O emprego industrial cresceu 1,0% em 2011, uma taxa de variação
muito aquém da registrada em 2010, que foi de 3,4%. Esse
desempenho fraco reflete o comportamento praticamente estagnado
da produção da indústria brasileira em 2011
(cuja variação foi de 0,3%). Mais preocupante ainda
é a evolução do emprego industrial em 2011
capturada pela pesquisa do IBGE. Ao se comparar trimestre com
trimestre imediatamente anterior na série com ajuste sazonal,
observa-se que o número de ocupados na indústria
não avançou nos três primeiros trimestre de
2011 e, no quarto trimestre, ele recuou: 0,2%, 0,0%, 0,1% e –0,6%.
Ou seja, após
uma trajetória de crescimento nulo no período janeiro-setembro,
o emprego industrial começou a encolher no último
trimestre de 2011. Essa tendência de perda de ritmo e queda
no quarto trimestre também pode ser vista na série
que compara trimestre com igual trimestre do ano anterior: 2,7%,
1,3%, 0,5%, –0,4%, respectivamente, do primeiro ao último
trimestre do ano passado. Esses números indicam que no
primeiro trimestre de 2012 o emprego industrial deverá
regredir.
Os setores
que mais contribuíram para o crescimento do emprego total
da indústria em 2011 foram: alimentos e bebidas (2,9%),
meios de transporte (6,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (6,1%), máquinas e equipamentos
(3,7%) e outros produtos da indústria de transformação
(4,1%). Por outro lado, quem mais puxou para baixo o nível
de emprego no ano passado forma os setores tradicionais da economia
brasileira, como o de calçados e couro (–5,0%), de
vestuário (–3,2%) e de madeira (9,3%), e o de papel
e gráfica (–7,5%).
Em termos
regionais, quem mais influenciou positivamente o resultado geral
do emprego industrial em 2011 foram os estados de Minas Gerais
(2,3%), Paraná (5,4%), Rio de Janeiro (1,3%) e Rio Grande
do Sul (2,4%). Por outro lado, a queda de 1,3% do pessoal ocupado
na indústria em São Paulo exerceu a principal pressão
negativa. Cabe destacar que o emprego industrial no Estado paulista
vem, na comparação mês com igual mês
do ano anterior, assinalando sucessivas retrações
desde abril de 2011. Em dezembro, o recuo do número de
ocupados nesse estado foi de 3,3% (após ter caído
também de modo expressivo em outubro e novembro: –3,5%,
–3,7%, respectivamente), decorrente da redução
do emprego em quinze dos dezoito setores investigados pelo IBGE.
Esse desempenho de São Paulo é o principal fator
que determinou a tendência declinante do emprego industrial
no País em 2011, e ele está ficando cada vez mais
visível, já que o emprego nas indústrias
de outras regiões também dá sinais de recuo.
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