Em setembro, o número de ocupados na indústria caiu
0,4%, variação que praticamente “devolveu”
o crescimento de 0,5% registrado em agosto – ambas as taxas
calculadas com relação ao mês imediatamente
anterior, com ajuste sazonal, a partir da série de dados
do IBGE. Com esse resultado, o emprego industrial continua apresentando
uma trajetória de estagnação na margem e
de franca desaceleração com relação
a 2010. Isso significa que a indústria não está
desempregando, mas também que o emprego industrial não
avança.
Pode-se observar
que o número de ocupados na indústria vem se mantendo
num mesmo patamar desde agosto de 2010, mesmo diante do fraco
desempenho, sobretudo a partir de abril deste ano, da produção
industrial, a qual também se mostra em desaceleração
e passou a acumular estoques nos últimos meses. A preocupação
para a trajetória futura do emprego industrial vem –
como será visto abaixo – do estado de São
Paulo, cujo número de ocupados na indústria já
é negativo neste ano.
Na comparação
com o mesmo mês do ano passado, a evolução
do emprego mostra uma nítida perda de ritmo: 2,7%, 2,9%,
2,2%, 1,7%, 1,4%, 0,8%, 0,4% e 0,8% e 0,4%, nessa ordem, de janeiro
a setembro. Essa variação positiva de 0,4% em setembro
deste ano frente a igual mês de 2010 decorreu do crescimento
do emprego industrial em sete dos quatorze locais e nove dos dezoito
setores pesquisados pelo IBGE.
Se, entre
os locais, destaca-se positivamente a influência de Minas
Gerais (+1,8%) – sobretudo pelo aumento dos empregados na
indústria mineira de alimentos e bebidas (4,8%), máquinas
e equipamentos (9,3%) e metalurgia básica (5,9%) –,
por outro lado, o recuo de 2,0% do emprego industrial em São
Paulo no mês de setembro com relação a setembro
de 2010 foi o que exerceu a maior pressão negativa no total
da indústria do País – o resultado de São
Paulo refletiu, em grande medida, a retração do
emprego nos segmentos de papel e gráfica (–13,4%),
borracha e plástico (–12,0%), calçados e couro
(–11,7%) e de metalurgia básica (–6,9%).
No acumulado
do ano até setembro, o emprego industrial cresceu 1,5%
– vale lembrar, em 2010 como um todo, o aumento foi de 3,4%.
Em termos regionais, destacam-se Paraná (5,5%), Minas Gerais
(2,9%), região Norte e Centro-Oeste (3,3%), região
Nordeste (1,9%) e Rio Grande do Sul (2,6%) com as maiores variações
positivas do emprego industrial; já, nos estados São
Paulo (–0,5%), Espírito Santo (–0,7%) e Ceará
(–1,5%), o número de ocupados na indústria
acumula queda nesses nove primeiros meses do ano.
Do ponto de
vista setorial, os segmentos de alimentos e bebidas (2,9%), meios
de transporte (7,5%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (6,3%), máquinas e equipamentos
(4,3%), produtos de metal (4,0%), outros produtos da indústria
de transformação (4,9%) e metalurgia básica
(5,7%) são os que estão puxando o emprego industrial
para cima neste ano, enquanto papel e gráfica (–8,8%),
vestuário (–3,3%), madeira
(–8,7%) e calçados e couro (–3,8%) aparecem
exercendo as mais significativas pressões negativas.
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