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Agora são três meses de retração, na
margem, do emprego industrial. De acordo com dados divulgados
hoje pelo IBGE, o número de ocupados na indústria
brasileira caiu 0,1% em novembro, após recuos de 0,4% e
0,5% em setembro e outubro, respectivamente – todas as taxas
de variação relativas ao mês imediatamente
anterior com ajuste sazonal. Na comparação com igual
mês de 2010, o emprego industrial também recuou em
novembro (–0,5%), segunda taxa negativa e consecutiva –
em outubro, a queda foi de 0,3%.
Como já
se observou nesta Análise, o emprego industrial, após
permanecer estagnado por um ano – de agosto de 2010 a agosto
de 2011 –, começou a refletir, no último quadrimestre
do ano passado, o desempenho fraco e em nítida desaceleração
da produção industrial visto em praticamente todo
o ano de 2011.
O cenário
mais adverso e mais preocupante do emprego industrial está
em São Paulo. Nesse estado, o número de ocupados
caiu 3,7% em novembro de 2011 frente a igual mês de 2010,
resultado das taxas negativas observadas em quinze dos dezoito
setores pesquisados pelo IBGE, com destaque para os recuos do
emprego nas indústrias de borracha e plástico (–11,9%),
de alimentos e bebidas (–3,9%), de produtos de metal (–6,5%),
de calçados de couro (–15,9%), de vestuário
(–5,8%) e de metalurgia básica (–9,0%). Essa
retração do emprego da indústria paulista
vem ocorrendo desde abril do ano passado e, pior, ela vem aumentando:
–1,6%, –2,0% e –3,5% em agosto, setembro e outubro,
nessa ordem.
Por outro
lado, quem vem colaborando mais para o aumento do emprego, ou
ainda, quem vem contrabalançando (até quando?) a
queda do emprego em São Paulo são os estados do
Rio Grande do Sul, do Paraná e, em maior medida, de Minas
Gerais. No acumulado do ano até novembro, o emprego industrial
cresceu 3,0% em Minas (sobretudo devido ao desempenho das indústrias
de Metalurgia, Fabricação de Meios de Transporte
e de Máquinas e Equipamentos), uma taxa de variação
bem acima da média nacional (1,1%) e em direção
oposta à de São Paulo (–1,1%).
O fato é
que o emprego industrial em geral deixou de resistir. E essa perda
de resistência está muito atrelada aos recuos nas
expectativas dos empresários industriais registrados por
pesquisas da CNI e da FGV a partir, sobretudo, do segundo trimestre
de 2011. O ambiente de negócios ficou menos favorável
para a indústria tanto no mercado interno, dada a grande
concorrência do produto importado facilitada pelo real valorizado,
como no externo, devido às incertezas com relação
às economias do euro e americana.
Para dezembro
de 2011 e início de 2012, o emprego industrial possivelmente
continuará mantendo essa tendência de queda, porque
as condições que estão afetando negativamente
a indústria – além do câmbio, os elevados
custos de produção decorrentes das carências
de infraestrutura, de fontes de financiamento de longo prazo,
da alta carga tributária, etc. – ainda estão
postas.
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Em novembro, o emprego industrial recuou 0,1% em comparação
ao mês imediatamente anterior na série livre de efeitos sazonais.
Acompanhando o movimento de perda de ritmo da produção industrial,
o emprego no setor registrou o terceiro recuo consecutivo. Na comparação
mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), o contingente de
trabalhadores no setor industrial atingiu decréscimo de 0,5%, a
segunda taxa negativa nesta comparação. No acumulado entre
janeiro e novembro de 2011 frente a igual período de 2010, o emprego
fabril registrou alta de 1,1%. No acumulado nos últimos doze meses
em relação a período imediatamente anterior, o emprego
obteve acréscimo de 1,3%, comparativamente a 1,6% obtido em outubro.
Regionalmente, no
confronto entre novembro de 2011 e novembro de 2010, o emprego industrial
diminuiu em sete das quatorze regiões pesquisadas pelo IBGE. São
Paulo (–3,7%) exerceu o maior impacto negativo na taxa global, seguido
por Santa Catarina (–1,1%) e Ceará (–2,4%). Por outro
lado, Paraná (5,3%), região Norte e Centro-Oeste (2,4%),
Rio Grande do Sul (2,2%) e Minas Gerais (1,6%) apontaram as principais
contribuições positivas sobre o total do pessoal ocupado.
No acumulado entre
janeiro e novembro em comparação aos mesmos onze meses de
2010, dez localidades apresentaram aumento no contingente de pessoal ocupado,
com destaque para Paraná (5,5%), Minas Gerais (3,0%), região
Norte e Centro–Oeste (3,2%), Rio Grande do Sul (2,5%) e região
Nordeste (1,5%). Por outro lado, São Paulo (–1,1%) exerceu
a pressão negativa mais relevante.
Em termo setoriais,
na comparação com mesmo mês do ano anterior, houve
queda do emprego em onze dos dezoito ramos pesquisados pelo IBGE. Os segmentos
que representaram as maiores contribuições negativas foram:
calçados de couro (–8,2%), borracha e plástico (–6,4%),
vestuário (–4,4%), madeira (–11,8%) e produtos de metal
(–3,5%). Por outro lado, alimentos e bebidas (2,6%), meios de transporte
(5,3%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos de comunicações
(5,6%) exerceram os principais impactos positivos sobre o total da indústria.
No acumulado no ano,
o emprego industrial avançou em nove setores. As contribuições
positivas mais significativas vieram de alimentos e bebidas (2,8%), meios
de transporte (7,2%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (6,2%), máquinas e equipamentos
(3,8%) e outros produtos da indústria de transformação
(4,3%). Em contrapartida, os ramos de papel e gráfica (–7,9%),
de calçados de couro (–4,7%), de madeira (–9,2%) e
de vestuário (–3,0%) responderam pelos principais impactos
negativos.
Número
de Horas Pagas. O número de horas pagas obteve redução
de 0,2% na passagem entre outubro e novembro na série livre dos
efeitos sazonais, a terceira queda consecutiva. No confronto com o mesmo
mês do ano anterior, a quantidade de horas pagas aos trabalhadores
assinalou decréscimo de 1,6%. Regionalmente, os maiores impactos
negativos vieram de São Paulo (–4,5%), Santa Catarina (–3,2%),região
Norte e Centro-Oeste (–1,0%) e Ceará (–1,8%). Em termos
setoriais, a queda se deu em doze das dezoito atividades pesquisadas,
com destaque para calçados e couro (–9,4%), produtos de metal
(–6,2%), vestuário (–5,2%), madeira (–12,2%),
têxtil (–5,4%) e borracha e plástico (–4,6%).
Na comparação acumulada no ano, houve ampliação
no número de horas pagas de 0,6%, enquanto nos últimos doze
meses, a variação foi de 0,9%.
Folha de Pagamento
Real. No mês de novembro, a folha de pagamento real na
indústria apresentou alta de 0,3% em relação ao mês
anterior, na série livre dos efeitos sazonais, após dois
meses de reduções. Frente a novembro de 2010, o resultado
mantém-se positivo (2,1%). Esse desempenho deveu-se ao acréscimo
da folha de pagamento real em doze das catorze localidades e doze dos
dezoito setores pesquisados. Na comparação anual, essa variável
cresceu 4,3% contra igual período de 2010, enquanto nos últimos
12 meses, a variação foi positiva em 4,5%.
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