7 de dezembro de 2011

Indústria Regional
Surpresa demasiadamente negativa


   

 
A abertura regional da atividade produtiva da indústria nacional, divulgada hoje pelo IBGE, mostra que o principal parque industrial do País sofreu mais uma forte retração no décimo mês deste ano. De fato, em outubro, a produção da indústria de São Paulo caiu 2,6%, após uma retração de 5,2% registrada em setembro – ambas as taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior com ajuste sazonal. Com esse resultado, a indústria paulista acumula aumento de 1,1% nos dez primeiros meses deste ano ante igual período de 2010 e projeta uma taxa anualizada de crescimento de 1,4%, com tendência de arrefecimento. Um desempenho bastante fraco que poderá levar a produção industrial de São Paulo a fechar 2011 com crescimento ao redor de 1,0%, com reflexos diretos para a indústria em geral, que provavelmente também apresentará crescimento próximo de 1,0% neste ano.

E não é somente em São Paulo que a indústria não está bem. No Rio de Janeiro e Minas Gerais, outros dois importantes centros industriais do País, a produção industrial apresenta resultados fracos na margem e muito modestos no desempenho anual. No Rio, a produção recuou 0,9% em outubro, após queda de 3,2% em setembro – taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior com ajuste sazonal – e acumula crescimento de 1,0% no período janeiro-outubro. Em Minas, o aumento de 1,6% em outubro ocorreu após quatro variações negativas seguidas (sendo que o pior resultado foi o de setembro, quando a produção recuou de 3,1%) e, no acumulado do ano até outubro, a produção da indústria mineira cresceu somente 0,3%.

Se o cenário nesses estados do Sudeste não é nada favorável, no Nordeste do País ele é pior, pois a produção industrial nessa região acumula retração de 4,9% nos dez primeiros meses deste ano, devido, sobretudo, ao desempenho negativo nos setores têxtil (–24,1%), produtos químicos (–8,5%) e refino de petróleo e produção de álcool (–5,0%). Nesse período, a produção industrial recuou 11,6%, 0,4% e 4,7%, respectivamente, no Ceará, em Pernambuco e na Bahia. No Nordeste, assim como em todo o País, a evolução muito fraca da produção industrial até outubro deste ano é o resultado de dois movimentos. O primeiro decorre das medidas de contenção adotadas pelo Governo desde o final de 2010, que diminuiu muito o vigor da economia brasileira neste ano – e que afetou, evidentemente, não só a indústria, mas todos os demais setores. O segundo, e aqui com efeitos quase que exclusivamente relacionados ao desempenho da indústria, decorre da presença cada vez mais nítida do produto importado manufaturado no País, que vem tomando o lugar do produto nacional, seja como bem final ou como insumo de produção.

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