11 de novembro de 2011

Emprego Industrial
A onda negativa que vem de São Paulo


   

 
Em setembro, o número de ocupados na indústria caiu 0,4%, variação que praticamente “devolveu” o crescimento de 0,5% registrado em agosto – ambas as taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal, a partir da série de dados do IBGE. Com esse resultado, o emprego industrial continua apresentando uma trajetória de estagnação na margem e de franca desaceleração com relação a 2010. Isso significa que a indústria não está desempregando, mas também que o emprego industrial não avança.

Pode-se observar que o número de ocupados na indústria vem se mantendo num mesmo patamar desde agosto de 2010, mesmo diante do fraco desempenho, sobretudo a partir de abril deste ano, da produção industrial, a qual também se mostra em desaceleração e passou a acumular estoques nos últimos meses. A preocupação para a trajetória futura do emprego industrial vem – como será visto abaixo – do estado de São Paulo, cujo número de ocupados na indústria já é negativo neste ano.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a evolução do emprego mostra uma nítida perda de ritmo: 2,7%, 2,9%, 2,2%, 1,7%, 1,4%, 0,8%, 0,4% e 0,8% e 0,4%, nessa ordem, de janeiro a setembro. Essa variação positiva de 0,4% em setembro deste ano frente a igual mês de 2010 decorreu do crescimento do emprego industrial em sete dos quatorze locais e nove dos dezoito setores pesquisados pelo IBGE.

Se, entre os locais, destaca-se positivamente a influência de Minas Gerais (+1,8%) – sobretudo pelo aumento dos empregados na indústria mineira de alimentos e bebidas (4,8%), máquinas e equipamentos (9,3%) e metalurgia básica (5,9%) –, por outro lado, o recuo de 2,0% do emprego industrial em São Paulo no mês de setembro com relação a setembro de 2010 foi o que exerceu a maior pressão negativa no total da indústria do País – o resultado de São Paulo refletiu, em grande medida, a retração do emprego nos segmentos de papel e gráfica (–13,4%), borracha e plástico (–12,0%), calçados e couro (–11,7%) e de metalurgia básica (–6,9%).

No acumulado do ano até setembro, o emprego industrial cresceu 1,5% – vale lembrar, em 2010 como um todo, o aumento foi de 3,4%. Em termos regionais, destacam-se Paraná (5,5%), Minas Gerais (2,9%), região Norte e Centro-Oeste (3,3%), região Nordeste (1,9%) e Rio Grande do Sul (2,6%) com as maiores variações positivas do emprego industrial; já, nos estados São Paulo (–0,5%), Espírito Santo (–0,7%) e Ceará (–1,5%), o número de ocupados na indústria acumula queda nesses nove primeiros meses do ano.

Do ponto de vista setorial, os segmentos de alimentos e bebidas (2,9%), meios de transporte (7,5%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (6,3%), máquinas e equipamentos (4,3%), produtos de metal (4,0%), outros produtos da indústria de transformação (4,9%) e metalurgia básica (5,7%) são os que estão puxando o emprego industrial para cima neste ano, enquanto papel e gráfica (–8,8%), vestuário (–3,3%), madeira
(–8,7%) e calçados e couro (–3,8%) aparecem exercendo as mais significativas pressões negativas.

Leia aqui o texto completo desta Análise.