Prezados Conselheiros,
Segundo dados divulgados hoje pelo IBGE o produção industrial caiu 0,5% em março com relação ao mês anterior. O primeiro trimestre do ano foi ruim para a indústria, que acumulou queda de 0,5%, reproduzindo o que vem ocorrendo há quatro trimestres. Com relação ao mesmo período de 2011, no primeiro trimestre desse ano a produção industrial recuou 3%. Particularmente, os setores de bens de consumo duráveis (queda de produção de 11,6%) e bens de capital (-11,4%) lideraram a retração industrial. Essa é uma demonstração de que há uma desaceleração intensa do investimento e do ciclo de bens duráveis. Com esse resultado a recuperação tão esperada do setor provavelmente ficará para o segundo semestre. A seguir, a nossa análise completa do quadro industrial referente a março desse ano. Atenciosamente, Julio Gomes de Almeida |
3 de maio de 2012 |
Indústria |
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Entre as categorias de uso, na comparação com o mês imediatamente anterior, os setores produtores de bens intermediários (–0,9%) e de bens de consumo semi e não duráveis (–0,8%) apontaram as taxas negativas do mês de março. Por outro lado, os segmentos de bens de capital (3,8%) e de bens de consumo duráveis (3,4%) mostraram avanço na produção nesse mês. Os índices por categorias de uso na comparação com igual mês do ano anterior confirmam o predomínio de taxas negativas: bens de capital (–5,7%) e bens de consumo duráveis (–4,7%) registrando ritmo de queda superior ao do total da indústria (–2,1%). O setor produtor de bens intermediários (–2,0%) também assinalou queda. A produção de bens de consumo semi e não duráveis (0,6%) foi a única que mostrou crescimento em março de 2012. No acumulado do ano, registrou-se menor dinamismo para bens de consumo duráveis (–11,6%) e bens de capital (–11,4%), pressionados especialmente pela menor produção de automóveis, no primeiro grupamento, e de bens de capital para transportes (caminhões) no segundo. O setor produtor de bens intermediários (–1,3%) apontou recuo menos acentuado que o da média da indústria (–3,0%), enquanto o segmento de bens de consumo semi e não duráveis, com expansão de 0,9%, assinalou o único resultado positivo. Na comparação com igual mês do ano anterior, a produção industrial mostrou queda de 2,1%. Vale citar que março de 2012 (22 dias) teve um dia útil a mais que igual mês do ano anterior (21). Entre os ramos, o segmento de veículos automotores, que recuou 7,5%, exerceu a maior influência negativa. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (–18,4%), metalurgia básica (–6,5%), produtos de metal (–9,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–10,8%), edição, impressão e reprodução de gravações (–7,2%), têxtil (–8,0%) e máquinas e equipamentos (–1,9%). Por outro lado, ainda na comparação com março de 2011, entre os onze setores que registraram taxas positivas, os principais impactos ficaram com os setores de outros equipamentos de transporte (11,3%), bebidas (6,8%) e outros produtos químicos (2,9%). No índice acumulado para os três primeiros meses de 2012, frente a igual período do ano anterior, o recuo foi de 3,0%, devido à queda da produção em quinze dos vinte e sete ramos investigados. A fabricação de veículos automotores registrou a maior pressão negativa no índice com queda de 20,4%, seguido por máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–12,1%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (–13,1%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (–12,7%), metalurgia básica (–3,7%), borracha e plástico (–5,1%), têxtil (–7,5%) e vestuário e acessórios (–14,1%). Entre as variações positivas, podemos destacar outros produtos químicos (5,7%), refino de petróleo e produção de álcool (4,3%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos outros (14,7%), outros equipamentos de transporte (5,5%) e alimentos (1,4%).
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