10 de fevereiro de 2012

Emprego Industrial
2011: desempenho fraco com final negativo


   

 
O emprego industrial cresceu 1,0% em 2011, uma taxa de variação muito aquém da registrada em 2010, que foi de 3,4%. Esse desempenho fraco reflete o comportamento praticamente estagnado da produção da indústria brasileira em 2011 (cuja variação foi de 0,3%). Mais preocupante ainda é a evolução do emprego industrial em 2011 capturada pela pesquisa do IBGE. Ao se comparar trimestre com trimestre imediatamente anterior na série com ajuste sazonal, observa-se que o número de ocupados na indústria não avançou nos três primeiros trimestre de 2011 e, no quarto trimestre, ele recuou: 0,2%, 0,0%, 0,1% e –0,6%.

Ou seja, após uma trajetória de crescimento nulo no período janeiro-setembro, o emprego industrial começou a encolher no último trimestre de 2011. Essa tendência de perda de ritmo e queda no quarto trimestre também pode ser vista na série que compara trimestre com igual trimestre do ano anterior: 2,7%, 1,3%, 0,5%, –0,4%, respectivamente, do primeiro ao último trimestre do ano passado. Esses números indicam que no primeiro trimestre de 2012 o emprego industrial deverá regredir.

Os setores que mais contribuíram para o crescimento do emprego total da indústria em 2011 foram: alimentos e bebidas (2,9%), meios de transporte (6,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (6,1%), máquinas e equipamentos (3,7%) e outros produtos da indústria de transformação (4,1%). Por outro lado, quem mais puxou para baixo o nível de emprego no ano passado forma os setores tradicionais da economia brasileira, como o de calçados e couro (–5,0%), de vestuário (–3,2%) e de madeira (9,3%), e o de papel e gráfica (–7,5%).

Em termos regionais, quem mais influenciou positivamente o resultado geral do emprego industrial em 2011 foram os estados de Minas Gerais (2,3%), Paraná (5,4%), Rio de Janeiro (1,3%) e Rio Grande do Sul (2,4%). Por outro lado, a queda de 1,3% do pessoal ocupado na indústria em São Paulo exerceu a principal pressão negativa. Cabe destacar que o emprego industrial no Estado paulista vem, na comparação mês com igual mês do ano anterior, assinalando sucessivas retrações desde abril de 2011. Em dezembro, o recuo do número de ocupados nesse estado foi de 3,3% (após ter caído também de modo expressivo em outubro e novembro: –3,5%, –3,7%, respectivamente), decorrente da redução do emprego em quinze dos dezoito setores investigados pelo IBGE. Esse desempenho de São Paulo é o principal fator que determinou a tendência declinante do emprego industrial no País em 2011, e ele está ficando cada vez mais visível, já que o emprego nas indústrias de outras regiões também dá sinais de recuo.
 

 
Em dezembro, o total dos ocupados na indústria geral avançou 0,2% em relação ao mês anterior, a partir de dados livres dos efeitos sazonais, após três meses de quedas (setembro, –0,4%; outubro, –0,5%; e novembro, –0,1%). No confronto entre dezembro 2011 e dezembro 2010, verificou-se queda dos ocupados assalariados em 0,4%, a terceira variação negativa consecutiva. Na análise trimestral (trimestre/ mesmo trimestre do ano anterior), o quarto trimestre de 2011 apresentou um recuo de 0,4%, interrompendo sete trimestres de resultados positivos consecutivos. Em 2011, frente aos 12 meses de 2010, a ocupação na indústria total cresceu apenas 1,0%, comparativamente aos 3,4% de 2010.

Regionalmente, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve decréscimo do pessoal assalariado ocupado na indústria em sete dos quatorze locais pesquisados. O principal impacto negativo sobre a média global foi observado em São Paulo (–3,3%), seguido por Santa Catarina (–1,1%), região Nordeste (–0,7%) e Ceará (–3,0%). Por outro lado, Paraná (4,9%), Minas Gerais (2,2%), região Norte e Centro-Oeste (2,3%) e Rio Grande do Sul (1,8%) registraram as principais contribuições positivas.

Na análise trimestral, pode-se observar a desaceleração do ritmo de crescimento entre o terceiro e quarto trimestres do ano em 11 localidades com destaque para: Pernambuco (de 6,7% para 3,7%), São Paulo (de –2,0% para –3,5%), Paraná (de 6,9% para 5,4%), Bahia (de 0,7% para –0,4%) e região Nordeste (de 0,6% para –0,4%). Já no acumulado no ano, frente o mesmo período de 2010, dez locais apresentaram alta da ocupação industrial, com destaque para Paraná (5,4%), Minas Gerais (2,9%), região Norte e Centro–Oeste (3,1%), Rio Grande do Sul (2,4%) e região Nordeste (1,3%). São Paulo (–1,3%) exerceu a pressão negativa mais relevante.

 

 
Em termos setoriais, em dezembro, 11 dos 18 setores industriais pesquisados pelo IBGE, na comparação com dezembro de 2010, observaram queda no total de ocupados. Podemos destacar vestuário (–6,3%), calçados e couro (–8,6%), produtos de metal (–3,9%), madeira (–10,5%), borracha e plástico (–4,4%) e têxtil (–4,1%). Por outro lado, alimentos e bebidas (3,8%), meios de transporte (3,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos de comunicações (4,4%) e máquinas e equipamentos (2,5%) exerceram as principais contribuições positivas.

Na análise dos ocupados pela indústria no acumulado de 2011 frente o mesmo período do ano anterior, destacaram-se os setores de alimentos e bebidas (2,9%), meios de transporte (6,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (6,1%), máquinas e equipamentos (3,7%) e outros produtos da indústria de transformação (4,1%). Por outro lado, os ramos de papel e gráfica (–7,5%), de calçados e couro (–5,0%), de vestuário (–3,2%) e de madeira (–9,3%) representaram as pressões negativas mais relevantes

Número de Horas Pagas. O número de horas pagas na indústria, na passagem de novembro para dezembro, cresceu 0,4%, em comparação feita a partir de dados livres de efeitos sazonais, o primeiro aumento em quatro meses. No confronto com igual mês do ano anterior, o número de horas pagas recuou 1,5% em dezembro. No acumulado no ano, frente o mesmo período de 2010, a alta foi de apenas 0,5%.

Folha de Pagamento Real. Na passagem entre novembro e dezembro de 2011, a folha de pagamento real registrou recuo de 2,1%. O indicador mensal (mês/mesmo mês do ano anterior) assinalou acréscimo de 3,1%. Na análise trimestral, o valor real da folha de pagamento apresenta taxa positiva na comparação com igual trimestre do ano anterior (2,3%), mas mostra clara desaceleração desde o terceiro trimestre de 2010, quando atingiu variação de 9,9%. Em 2011, comparado aos dados de 2010, esta variável avançou 4,2%.

 

 

 

 

 

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