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Três fatos pontuam o resultado do emprego industrial em
janeiro de 2012. Primeiro, os números deixam evidente a
equivalência entre o movimento da produção
da indústria – que como se sabe, foi muito desfavorável,
tendo queda de 2,1% – e o emprego, que caiu 0,3%. Embora
haja a equivalência dos movimentos, a ocupação
cai menos do que a produção, o que é justificado
pela defasagem tradicional do emprego e também porque no
contexto de baixa taxa de desemprego, especialmente da mão
de obra qualificada, os empresários resistem a se desfazerem
de seus quadros por perderem os investimentos em treinamento e
qualificação. Em segundo lugar, o número
de horas trabalhadas no início desse ano acusou queda de
0,2%, numa indicação de que o emprego, que teve
queda em janeiro, deve continuar recuando no próximo mês.
Usualmente, antes de reduzir seu efetivo as empresas reduzem as
horas trabalhadas de sua mão de obra. A perspectiva de
curto prazo, portanto, não é boa para o emprego
industrial. Finalmente, no centro industrial do País, em
São Paulo, onde a indústria é mais diversificada,
a queda no número de pessoas ocupadas vem sendo maior do
que na média brasileira. O temor é que o padrão
de São Paulo se imponha para o resto do País, ampliando
as demissões no setor como um todo.
Assim como
ocorreu com a produção, o emprego industrial iniciou
o ano de 2012 em baixa. Em janeiro último com relação
a dezembro, o número de ocupados na indústria brasileira
recuou 0,3% – taxa de variação calculada a
partir da série com ajuste sazonal. Com esse resultado,
confirma-se o processo de fechamento de postos de trabalho na
indústria observado desde setembro do ano passado (na comparação
mês com mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal).
O fato é que o emprego industrial está acompanhando
o que vem ocorrendo na produção. Se, nos oito primeiros
meses do ano passado, o número de ocupados na indústria
ficou estável, a partir de setembro ele deixou de resistir
à forte perda de ritmo da produção observada
ao longo de 2011 e começou a cair.
Portanto,
o emprego industrial também já está sendo
afetado pelos fatores mais gerais que estão comprometendo
a competitividade da indústria e, consequentemente, empurrando
sua produção para baixo, quais sejam, o elevado
custo de se produzir no País e a moeda valorizada. Observa-se
também, nos dados divulgados hoje pelo IBGE, que o emprego
está recuando mais fortemente em um importante centro gerador
de postos de trabalho para a indústria, que é São
Paulo. No Estado paulista, o emprego recua desde abril do ano
passado (na comparação mês com relação
a igual mês do ano anterior). De outubro até janeiro,
por exemplo, a evolução do número de ocupados
em São Paulo foi: –3,5%, –3,7%, –3,3%
e –3,0%, nessa ordem. No Rio de Janeiro, outro centro importante
para o emprego industrial, o número de ocupados ficou estagnado
em dezembro (0,0%) e caiu em janeiro (–0,7%).
Em termos
setoriais, no mês de janeiro deste ano com relação
a janeiro de 2011, o emprego industrial caiu em nove dos dezoito
segmentos da indústria pesquisados pelo IBGE. Os segmentos
que mais pressionaram para baixo o emprego foram: calçados
e couro (cujo número de ocupados recuou 8,6%), vestuário
(–5,3%), produtos de metal (–4,9%), madeira (–11,3%),
borracha e plástico (–4,8%) e têxtil (–4,5%).
Por outro lado, Alimentos e bebidas (5,1%), meios de transporte
(2,8%), máquinas e equipamentos (2,1%), máquinas
e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(2,2%) e indústrias extrativas (4,5%) exerceram os principais
impactos positivos sobre o total do emprego da indústria.
Vale notar que esse crescimento do emprego nas indústrias
extrativas é que está, em boa medida, “segurando”
o emprego em Minas Gerais, cuja taxa de variação
foi de +2,5% em janeiro último frente ao mesmo mês
de 2011.
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Em janeiro, o total dos ocupados na indústria geral recuou 0,3%
em relação ao mês anterior, a partir de dados livres
dos efeitos sazonais. No confronto entre janeiro 2012 e janeiro 2011,
verificou-se queda dos ocupados assalariados em 0,5%, a quarta variação
negativa consecutiva. Em 2012, frente aos 12 meses de 2011, a ocupação
na indústria total cresceu apenas 0,8%, e prosseguiu com a trajetória
descendente iniciada em fevereiro de 2011 3,9%.
Regionalmente, na
comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve
decréscimo do pessoal assalariado ocupado na indústria em
oito dos quatorze locais pesquisados. O principal impacto negativo sobre
a média global foi observado em São Paulo (–3,0%),
seguido por Santa Catarina (–1,5%), Ceará (–2,8%) e
região Nordeste (–0,4%). Por outro lado, Paraná (4,6%),
Minas Gerais (2,5%), região Norte e Centro-Oeste (1,7%) e Pernambuco
(4,2%) registraram as principais contribuições positivas.
No acumulado no ano,
frente o mesmo período de 2011, seis locais apresentaram alta da
ocupação industrial, com destaque para Paraná (4,6%),
Pernambuco (4,1%). Por outro lado os estados de São Paulo (–2,9%)
e Ceará (–2,7%), se destacaram negativamente.
Em termos setoriais,
nove dos dezoito setores industriais pesquisados pelo IBGE assinalaram
queda no número de ocupados em janeiro deste ano com relação
a janeiro de 2011. Podemos destacar calçados e couro (–8,6%),
vestuário (–5,3%), produtos de metal (–4,9%), madeira
(–11,3%), borracha e plástico (–4,8%) e têxtil
(–4,5%). Por outro lado, Alimentos e bebidas (5,1%), meios de transporte
(2,8%), máquinas e equipamentos (2,1%), máquinas e aparelhos
eletroeletrônicos e de comunicações (2,2%) e indústrias
extrativas (4,5%) exerceram os principais impactos positivos sobre o total
da indústria.
Número
de Horas Pagas. O
número de horas pagas na indústria, na passagem de dezembro
para janeiro, voltou a apresentar resultado negativo (–0,2%) –
comparação feita a partir de dados livres de efeitos sazonais.
No confronto com igual mês do ano anterior, o número de horas
pagas recuou 1,5% em janeiro. No acumulado dos últimos doze meses
encerrados em janeiro, o número de horas pagas cresceu 0,2%, apresentando
perda de ritmo nessa comparação.
Folha de Pagamento
Real. Na passagem entre dezembro para janeiro de 2012, a folha
de pagamento real registrou alta de 5,1%. O indicador mensal (mês/mesmo
mês do ano anterior) assinalou acréscimo de 4,4%, vigésimo
quinto resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação,
com ritmo superior ao observado no último trimestre de 2011 (2,4%).
O índice acumulado nos últimos 12 meses até janeiro
mostrou ligeira redução na intensidade de crescimento entre
dezembro/2011 (4,3%) e janeiro/2012 (4,1%).
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