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), o estado registrou
queda de 6,2%, taxa influenciada pelos setores de máquinas, aparelhos
e materiais elétricos (–16,0%), produtos de metal (–14,2%)
e edição, impressão e reprodução de
gravações (–13,7%). Por outro lado, as principais
contribuições positivas podem ser observadas pelos setores
de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações
(31,9%) e outros equipamentos de transporte (16,4%).
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