12 de abril de 2012

Emprego Industrial
Ainda em momento adverso


   

 
O número de ocupados na indústria brasileira apresentou ligeiro aumento de 0,1% em fevereiro com relação a janeiro, a partir da série de dados com ajuste sazonal publicada hoje pelo IBGE. É um resultado tímido, que não se opõe fortemente à evolução desfavorável do emprego industrial observada nos últimos meses (–0,4%, –0,5%, –0,1%, 0,1%, –0,2%, respectivamente, de setembro de 2011 a janeiro deste ano) e que não aponta, de forma inequívoca, para uma retomada da ocupação na indústria. Portanto, ainda que positivo, o comportamento do emprego industrial em fevereiro também deve ser tratado com cautela, assim como esta Análise sugeriu para o comportamento da produção industrial nesse mesmo mês, cuja taxa de variação foi de 1,3%.

O fato é que, em outras comparações, a evolução da ocupação na indústria vem piorando. Ao se comparar determinado mês com igual mês do ano anterior, observam-se as seguintes variações: –0,3%, –0,5%, –0,4%, –0,4%, –0,7%, nessa ordem, de outubro de 2011 a fevereiro último. Em outra comparação, observa-se que, no primeiro bimestre deste ano, o emprego industrial acumula queda de 0,6%, resultado que é pior do que o registrado no quarto e último trimestre de 2011, que foi de –0,4% – ambas as taxas calculadas com relação ao mesmo período do ano anterior.

Em termos regionais, a ocupação na indústria continua assinalando resultados bastante adversos em São Paulo. Em fevereiro deste ano frente a igual mês de 2011, o emprego industrial caiu 2,9%. Vale lembrar que, desde maio do ano passado, o número de ocupados no estado paulista vem recuando a taxas expressivas e cada vez mais negativas: –0,6%, –1,2%, –1,7%, –1,4%, –2,1%, –3,3%, –3,5%, –3,1%, –3,0%, respectivamente, de maio de 2011 a janeiro deste ano. No Rio de Janeiro, outro estado com elevada participação na indústria brasileira, o emprego industrial também vem caindo a taxas significativas: –0,2%, –0,5%, –0,5%, –0,4%, –0,8%, de outubro do ano passado a fevereiro último.

Para os próximos meses, os indicadores de evolução do emprego não são claros. O número de horas extras, por exemplo, apresentou um bom crescimento em fevereiro com relação a janeiro, de 1,3% – com ajuste sazonal. Mas, ele havia caído em janeiro (–0,1%) e não vinha apresentando bons resultados desde setembro do ano passado. Um crescimento mais persistente do número de horas extras nos próximos meses poderá indicar o começo de uma retomada do emprego industrial no País. No entanto, como exposto acima, a trajetória recente da ocupação industrial não é nada favorável e não permite apontar para uma reação do mercado de trabalho ligado à indústria, sobretudo ao se considerar o que vem ocorrendo em São Paulo.

Leia aqui o texto completo desta Análise.