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O número de ocupados na indústria brasileira apresentou
ligeiro aumento de 0,1% em fevereiro com relação
a janeiro, a partir da série de dados com ajuste sazonal
publicada hoje pelo IBGE. É um resultado tímido,
que não se opõe fortemente à evolução
desfavorável do emprego industrial observada nos últimos
meses (–0,4%, –0,5%, –0,1%, 0,1%, –0,2%,
respectivamente, de setembro de 2011 a janeiro deste ano) e que
não aponta, de forma inequívoca, para uma retomada
da ocupação na indústria. Portanto, ainda
que positivo, o comportamento do emprego industrial em fevereiro
também deve ser tratado com cautela, assim como esta Análise
sugeriu para o comportamento da produção industrial
nesse mesmo mês, cuja taxa de variação foi
de 1,3%.
O fato é
que, em outras comparações, a evolução
da ocupação na indústria vem piorando. Ao
se comparar determinado mês com igual mês do ano anterior,
observam-se as seguintes variações: –0,3%,
–0,5%, –0,4%, –0,4%, –0,7%, nessa ordem,
de outubro de 2011 a fevereiro último. Em outra comparação,
observa-se que, no primeiro bimestre deste ano, o emprego industrial
acumula queda de 0,6%, resultado que é pior do que o registrado
no quarto e último trimestre de 2011, que foi de –0,4%
– ambas as taxas calculadas com relação ao
mesmo período do ano anterior.
Em termos
regionais, a ocupação na indústria continua
assinalando resultados bastante adversos em São Paulo.
Em fevereiro deste ano frente a igual mês de 2011, o emprego
industrial caiu 2,9%. Vale lembrar que, desde maio do ano passado,
o número de ocupados no estado paulista vem recuando a
taxas expressivas e cada vez mais negativas: –0,6%, –1,2%,
–1,7%, –1,4%, –2,1%, –3,3%, –3,5%,
–3,1%, –3,0%, respectivamente, de maio de 2011 a janeiro
deste ano. No Rio de Janeiro, outro estado com elevada participação
na indústria brasileira, o emprego industrial também
vem caindo a taxas significativas: –0,2%, –0,5%, –0,5%,
–0,4%, –0,8%, de outubro do ano passado a fevereiro
último.
Para os próximos
meses, os indicadores de evolução do emprego não
são claros. O número de horas extras, por exemplo,
apresentou um bom crescimento em fevereiro com relação
a janeiro, de 1,3% – com ajuste sazonal. Mas, ele havia
caído em janeiro (–0,1%) e não vinha apresentando
bons resultados desde setembro do ano passado. Um crescimento
mais persistente do número de horas extras nos próximos
meses poderá indicar o começo de uma retomada do
emprego industrial no País. No entanto, como exposto acima,
a trajetória recente da ocupação industrial
não é nada favorável e não permite
apontar para uma reação do mercado de trabalho ligado
à indústria, sobretudo ao se considerar o que vem
ocorrendo em São Paulo.
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Resultados Gerais. Em janeiro, o total dos ocupados na
indústria geral avançou 0,1% em relação ao
mês anterior, a partir de dados livres dos efeitos sazonais, após
apontar variação negativa de 0,2% em janeiro. No confronto
entre fevereiro 2012 e fevereiro 2011, verificou-se queda dos ocupados
assalariados em 0,7%, a quinta variação negativa consecutiva.
No acumulado em 2012 a variação foi negativa na ordem de
0,6%. Em 2012, frente aos 12 meses de 2011, a ocupação na
indústria total cresceu apenas 0,5%, e prosseguiu com a trajetória
descendente iniciada em fevereiro de 2011 3,9%.
Regiões.
Regionalmente, na comparação com o mesmo mês
do ano anterior, houve decréscimo do pessoal assalariado ocupado
na indústria em oito dos quatorze locais pesquisados. O principal
impacto negativo sobre a média global foi observado em São
Paulo
(-2,9%), Nordeste (-1,4%), Santa Catarina (-1,3%) e Ceará (-3,6%).
Por outro lado, Paraná (4,2%), Minas Gerais (1,5%) e Rio Grande
do Sul (1,3%) registraram as principais contribuições positivas.
No acumulado no ano,
frente o mesmo período de 2011, 8 locais apresentaram alta da ocupação
industrial, com destaque para Paraná (4,4%), Minas Gerais (2,0%),
Rio Grande do Sul (1,2%) e região Norte e Centro-Oeste (1,1%).
Por outro lado São Paulo (-2,9%), região Nordeste (-0,9%),
Santa Catarina (-1,4%) e Ceará (-3,2%), se destacaram negativamente.
Setores. Em
janeiro, 9 dos 18 setores industriais pesquisados pelo IBGE, na comparação
com fevereiro de 2011, observaram queda no total de ocupados. Podemos
destacar Podemos destacar (-7,4%), produtos de metal (-5,6%), calçados
e couro (-6,3%), madeira (-10,4%), têxtil (-5,1%), borracha e plástico
(-4,1%) e papel e gráfica (-3,8%). Por outro lado, os destaques
positivos foram observados pelos subsetores de alimentos e bebidas (4,9%),
máquinas e equipamentos (2,1%), indústrias extrativas (4,7%),
meios de transporte (1,4%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (2,0%).
Número
de Horas Pagas. O número de horas pagas na indústria,
na passagem de janeiro para fevereiro, apresentou resultado positivo (1,3%)
após registrar queda de 0,1% em janeiro, em comparação
feita a partir de dados livres de efeitos sazonais. No confronto com igual
mês do ano anterior, o número de horas pagas recuou 0,8%
(a sexta taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto) em fevereiro.
No acumulado no ano, frente o mesmo período de 2011, a queda foi
na ordem de 1,1%.
Folha de Pagamento
Real. Na passagem entre janeiro para fevereiro de 2012, a folha
de pagamento real registrou alta de 1,3%. O indicador mensal (mês/mesmo
mês do ano anterior) assinalou acréscimo de 5,4%, 26º
resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação,
com ritmo superior ao observado no último trimestre de 2011 (2,4%).
O índice acumulado nos últimos 12 meses mostrou ligeira
redução na intensidade de crescimento entre dezembro/2011
(4,3%), janeiro/2012 (4,1%) e fevereiro/2012 (4,0%) e prosseguiu com a
trajetória descendente iniciada em maio de 2011 (7,3%).
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