10 de janeiro de 2012

Indústria Regional
Prevalecendo a perda de dinamismo


   

 
Os dados desagregados da indústria por região mostram que o aumento de 0,3% registrado na produção industrial em novembro decorreu de uma recuperação das atividades produtivas nos três principais centros industriais do País, quais sejam: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Neste último estado, a produção cresceu 4,6% em novembro com relação a outubro – com ajuste sazonal – e, no Rio de Janeiro e em São Paulo, os aumentos foram de 3,9% e 1,9%, respectivamente.

Se ocorreu alguma recuperação na margem nesses estados do sudeste, o mesmo não se pode dizer ao se comparar novembro de 2011 a igual mês de 2010. No estado paulista, a produção de novembro ficou 4,9% abaixo da registrada em novembro de 2010, aprofundando o desempenho ruim observado em setembro (–3,9%) e outubro (–4,5%) – taxas de variação com relação ao mesmo mês do ano anterior. No Rio, a produção havia caído 1,5% em outubro e voltou a cair esse mesmo percentual em novembro. Em Minas, houve aumento em novembro (2,8%), mas ele não pode ser tão comemorado, pois sucedeu quatro quedas e algumas muito fortes: –0,2% em julho; –0,6% em agosto; –5,8% em setembro; e –3,6% em outubro.

O fato é que a indústria desses estados e a indústria em geral estão perdendo dinamismo. No terceiro trimestre de 2011 frente ao mesmo trimestre de 2010, a produção da indústria brasileira foi nula e, no acumulado dos dois primeiros meses do quarto trimestre (outubro e novembro) com relação a igual período de 2010, ela foi 2,4% menor. Esse comportamento pode ser observado em várias regiões do País. Por exemplo, em São Paulo, a produção passou de –0,2% no terceiro trimestre para –4,7% no acumulado outubro-novembro; no Rio, de –0,3% para –1,5%.

Como resultado dessa perda de ritmo da indústria, sobretudo no segundo semestre de 2011, a produção industrial acumulou aumento de somente 0,4% entre janeiro e novembro, muito devido aos desempenhos decepcionantes da atividade fabril nos estados de São Paulo (0,5%), Minas Gerais (0,6%) e Rio de Janeiro (0,8%).

Por fim, é importante registrar, como essa Análise vem fazendo, o momento ruim pelo qual a produção industrial da Região Nordeste vem passando. Ela continua sofrendo forte retração (–2,9% em novembro frente a outubro, com ajuste sazonal, e –4,8% no acumulado dos onze primeiros meses de 2011), sobretudo em decorrência da diminuição da produção dos segmentos têxtil, refino de petróleo, produtos químicos, motores elétricos e metalurgia.
  

 
De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal Regional do IBGE, na passagem de outubro para novembro a produção industrial cresceu em oito dos catorze locais pesquisados. As maiores altas ficaram por conta dos estados de Goiás (11,6%), Paraná (5,4%) e Espírito Santo (4,7%). Acompanhou tal tendência os estados de Minas Gerais (4,6%), Rio de Janeiro (3,9%), São Paulo (1,9%), Santa Catarina (1,6%) e Pará (0,5%). Já os estados da Bahia, Amazonas, região Nordeste, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Ceará apresentaram movimento contrário, isto é, apresentaram queda da produção industrial na passagem de outubro para novembro, de 6,4%,3,0%,2,9%,2,4%,1,3%,0,3%, respectivamente.

Na comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, os estados de Santa Catarina (–7,7%), Ceará (–6,8%), São Paulo (–4,9%), Bahia (–4,2%), Rio Grande do Sul (–3,4%) e região Nordeste (–2,6%) assinalaram quedas superiores à da média nacional (–2,5%). Os demais resultados negativos foram observados no Rio de Janeiro (–1,5%) e Pará (–1,0%). Por outro lado, os destaques positivos foram registrados nos estados do Goiás (13,3%) e Paraná (9,2%), que apontaram as expansões mais elevadas, seguidos por Espírito Santo (4,1%), Minas Gerais (2,8%), Pernambuco (1,9%) e Amazonas (0,5%).

A produção industrial acumulada entre janeiro e novembro apresentou crescimento em nove das quatorze localidades. As ampliações mais significativas no desempenho regional foram registradas pelos estados do Espírito Santo (6,9%), Goiás (6,2%), Paraná (5,6%) e Amazonas (4,0%). Pará (2,4%), Rio Grande do Sul (1,8%), Rio de Janeiro (0,8%), Minas Gerais (0,6%) e São Paulo (0,5%) completam os resultados positivos. Por outro lado, os estados cuja produção industrial apresentou queda nesse acumulado foram: Pernambuco (–0,4%), Bahia (–4,3%), Santa Catarina (–4,6%), região Nordeste (–4,8%) e Ceará (–12,1%).

A redução no ritmo de crescimento do setor industrial no índice acumulado nos últimos doze meses na passagem de outubro (1,3%) para novembro (0,6%) decorreu do comportamento negativo de cinco dos catorze locais pesquisados, com destaque para as quedas da produção nos estados do Ceará, que passou de –11,6% para –11,9%, e Santa Catarina, de –3,0% para –3,9%. Por outro lado, os estados que obtiveram alta em seu crescimento foram: Goiás (6,5%), Espírito Santo (5,2%), Paraná (5,2%), Amazonas (4,3%), Pará (3,3%), Rio Grande do Sul (1,6%), Minas Gerais (1,0%) e Rio de Janeiro (0,8%).

 

 
Goiás. Em novembro frente outubro, com dados já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial de Goiás apresentou avanço de 11,6%. No confronto com novembro de 2010, constatou-se avanço de 13,3%, taxa influenciada pelo setor de Produtos químicos (47,0%), Metalurgia básica (27,2%) e Alimentos e bebidas (1,4%). Em sentido oposto, o setor Extrativo obteve queda de (3,5%). No acumulado dos onze primeiros meses de 2011, a produção industrial obteve alta de 6,2%. O setor de: Produtos químicos (39,1%) apresentou alta em sua produção. Por outro lado, o setor de: Alimentos e bebidas (–3,5%) apresentou queda em sua produção.

Paraná. A partir de dados livres de efeitos sazonais observa-se que a indústria paranaense, na passagem de outubro para novembro, registrou crescimento de 5,4%. Na comparação novembro de 2011 contra igual mês de 2010, houve acréscimo de 9,2%, taxa influenciada pelo setor: veículos automotores (49%), edição e impressão (9,3%), refino de petróleo e produção de álcool (9,6%) e madeira (18,3%). Por outro lado, o setor de: alimentos (–9,0%), máquinas e equipamentos (–6,2%), celulose e papel (–5,6%) e outros produtos químicos (–12,3%), apresentaram queda em sua produção. Na comparação acumulada no ano, o estado registrou crescimento de 5,6%, taxa impulsionada pelos setores de: veículos automotores (28,1%), refino de petróleo e produção de álcool (13,1%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (16,2%) e madeira (8,9%). Por outro lado, os setores que apresentaram queda foram: edição e impressão (–12,2%) e máquinas e equipamentos (–5,4%).

Bahia. Em novembro, a indústria baiana apresentou queda de (6,4%), com dados livres de efeitos sazonais. Na comparação mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), o estado registrou queda de 4,2%, taxa impulsionada pelos setores de: refino de petróleo e produção de álcool (–28,1%), metalurgia básica (–12,4%), veículos automotores (–36,3%) e celulose e papel (–8,5%) apresentaram queda em seu crescimento. A produção industrial no período entre janeiro e novembro de 2011 atingiu (–4,3%), graças ao desempenho da indústria de: produtos químicos (–8,0%), refino de petróleo e produção de álcool (–8,2%) e metalurgia básica (–11,7%). Por outro lado, o setor de: alimentos e bebidas (7,5%) apresentou alta em seu crescimento.

 

 

 

 

 

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