23 de janeiro de 2012

Inovação
A Agenda da Inovação nos
Grandes Grupos Privados


  

 
Um survey realizado pelo IEDI junto a 40 grandes empresas — 30 nacionais e 10 internacionais — revela um quadro bastante interessante da compreensão acerca da inovação por parte dos principais líderes empresariais atuantes no país. Para 58% das empresas a inovação tecnológica é decisiva para sua estratégia de mercado atual, enquanto 42% consideram a inovação como relevante. Nenhuma empresa considera a tecnologia como pouco relevante ou irrelevante.

No horizonte de dez anos, a relevância da inovação se acentua muito: 80% das empresas tomam a tecnologia como decisiva para sua estratégia de mercado e 20% consideram que este aspecto será relevante. Novamente, não há empresa que visualize, no futuro, que a inovação tecnológica será pouco relevante ou irrelevante.

Convém sublinhar como os executivos vêem o posicionamento de suas empresas em termos de inovação no presente e no horizonte de dez anos. Na situação atual prevalecem posicionamentos mais tímidos, como o de diferenciador, seguidor rápido (fast follower), ou de licenciador de tecnologias. Em dez anos, na grande maioria das empresas, prevalece a visão de ser líder em termos de inovação.

A pesquisa coloca em evidêncioa, no entanto, vários problemas para a inovação empresarial. A quase totalidade das lideranças consultadas afirma que suas empresas possuem estratégias claras de inovação e que ela está bem alinhada com a estratégia corporativa geral. Da mesma forma, consideram forte o engajamento dos CEOs e da alta direção das empresas com o tema inovação e que estes dirigentes estão alinhados com esta estratégia, o que ocorre também no plano do staff de P&D das empresas. Mas, o mesmo não se aplica para as unidades de negócios, para o staff intermediário e para os colaboradores em geral, nem sempre compremetidos e alinhados com a estratégia de inovação.

Por outro lado, o exame das capacitações declaradas para lidar com a inovação revela um quadro ainda preocupante. Nenhuma destas capacitações (desenvolver soluções tecnológicas próprias, desenvolver novos modelos de negócios, fazer parcerias para inovação tecnológica, adquirir ou licenciar tecnologia, estabelecer alianças com outras empresas, buscar e reter talentos, gerenciar redes de conhecimento externas e gerenciar sistemas de inovação aberta) aparece como sendo predominantemente satisfatória. Prevalecem quase sempre visões de que estas capacitações não são elevadas. Em especial, chama atenção o fato de que são declaradas baixas as capacitações para gerenciar e administrar redes externas de conhecimento e inovação aberta.

Também são poucas as empresas que declaram possuir uma clara cultura de inovação. E merece destaque o reconhecimento de que a difusão desta cultura é muito pequena no conjunto da empresa e entre fornecedores e clientes.

Esta síntese, a pesquisa revela um quadro interessante: A agenda da inovação é estratégica para a grande maioria das empresas brasileiras e seus executivos têm consciência de sua relevância. Há também uma visão clara de que esta importância será ainda maior no futuro. Mas, igualmente, há insatisfação destes executivos com o quadro com que se deparam, no dia a dia, em suas empresas. Ou seja, há muitos avanços no entendimento empresarial da agenda da inovação, mas há igualmente muitos desafios no plano da ação concreta.

 

 
 

 

 

 

 

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