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É conhecido o resultado industrial brasileiro em 2011:
a indústria geral (que inclui a indústria de extrativa)
avançou sua produção em apenas 0,3%. Já
a indústria de transformação acusou variação
pouco menor: 0,2% relativamente a 2010. Convém sublinhar
que o resultado só não foi menor por conta das atividades
de alta intensidade tecnológica, o que contrabalançou
em parte o desempenho das atividades intensivas em recursos humanos
e de baixa intensidade tecnológica que registraram retração
a exigir cuidados. Esse fato evidencia a relevância de políticas
que procuram promover os segmentos de maior intensidade tecnológica
para desenvolver uma estrutura industrial mais diversificada.
Segundo a
intensidade tecnológica da indústria de transformação
adotada pela OCDE, cabe ainda ressaltar:
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Das
quatro faixas de intensidade (alta, média-alta, média-baixa,
e baixa), a mais intensiva em tecnologia foi a que mais cresceu
em 2011, como já foi observado, 2,2%, uma marca que pode
ser considerada modesta. O segmento de média-alta intensidade
cresceu bem menos, 0,4%, embora acima da taxa da indústria
de transformação como um todo.
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Apesar disso, as balanças comerciais dos produtos típicos
das indústrias de alta e de média-alta intensidade
se deterioraram fortemente. O déficit dos produtos da
indústria de alta intensidade cresceu para US$ 30,0 bilhões
(US$ 26 bilhões em 2010), enquanto o dos bens do segmento
de média-alta saltou para impressionantes US$ 52,4
bilhões (US$ 39 bilhões no ano anterior). Ou seja,
nesse último segmento que vem tendo elevado dinamismo
na economia brasileira, a produção doméstica
não tem acompanhado o dinamismo da demanda interna, crescentemente
abastecida por importações.
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A produção física das atividades de média-baixa
intensidade se expandiu em 0,7%. Esta faixa reflete sobremaneira
os comportamentos da produção de bens metálicos
(metalurgia básica e fabricação de produtos
metálicos) e de derivados do petróleo refinado,
álcool e outros combustíveis. A produção
de bens metálicos apresentou a mesma taxa do segmento
de média-baixa intensidade. Já o saldo comercial
de produtos metálicos atingiu superávit de US$
8,7 bilhões. Este resultado positivo não conseguiu
fazer frente ao déficit de produtos derivados de petróleo
refinado, outros combustíveis e afins. Assim, o saldo
dos bens típicos das indústrias de média-baixa
intensidade registrou déficit de US$ 9,3 bilhões.
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O segmento considerado menos intensivo em termos tecnológicos,
segundo a classificação da OCDE, foi o único
cuja produção declinou com queda de 1,2%. As indústrias
de alimentos, bebidas e fumo viram sua produção
física crescer 0,4%. As indústrias madeireiras,
de papel e celulose lograram expansão de 1,2%. Por outro
lado, as indústrias têxtil, do vestuário,
couro e calçados sofreram intensa retração
de 11,1% devido ao forte impacto das importações.
Notar que esse segmento registrou pela segunda vez consecutiva
déficit comercial na série iniciada em 1989. Mesmo
não sendo auspiciosas as taxas de crescimento da produção,
o comportamento dos preços dos bens típicos dos
segmentos de alimentos, bebidas e fumo e indústrias madeireiras,
de papel e celulose propiciaram superávit comercial recorde
(US$ 42,9 bilhões) dos produtos da indústria de
baixa intensidade tecnológica.
Em suma, as
atividades mais dinâmicas da economia brasileira têm
apresentado déficits comerciais cada vez maiores, enquanto
a produção interna evolui a taxas muito baixas.
Se os preços
internacionais favoráveis têm concorrido para a produção
e inserção externa da agropecuária, agroindústria
e extração mineral, o mesmo não vem acontecendo
com outras atividades notadamente o setor manufatureiro, os quais
acabam ficando mais sujeitas aos já conhecidos problemas
brasileiros - câmbio valorizado, tributação
complexa, infraestrutura insuficiente e cara, alto custo do capital
e da mão de obra especializada. Para que a produção
brasileira – não somente a indústria –
não fique tão sujeita à conjuntura internacional,
é premente uma abordagem mais ampla e contundente por parte
das políticas de industriais e de desenvolvimento do país.
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